O regresso, de Lúcia
Bettencourt, é o encontro da ficção com a poesia. O romance trata do
retorno do poeta Arthur Rimbaud (1854-1881) à França, em seus últimos
meses de vida, depois do longo e misterioso período em que passou na
África, trabalhando como comerciante de café, traficante de armas e
mercador de escravos, entre outras ocupações.
A narrativa revela a trajetória repleta de angústia e rebeldia de um artista atípico, um gênio precoce que escreveu toda a sua obra na adolescência (o “Barco ébrio” e outros poemas fundamentais) e antes dos 20 anos já havia abandonado a escrita. Mesmo assim, influenciou a literatura moderna e também a contemporânea, influência que perdura até os dias de hoje.
A escolha de personagem tão fascinante e contraditório confirma a sensibilidade e ousadia do projeto romanesco da autora, que mistura a primeira e a segunda pessoa num texto de prosa nervosa e, em seus pontos mais altos, poética. É um Rimbaud virado ao avesso, em sua busca particular pela liberdade e pela verdade, aquele que surge das páginas do livro.
O romance inicia com a frase “Não há partida”. Cabe lembrar que Rimbaud foi um andarilho famoso, tendo percorrido boa parte da Europa a pé – Inglaterra, Áustria, Alemanha, Itália, Suécia: “Desde cedo fui especialista em partir. Ensaios a que me levaram minhas longas pernas camponesas, habituadas aos terrenos mais ásperos, e minha eterna inquietude. Começava a andar e era como se o mundo, do qual apenas conhecia a versão por escrito, me chamasse. E, mesmo quando imóvel, viajava.”
Lúcia Bettencourt também abre espaço para abordar o relacionamento de Arthur Rimbaud com Paul Verlaine (1844-1896). O encontro dos dois poetas na Paris dos cafés e do clima cultural que atraía exilados de todas as nacionalidades foi além da simples troca de versos e impressões. Rimbaud e Verlaine formaram um dos casais mais famosos da literatura, retratado com delicadeza no livro: “Dizem que o encontro com Paul foi sua perdição. Dizem que o encontro com Paul foi sua salvação. Ao chegar em casa, o poeta feio encontrou um jovem de longos cabelos dourados e sujos, olhos muito azuis, mal vestido, e muito magro. Sua voz oscilava entre graves e agudos, e ele corava sempre que os sons se aflautavam demais.”
Na epígrafe do livro, uma citação – “Silêncio, exílio e engenho” – que traduz a concepção do romance, sua engenharia em dois blocos, uma dupla exposição que é perfeita para retratar um personagem tão ambíguo. Tudo nos é lembrado e contado por um homem no limiar da loucura, sofrendo as dores de um câncer ósseo na perna. Em outro plano, um leitor apaixonado folheia os versos do poeta, como quem os reescrevesse, e refaz a sua biografia. Conjugando de maneira notável História e ficção, Lúcia Bettencourt convida o leitor a um privilégio que só a literatura é capaz de proporcionar: viajar no tempo e penetrar a intimidade de um artista genial.
A narrativa revela a trajetória repleta de angústia e rebeldia de um artista atípico, um gênio precoce que escreveu toda a sua obra na adolescência (o “Barco ébrio” e outros poemas fundamentais) e antes dos 20 anos já havia abandonado a escrita. Mesmo assim, influenciou a literatura moderna e também a contemporânea, influência que perdura até os dias de hoje.
A escolha de personagem tão fascinante e contraditório confirma a sensibilidade e ousadia do projeto romanesco da autora, que mistura a primeira e a segunda pessoa num texto de prosa nervosa e, em seus pontos mais altos, poética. É um Rimbaud virado ao avesso, em sua busca particular pela liberdade e pela verdade, aquele que surge das páginas do livro.
O romance inicia com a frase “Não há partida”. Cabe lembrar que Rimbaud foi um andarilho famoso, tendo percorrido boa parte da Europa a pé – Inglaterra, Áustria, Alemanha, Itália, Suécia: “Desde cedo fui especialista em partir. Ensaios a que me levaram minhas longas pernas camponesas, habituadas aos terrenos mais ásperos, e minha eterna inquietude. Começava a andar e era como se o mundo, do qual apenas conhecia a versão por escrito, me chamasse. E, mesmo quando imóvel, viajava.”
Lúcia Bettencourt também abre espaço para abordar o relacionamento de Arthur Rimbaud com Paul Verlaine (1844-1896). O encontro dos dois poetas na Paris dos cafés e do clima cultural que atraía exilados de todas as nacionalidades foi além da simples troca de versos e impressões. Rimbaud e Verlaine formaram um dos casais mais famosos da literatura, retratado com delicadeza no livro: “Dizem que o encontro com Paul foi sua perdição. Dizem que o encontro com Paul foi sua salvação. Ao chegar em casa, o poeta feio encontrou um jovem de longos cabelos dourados e sujos, olhos muito azuis, mal vestido, e muito magro. Sua voz oscilava entre graves e agudos, e ele corava sempre que os sons se aflautavam demais.”
