Quais os limites para algo já considerado abominável? Preconceito, racismo, violência... o que nós sabemos sobre tais agressões?
Pensando - e muito - sobre isso, o diretor Lee Daniels criou uma obra ímpar sobre a vida na auge da miséria. Mas não se trata apenas de miséria financeira. Em 'Precisosa', a miséria tem muitas faces, todas intrínsecamente ligadas.
Claireece Preciosa Jones (Gabourey Sidibe) é a peça central desse filme. Ela tem todos os requisitos para sofrer o preconceito: negra, obesa, pobre e praticamente analfabeta. Para piorar, Preciosa mora no Harlem, uma área violenta e pobre, um gueto como também são as favelas cariocas. Mas as coisas podem ficar ainda piores: acrescente a essa existênica tumultuada uma mãe drogada, uma filha com down que é fruto de um estupro do pai biológico de Preciosa. Sim, o pai é o avô da criança. E isso não é tudo...
Retratar a realidade com um grau tão alto de verdade pode ser, para muitos, incômodo. Logo, prepare-se para uma carga emocional muito forte.
Ah! Apesar de seu tamanho avantajado, a cara sempre carrancuda e o jeito bruto de ser, Claireece é uma adolescente. Ela gostaria que tudo fosse bem diferente e, em raros momentos de devaneios, ela usa sua mente para fugir da rotina de violência. Atentem que no mundo alternativo onde ela se isola, também estão as pessoas que direta ou indiretamente ela admira. Há um toque poético nessas passagens, evidenciando a importância de uma mente forte diante do impacto de uma vida dura e cruel.
Entretanto, não pense que a abordagem transforma Preciosa em uma heroína, a sobrevivente. Ela é uma guerreira e isso será moldado ao longo do filme. Em pouco tempo veremos uma menina acuada se tornar alguém que não mais se esconde. Também veremos que a realidade nunca é apenas em preto-e-branco. Há nuances capazes de lançar homens e mulheres em buracos dos quais podem jamais sair, exceto quando auxiliados por outras pessoas que se importam com o próximo, ainda que não de forma maternal. Ser duro e realista é uma forma de evitar o recolhimento em nossa própria compaixão. No universo de Preciosa, cada elemento tem uma motivação, algo que lhe dê credibilidade e faça com que os associemos a pessoas e situações com as quais já vimos ou nos deparamos. É brutal, porém acrescentará muito a quem assistir a obra.
Todo o elenco tem atuações impecáveis. Destaque total para as atuações de Gabourey Sidibe e Mo'Nique (a mãe que martiriza a própria filha). Também me surpreendi positivamente com a presença de Mariah Carey que está muito diferente e convincente como uma Assistente Social.
Enfim, Preciosa é um filme que aborda de forma crua e realista temas que irão abalar muitas pessoas. Incesto, abandono, tortura psicológica, desprezo, racismo, solidão e muito mais. Contudo, essa crueza é um pano de fundo para mostrar que mesmo em meio a um oceano de desgraças, ainda pode haver esperança, mesmo que materializada em uma simples tábua.
Ah! Apesar de seu tamanho avantajado, a cara sempre carrancuda e o jeito bruto de ser, Claireece é uma adolescente. Ela gostaria que tudo fosse bem diferente e, em raros momentos de devaneios, ela usa sua mente para fugir da rotina de violência. Atentem que no mundo alternativo onde ela se isola, também estão as pessoas que direta ou indiretamente ela admira. Há um toque poético nessas passagens, evidenciando a importância de uma mente forte diante do impacto de uma vida dura e cruel.
Entretanto, não pense que a abordagem transforma Preciosa em uma heroína, a sobrevivente. Ela é uma guerreira e isso será moldado ao