Na epígrafe do livro, uma citação – “Silêncio, exílio e engenho” – que traduz a concepção do romance, sua engenharia em dois blocos, uma dupla exposição que é perfeita para retratar um personagem tão ambíguo. Tudo nos é lembrado e contado por um homem no limiar da loucura, sofrendo as dores de um câncer ósseo na perna. Em outro plano, um leitor apaixonado folheia os versos do poeta, como quem os reescrevesse, e refaz a sua biografia. Conjugando de maneira notável História e ficção, Lúcia Bettencourt convida o leitor a um privilégio que só a literatura é capaz de proporcionar: viajar no tempo e penetrar a intimidade de um artista genial.
O regresso
A última viagem de Rimbaud
Autor: Lúcia BettencourtPreço: R$ 29,50
192 pp. 14 x21 cm
ISBN: 978-85-325-3012-7
Assuntos: FICÇÃO – ROMANCE/NOVELA, FICÇÃO NACIONAL
Imenso, poderoso, frágil, atônito, surpreendente, mentor, castrador,
pecador, um homem maior que todos, ou um homem como qualquer um. Uma
imensa reflexão sobre a figura paterna, em muitas de suas
representações, dá o mote ao romance O pai morto,
do norte-americano Donald Barthelme. Publicado originalmente em 1975, e
lançado agora pela primeira vez no Brasil, o livro marcou uma geração
de escritores ao unir maestria literária e humor inconfundível para
narrar, de forma única, a libertina e desvairada morte do seu
protagonista, que ao invés de conduzir o enredo vai sendo arrastado, a
contragosto, para um destino que ignora, por um cabo que envolve seu
corpo descomunal. Suas ordens, máximas e imprecações não conseguem
interromper, porém, o falatório amalucado que se desenrola entre as
pessoas à sua volta.
Revelado nos anos 1960 nas páginas da revista The New Yorker, Donald Barthelme (1931–1989) se tornou nos anos seguintes um dos expoentes do que a crítica viria a chamar de pós-modernismo. Ganhador do National Book Award e autor de livros de ensaios, contos e romances, sua obra marcou profundamente a cultura americana nas últimas décadas do século XX. Para além dos rótulos críticos, seus livros continuam hoje a repercutir na obra de autores do mundo inteiro que o reconhecem como um desses raros escritores capazes de trazer algo de novo à velha arte de contar histórias. Barthelme marcou uma geração de romancistas - Salman Rusdie, David Foster Wallace, Dave Eggers, entre outros, estão entre seus fãs. No Brasil, O pai morto chega às livrarias com tradução de Daniel Pellizzari e prefácio do romancista Donald Antrim.
O fio condutor do enredo é a saga dos filhos para enterrar o Pai Morto, uma figura gigantesca, que não está totalmente convencido sobre o fim de sua existência. Transportado para o local de sepultamento, ele conversa com os filhos, questionando o fato de que sua morte física já aconteceu. É clara a sua esperança de que permaneça no mundo e que a dificuldade de enfrentar a separação da família é semelhante à tristeza que os filhos experimentam por sua ausência.
As contradições se apresentam ao longo de toda a narrativa, apresentando um pai sob a visão infantil de Todo-Poderoso: ele tem o poder de aniquilar ou de manter vivos animais, embora esteja nas mãos dos integrantes do cortejo fúnebre. O Pai Morto experimenta sensações e sentimentos confusos em relação aos filhos, que pode proteger, mas que também conseguiria destruir, se assim quisesse. Entre os personagens estão Thomas, o filho que lidera o grupo, acompanhado por sua namorada Julie. Juntam-se ao cortejo, Emma, amante de Thomas, que se confunde, no texto e na mente do Pai Morto, com Julie. O alcoólatra Edmundo, o outro filho, também integra o grupo.
Ousado ao explorar diferentes formas de narrativa, Barthelme levanta a ambiguidade de sensações e sentimentos que permeiam as relações entre pais e filhos. E, acima de tudo, promove um carnaval literário, ao mesclar gêneros e estilos – fábulas com definições enciclopédicas, diálogos íntimos com reflexões metafísicas – para surpreender e divertir o leitor.
Revelado nos anos 1960 nas páginas da revista The New Yorker, Donald Barthelme (1931–1989) se tornou nos anos seguintes um dos expoentes do que a crítica viria a chamar de pós-modernismo. Ganhador do National Book Award e autor de livros de ensaios, contos e romances, sua obra marcou profundamente a cultura americana nas últimas décadas do século XX. Para além dos rótulos críticos, seus livros continuam hoje a repercutir na obra de autores do mundo inteiro que o reconhecem como um desses raros escritores capazes de trazer algo de novo à velha arte de contar histórias. Barthelme marcou uma geração de romancistas - Salman Rusdie, David Foster Wallace, Dave Eggers, entre outros, estão entre seus fãs. No Brasil, O pai morto chega às livrarias com tradução de Daniel Pellizzari e prefácio do romancista Donald Antrim.
O fio condutor do enredo é a saga dos filhos para enterrar o Pai Morto, uma figura gigantesca, que não está totalmente convencido sobre o fim de sua existência. Transportado para o local de sepultamento, ele conversa com os filhos, questionando o fato de que sua morte física já aconteceu. É clara a sua esperança de que permaneça no mundo e que a dificuldade de enfrentar a separação da família é semelhante à tristeza que os filhos experimentam por sua ausência.
As contradições se apresentam ao longo de toda a narrativa, apresentando um pai sob a visão infantil de Todo-Poderoso: ele tem o poder de aniquilar ou de manter vivos animais, embora esteja nas mãos dos integrantes do cortejo fúnebre. O Pai Morto experimenta sensações e sentimentos confusos em relação aos filhos, que pode proteger, mas que também conseguiria destruir, se assim quisesse. Entre os personagens estão Thomas, o filho que lidera o grupo, acompanhado por sua namorada Julie. Juntam-se ao cortejo, Emma, amante de Thomas, que se confunde, no texto e na mente do Pai Morto, com Julie. O alcoólatra Edmundo, o outro filho, também integra o grupo.
Ousado ao explorar diferentes formas de narrativa, Barthelme levanta a ambiguidade de sensações e sentimentos que permeiam as relações entre pais e filhos. E, acima de tudo, promove um carnaval literário, ao mesclar gêneros e estilos – fábulas com definições enciclopédicas, diálogos íntimos com reflexões metafísicas – para surpreender e divertir o leitor.
O pai morto
Autor: Donald Barthelme
Tradução: Daniel Pellizzari
Preço: R$ 34,50240 pp. | 14x21 cm
ISBN: 978-85-325-2975-6
Assuntos: FICÇÃO – ROMANCE/NOVELA
Olivia Rönning é uma jovem estudante da Academia de Polícia. Filha de um
policial do departamento de homicídios, ela é perspicaz, determinada e
muito inteligente, o que fará dela uma ótima investigadora. Seu faro
para juntar pistas e resolver mistérios será posto à prova em um dos
trabalhos que recebe na academia: ela deve escolher um homicídio não
concluído, prestes a parar no arquivo morto da polícia, e verificar se,
com os recursos tecnológicos atuais, seria possível trazer uma solução
para o caso. O assassinato de uma mulher grávida, ocorrido na praia da
gelada e chuvosa ilha de Nordkoster, em 1987, durante o fenômeno da maré
viva, fenômeno que ocorre quando Sol e Lua se alinham com a Terra, e
gera uma diferença significativa entre maré baixa e maré alta, é o alvo
de Olivia. O que ela não imagina, porém, é que este caso trará muito
mais questões do que soluções, incluindo uma inimaginável conexão entre
ela e o assassinato.
Maré viva, da dupla sueca Cilla e Rolf Börjling, é um alucinante thriller policial. O mistério e o suspense, a rapidez dos diálogos e a construção de personagens cativantes são a receita do casal de escritores. Olívia é uma protagonista absolutamente crível e sua personalidade magnética seduz o leitor a acompanhá-la em sua busca para resolver o assassinato ocorrido em 1987. Ela começa se baseando em informações deixadas no processo original: mulher grávida enterrada na praia – e cujo corpo foi revelado pelo fenômeno da maré viva –, uma criança como testemunha... E mais detalhes a serem obtidos com o investigador responsável na época: Tom Stilton. Ao procurá-lo, porém, mais um mistério: o detetive desaparecera e todos se calam quando ela pergunta por ele. Para Olivia, esse seria mais um caso e fácil seria desistir diante das dificuldades, mas há um detalhe: seu pai, já falecido, esteve envolvido nas investigações.
A busca de Olivia por Stilton a leva à ilha de Nordkoster, envolta por uma atmosfera fria e por uma teimosa tempestade, assolada pela “invasão” de novos-ricos noruegueses, que ficam ancorados em seus iates de luxo consumindo a lagosta pescada na região. Voltar ao local do crime é o que ela precisa para iniciar a jornada que levou à morte a mulher grávida, até hoje não identificada, em um crime sem motivo aparente. Terá sido algum sacrifício ritual, alguma seita macabra? E por que Olivia se envolve tão profundamente na investigação? Seria sua motivação unicamente o fato de seu pai ter sido um dos detetives do caso? E, afinal, onde está Tom Stilton?
Paralelamente, assassinatos de moradores de rua em Estocolmo têm comovido a opinião pública. O que choca são os requintes de crueldade: os espancamentos dos sem-teto são filmados por seus algozes e postados na internet. A comunidade de moradores de rua é organizada e tem até uma revista, a Situation Sthlm, vendida pelos sem-teto nas ruas da cidade e que, assim, funciona como fonte de renda para eles. Vera Zarolha é a personagem-âncora dessa trama paralela, ou quase: haveria alguma conexão entre a violência contra os moradores de rua na capital sueca e a morte da mulher grávida numa remota ilha?
Maré viva, da dupla sueca Cilla e Rolf Börjling, é um alucinante thriller policial. O mistério e o suspense, a rapidez dos diálogos e a construção de personagens cativantes são a receita do casal de escritores. Olívia é uma protagonista absolutamente crível e sua personalidade magnética seduz o leitor a acompanhá-la em sua busca para resolver o assassinato ocorrido em 1987. Ela começa se baseando em informações deixadas no processo original: mulher grávida enterrada na praia – e cujo corpo foi revelado pelo fenômeno da maré viva –, uma criança como testemunha... E mais detalhes a serem obtidos com o investigador responsável na época: Tom Stilton. Ao procurá-lo, porém, mais um mistério: o detetive desaparecera e todos se calam quando ela pergunta por ele. Para Olivia, esse seria mais um caso e fácil seria desistir diante das dificuldades, mas há um detalhe: seu pai, já falecido, esteve envolvido nas investigações.
A busca de Olivia por Stilton a leva à ilha de Nordkoster, envolta por uma atmosfera fria e por uma teimosa tempestade, assolada pela “invasão” de novos-ricos noruegueses, que ficam ancorados em seus iates de luxo consumindo a lagosta pescada na região. Voltar ao local do crime é o que ela precisa para iniciar a jornada que levou à morte a mulher grávida, até hoje não identificada, em um crime sem motivo aparente. Terá sido algum sacrifício ritual, alguma seita macabra? E por que Olivia se envolve tão profundamente na investigação? Seria sua motivação unicamente o fato de seu pai ter sido um dos detetives do caso? E, afinal, onde está Tom Stilton?
Paralelamente, assassinatos de moradores de rua em Estocolmo têm comovido a opinião pública. O que choca são os requintes de crueldade: os espancamentos dos sem-teto são filmados por seus algozes e postados na internet. A comunidade de moradores de rua é organizada e tem até uma revista, a Situation Sthlm, vendida pelos sem-teto nas ruas da cidade e que, assim, funciona como fonte de renda para eles. Vera Zarolha é a personagem-âncora dessa trama paralela, ou quase: haveria alguma conexão entre a violência contra os moradores de rua na capital sueca e a morte da mulher grávida numa remota ilha?
Maré viva
Autor: Cilla & Rolf Börjlind
Tradução: Luciano Dutra
Ilustração: 978-85-325-2933-6Preço: R$ 59,50
512 pp. | 16x23 cm
ISBN: 978-85-325-2933-6
Assuntos: FICÇÃO – ROMANCE/NOVELA, POLICIAL, SUSPENSE
Para cada problema, uma solução que pode – e deve – ser buscada dentro
de cada um. Olhando para si mesmo, revendo os passos e impasses mais
importantes em cada trajetória é que se caminha, deduz Adriano Silva, no
tocante e corajoso Ansiedade Corporativa – Confissões sobre estresse e depressão no trabalho e na vida. O livro, que dá sequência ao bem-sucedido O Executivo Sincero, escancara a vida corporativa e seus fantasmas.
No livro, escrito em primeira pessoa, Adriano Silva volta no tempo para recordar a trajetória do jovem saído do interior do Rio Grande do Sul que vai cursar faculdade em Porto Alegre para, a partir daí, seguir seu rumo: São Paulo, Japão, Rio de Janeiro, entre outras paradas. Dos empregos mal pagos de início de carreira à primeira passagem por um cargo de chefia, nenhuma etapa é ou foi cumprida sem alguma dose de angústia, medo ou ansiedade.
Com uma sinceridade desconcertante, Adriano Silva vai muito além das paredes dos escritórios para explicar que trabalho se faz de vida – de renúncia, de anseios, de sonhos – e de sentimentos. A coragem necessária para galgar etapas profissionais também está presente em cada linha desse texto, no qual Adriano não se furta a falar dos próprios fantasmas para chegar nas conquistas e desafios que o moveram.
Em Ansiedade Corporativa, a melancolia perpassa a narrativa. Para o autor, “tristeza é autocomiseração”, enquanto a ansiedade é a inimiga de todas as horas. Para qualquer situação, a sugestão do autor é não colocar a própria felicidade no colo da outra pessoa. Adriano é categórico: enfrente seus medos. Encare tudo aquilo que é capaz de paralisar e não deixe que o pânico assuma o controle. Contra-ataque – esse é o lema do autor.
Ansiedade, depressão, tristeza, angústia, falta de estima por si mesmo, o enorme receio de sair do lugar são algumas das sensações mais comuns para quem vive o mundo corporativo e fora dele também. Sair da inércia e aproveitar o tempo deve ser prioridade sempre. Afinal, a vida é um romance a ser escrito diariamente. Não há outra saída se não reagir. Portanto, mexa-se. E comece hoje. Não há nada a perder. É o conselho de Adriano Silva.
No livro, escrito em primeira pessoa, Adriano Silva volta no tempo para recordar a trajetória do jovem saído do interior do Rio Grande do Sul que vai cursar faculdade em Porto Alegre para, a partir daí, seguir seu rumo: São Paulo, Japão, Rio de Janeiro, entre outras paradas. Dos empregos mal pagos de início de carreira à primeira passagem por um cargo de chefia, nenhuma etapa é ou foi cumprida sem alguma dose de angústia, medo ou ansiedade.
Com uma sinceridade desconcertante, Adriano Silva vai muito além das paredes dos escritórios para explicar que trabalho se faz de vida – de renúncia, de anseios, de sonhos – e de sentimentos. A coragem necessária para galgar etapas profissionais também está presente em cada linha desse texto, no qual Adriano não se furta a falar dos próprios fantasmas para chegar nas conquistas e desafios que o moveram.
Em Ansiedade Corporativa, a melancolia perpassa a narrativa. Para o autor, “tristeza é autocomiseração”, enquanto a ansiedade é a inimiga de todas as horas. Para qualquer situação, a sugestão do autor é não colocar a própria felicidade no colo da outra pessoa. Adriano é categórico: enfrente seus medos. Encare tudo aquilo que é capaz de paralisar e não deixe que o pânico assuma o controle. Contra-ataque – esse é o lema do autor.
Ansiedade, depressão, tristeza, angústia, falta de estima por si mesmo, o enorme receio de sair do lugar são algumas das sensações mais comuns para quem vive o mundo corporativo e fora dele também. Sair da inércia e aproveitar o tempo deve ser prioridade sempre. Afinal, a vida é um romance a ser escrito diariamente. Não há outra saída se não reagir. Portanto, mexa-se. E comece hoje. Não há nada a perder. É o conselho de Adriano Silva.
Ansiedade corporativa
Confissões sobre estresse e depressão no trabalho e na vida
Autor: Adriano SilvaPreço: R$ 34,50
272 pp. | 15x22 cm
ISBN: 978-85-325-3008-0
Assuntos: ADMINISTRAÇÃO & NEGÓCIOS/ECONOMIA, LIDERANÇA/DESENVOLVIMENTO PESSOAL, EMPREENDEDORISMO
Até o
final do primeiro capítulo, acendi todas as luzes de casa, embora
ainda fosse meio-dia” — eis a reação de Wes Craven, diretor e
produtor de clássicos modernos do terror e suspense, como os filmes
das séries A hora do Pesadelo e Pânico, ao ler o
lançamento do selo Fábrica 231, Sobrenatural – The Haunting ofSunshine girl, escrito pela jovem Paige Mckenzie em parceria com
Alyssa Sheinmel. O livro, com adaptação garantida para o cinema, é
o primeiro da websérie de sucesso The Haunting of Sunshine girl,
produzida e estrelada pela própria Page, que, desde 2010, arrebanha
fãs em seu canal no YouTube, e conta com cerca de 350 mil assinantes
e quase 180 milhões de visualizações.
Descrito como o encontro entre as séries televisivas Buffy, a Caça-Vampiros, cujo personagem-título combatia o “sobrenatural”, e Veronica Mars: A Jovem Espiã, em que a protagonista divide o seu tempo entre a escola e a firma de investigação particular de seu pai, o título acompanha os passos e pensamentos — e temores! — de Sunshine Griffith, uma garota que, pouco após completar 16 anos, vê-se em meio a uma mudança maior e mais inesperada do que as já enfrentadas por qualquer adolescente: sair da radiante cidade texana de Austin, onde passara toda sua vida e criara raízes, para morar numa nova casa na úmida e distante Ridgemont, em Washington.
Kat, sua mãe adotiva, recebera de última hora uma oferta irrecusável de emprego como enfermeira-chefe na nova unidade neonatal de Ridgemont e não poderia perder esta chance. Mudar-se do ensolarado Texas para o chuvoso estado de Washington, no entanto, não parecia uma “grande oportunidade” para Sunshine, independentemente do apoio irrestrito que sempre dera à sua mãe — além de ter que deixar para trás o seu passado, a jovem precisaria começar toda uma nova vida. Assim que cruzou a fronteira de Washington, Sunshine sentiu seu mundo escurecer e foi tomada por um mau pressentimento que ela não sabia como explicar.
Embora Kat não percebesse nada de diferente em seu novo lar, apesar da poeira e do aspecto sombrio do local, Sunshine sente que existe algo de aterrorizante na casa. Em sua primeira noite em Ridgemont, a garota é despertada pelo som de passos vindo de cima, seguido de um riso fantasmagórico de uma criança. Portas se fechando sozinhas e vozes no meio da noite são apenas algumas das coisas que, nos dias subsequentes, vão tornando o lugar cada vez mais assustador. Alheia ao terror da filha, Kat insiste que tudo não passa da imaginação prodigiosa de Sunshine.
Determinada a provar não só que sua mãe está errada, mas também que elas estão correndo sério perigo ali, a jovem começa a tirar fotografias desesperadamente para colher evidências da presença sobrenatural naquela casa. Em sua nova escola, ela conhece Nolan Foster, um colega de classe bonito, até que estudioso, apaixonado por fotografia e — mais importante — por fantasmas! Sensibilizado pela aflição dela e obviamente interessado em tais acontecimentos inusitados, ele se oferece para ajudá-la a descobrir o que de fato está acontecendo.
O que eles descobrem, contudo, é muito maior, mais profundo e intenso do que poderiam imaginar. À medida que os espíritos que assombram sua casa e os acontecimentos adensam em estranheza, Sunshine descobre, para sua perplexidade, que tudo o que sabia até então sobre o seu passado estava errado. Com sua família sob risco iminente, ela precisará enfrentar os seus piores medos — e encarar o “sobrenatural” — antes que seja tarde demais.
Sobrenatural
The Haunting of Sunshine Girl
Autor: Paige Mckenzie Com Alissa Sheinmel
Tradução: Edmundo Barreiros
Preço: R$ 29,50304 pp. | 14x21 cm
ISBN: 978-85-68432-39-6
Assuntos: FICÇÃO – ROMANCE/NOVELA, TERROR
Desde Michael Pollan não surgiu um
escritor tão poderoso
em busca de
uma revolução no sistema alimentar.
— The
Washington Post
Dan Barber
escreve com a mesma exuberância contida com que cozinha. Um
manifesto provocador, que consegue
equilibrar
uma originalidade corajosa com pesquisa meticulosa.
— ANDREW
SOLOMON, autor de Longe da árvore e O demônio do meio-dia
Combinar a excelência do sabor com
a qualidade nutritiva do alimento é a principal tarefa de um bom
cozinheiro. Segundo Dan Barber, um chef reconhecido pela militância
em prol da agricultura orgânica, essa combinação pode ser menos
lucrativa para produtores, mas garantirá a saúde de todos. Sua
pesquisa de dez anos sobre as formas de cultivo agrícola e criação
de animais para abate está em O terceiro prato – Notas de camposobre o futuro da comida, que chega às livrarias pelo Bicicleta
Amarela, o selo de bem-estar da Editora Rocco.
Partindo de uma reflexão sobre o que seria o alimento básico dos norte-americanos na metade do século XXI, Barber faz um levantamento do cultivo em seu país e na Europa. O primeiro prato corresponderia ao jantar típico nos Estados Unidos a partir dos anos 1950: um suculento bife, cuja carne seria de um boi criado em cativeiro e alimentado com milho, acompanhado por uma pequena porção de cenouras. O segundo prato seria o que se consome atualmente – um bife pequeno, com carne de boi criado em pasto aberto, alimentado naturalmente, mais cenouras orgânicas em quantidade razoável. O terceiro prato, a ser servido daqui a 35 anos, imagina o chef, teria uma cenoura em forma de bife, com molho de carne.
Um dos adeptos do movimento “farm-to-table”, Dan Barber questiona o quanto esse modelo de cultura orgânica incentiva uma alimentação cara e insustentável, desperdiçando partes dos produtos (talos de verduras e espinhas de peixe, por exemplo). Enquanto faz a defesa intransigente da agricultura natural, ele prega o aproveitamento do que é tradicionalmente desprezado na cozinha. A culinária requintada só tem a ganhar em sabor, diz Barber, descrevendo o prazer ao provar um prato do chef espanhol Ángel Leon, que engrossa molhos de pescado usando, em vez de manteiga, um purê de globo ocular de peixe. A criação de animais em vastos espaços, com liberdade de circulação e alimentando-se naturalmente, é também essencial para a boa alimentação, diz Barber, que preconiza que todos os restaurantes devem “saber o nome do produtor” que fornece os alimentos.
Informações sobre a história da alimentação e da agricultura nos Estados Unidos e no mundo estão em todo o texto, que descreve o preparo do solo e de alimentos, além de apresentar figuras pitorescas entre criadores e biólogos que cuidam de animais. Um deles, o espanhol Eduardo Souza, cria gansos para a produção de foie gras, sem submetê-los à alimentação forçada para aumentarem a gordura do fígado. Apaixonado pelas aves, ele cuida até que o abate delas seja o menos doloroso possível.
Os relatos sobre encontros com agricultores, criadores, biólogos e com outros chefs de cozinha e donos de restaurante são pincelados por doses de observações filosóficas e anotações sobre a prática predatória da indústria de alimentação. Segundo Barber, os paradoxos do cultivo industrial estão em todos os aspectos dos processos de produção. A maior ameaça às aves, diz, hoje não é a caça, mas a agricultura intensiva com agrotóxicos. Desde 1980, as populações aviárias nas fazendas europeias diminuíram cerca de 50%. Mais do que falar sobre gastronomia, O terceiro prato pretende advertir para o mundo que deixaremos aos nossos netos, recomendando a conservação e a proteção de espécies ameaçadas pela indústria da comida, como o atum vermelho.
Partindo de uma reflexão sobre o que seria o alimento básico dos norte-americanos na metade do século XXI, Barber faz um levantamento do cultivo em seu país e na Europa. O primeiro prato corresponderia ao jantar típico nos Estados Unidos a partir dos anos 1950: um suculento bife, cuja carne seria de um boi criado em cativeiro e alimentado com milho, acompanhado por uma pequena porção de cenouras. O segundo prato seria o que se consome atualmente – um bife pequeno, com carne de boi criado em pasto aberto, alimentado naturalmente, mais cenouras orgânicas em quantidade razoável. O terceiro prato, a ser servido daqui a 35 anos, imagina o chef, teria uma cenoura em forma de bife, com molho de carne.
Um dos adeptos do movimento “farm-to-table”, Dan Barber questiona o quanto esse modelo de cultura orgânica incentiva uma alimentação cara e insustentável, desperdiçando partes dos produtos (talos de verduras e espinhas de peixe, por exemplo). Enquanto faz a defesa intransigente da agricultura natural, ele prega o aproveitamento do que é tradicionalmente desprezado na cozinha. A culinária requintada só tem a ganhar em sabor, diz Barber, descrevendo o prazer ao provar um prato do chef espanhol Ángel Leon, que engrossa molhos de pescado usando, em vez de manteiga, um purê de globo ocular de peixe. A criação de animais em vastos espaços, com liberdade de circulação e alimentando-se naturalmente, é também essencial para a boa alimentação, diz Barber, que preconiza que todos os restaurantes devem “saber o nome do produtor” que fornece os alimentos.
Informações sobre a história da alimentação e da agricultura nos Estados Unidos e no mundo estão em todo o texto, que descreve o preparo do solo e de alimentos, além de apresentar figuras pitorescas entre criadores e biólogos que cuidam de animais. Um deles, o espanhol Eduardo Souza, cria gansos para a produção de foie gras, sem submetê-los à alimentação forçada para aumentarem a gordura do fígado. Apaixonado pelas aves, ele cuida até que o abate delas seja o menos doloroso possível.
Os relatos sobre encontros com agricultores, criadores, biólogos e com outros chefs de cozinha e donos de restaurante são pincelados por doses de observações filosóficas e anotações sobre a prática predatória da indústria de alimentação. Segundo Barber, os paradoxos do cultivo industrial estão em todos os aspectos dos processos de produção. A maior ameaça às aves, diz, hoje não é a caça, mas a agricultura intensiva com agrotóxicos. Desde 1980, as populações aviárias nas fazendas europeias diminuíram cerca de 50%. Mais do que falar sobre gastronomia, O terceiro prato pretende advertir para o mundo que deixaremos aos nossos netos, recomendando a conservação e a proteção de espécies ameaçadas pela indústria da comida, como o atum vermelho.
O terceiro prato
Observações sobre o futuro da comida
Autor: Dan Barber
Tradução: Ana Deiró
Preço: R$ 59,50480 pp. | 16x23 cm
ISBN: 978-85-68696-16-3
Assuntos: SAÚDE/ ALIMENTAÇÃO, ENSAIO, MEIO AMBIENTE/ECOLOGIA
Praticamente pela primeira vez na
vasta literatura sobre o tema, os integrantes da Comuna
são
apresentados e ganham vida como indivíduos complexos, em vez de
heróis proletários esquemáticos.”
– The
New Yorker
“Esta
vívida narrativa resulta de uma vida de estudos ricos e detalhados
dos movimentos sociais franceses no século XIX. É incomparável nas
descrições do papel das mulheres na Comuna e da maneira como os
conservadores estigmatizavam os pobres de Paris.” – The New
York Review of Books
Uma sociedade mais igualitária,
fraterna e livre era a promessa de um governo criado por militantes
de esquerda na poderosa Paris da segunda metade do século XIX. Nesta
comunidade, ou melhor, comuna, as classes populares formadas por
trabalhadores, operários e miseráveis, oprimidas pelas péssimas
condições de vida, poderiam finalmente circular na face iluminada
da Cidade Luz, cuja ribalta era reservada somente para uma elite que
desfrutava dos confortos remanescentes do passado imperial da capital
francesa. Mas os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, lemas
da Revolução Francesa, viriam a ser esmagados sob o som das
baionetas, fuzis e das mitrailleuses – que inspiraria a
criação da metralhadora. Por uma semana, Paris mergulhou em sangue.
O governo francês instalado em Versalhes reprimiu violentamente essa
sociedade autônoma. Em uma semana, corpos de homens, mulheres e
crianças, fossem ou não simpatizantes da Comuna, tomaram as ruas de
Paris no que foi chamado de Semana Sangrenta, de 21 a 28 de maio de
1871, considerado o maior massacre da Europa no século XIX.
A Comuna de Paris – 1871: origens e massacre, do prestigiado historiador da Universidade de Yale John Merriman, conta a história dessa sociedade que pretendia realizar o sonho de uma cidade onde todos se cumprimentassem pelo nome de cidadãos, e não de monsieur e madame, retrato de uma sociedade desigual, dominada por uma elite desumana, que vivia às custas de uma imensa classe de trabalhadores. Esses últimos, por sua vez, apesar de viverem em Paris, jamais podiam ser vistos circulando no Champs Elisées ou passando o tempo nas inúmeras cafeterias e bistrôs da capital francesa.
Em 18 de março de 1871, parisienses que moravam em Montmartre despertaram ao som das tropas francesas tentando se apoderar dos canhões da Guarda Nacional. As tropas estavam sob ordens de Adolphe Thiers, conservador que era chefe de um governo provisório recentemente instalado em Versalhes, antes residência dos Bourbon, monarcas do Antigo Regime. Thiers, temendo a mobilização de parisienses irados e radicais, queria desarmar Paris e sua Guarda Nacional. Os postos da Guarda eram preenchidos, em sua maior parte, por trabalhadores que queriam uma república forte e estavam enfurecidos com a capitulação do governo provisório na desastrosa guerra contra a Prússia, que começara em julho do ano anterior e causara a queda do Segundo Império (1852-1870), liderada pelo fraco Napoleão III.
Apesar dos esforços do exército francês, os homens e mulheres de Montmartre, Belleville e Buttes-Chaumont impediram corajosamente que as tropas tomassem os canhões. Frustrado, Thiers retirou suas forças de Paris para Versalhes, onde planejou reagrupá-las e, mais adiante, retomar a cidade. Milhares de parisienses ricos se juntaram a ele. Em Paris, militantes de esquerda proclamaram a Comuna, um governo autônomo e progressista que trouxesse liberdade para os parisienses. Famílias de bairros proletários passeavam pelos beaux quartiers da capital, imaginando uma sociedade mais justa, e se preparavam para tomar medidas a fim de tornar isso realidade. O hino da Comuna era “A Marselhesa”, que posteriormente tornou-se o hino nacional francês. A Comuna durou dez semanas antes de ser aniquilada durante a última e sangrenta semana de maio. Foi um massacre: em uma semana, foram executados mais de 15 mil parisienses.
Merriman retrata a criação e queda
da Comuna por meio, principalmente, de seus personagens. A
revolucionária Louise Michel foi considerada a representante maior
da força feminina da Comuna, na qual as mulheres tiveram papel
essencial na defesa da cidade. As parisienses não só cuidavam dos
feridos atacados pelo Exército de Versalhes como também pegavam em
armas na defesa do ideal da Comuna. O arcebispo Georges Darboy foi um
dos muitos representantes da Igreja Católica feitos refém pela
administração da Comuna. A Igreja era responsabilizada por
representar os valores aristocráticos e por compactuar com o
profundo abismo social existente na cidade. Por isso, durante a
Comuna, vários prédios e instalações com símbolos religiosos
foram atacados, num prenúncio ao laicismo que marca a sociedade
francesa atual. À medida que Thiers se aproximava da capital,
demolindo as defesas deficientes da Comuna, reféns significavam a
última alternativa de resistência dos militantes. Dezenas deles
foram executados pelos communards, entre eles, o arcebispo.
As mortes imputadas pelas tropas
francesas a seus próprios compatriotas prenunciaram os demônios do
século seguinte. Porque eles queriam ser livres. Este talvez tenha
sido o principal significado da Semana Sangrenta, de 21 a 28 de maio
de 1871, o maior massacre da Europa no século XIX.
A Comuna de Paris
1871: origens e massacre
Autor: John Merriman
Tradução: Bruno Casotti
Preço: R$ 59,50400 pp. | 16x23 cm
ISBN: 978-85-69474-02-9
Assuntos: HISTÓRIA, POLÍTICA
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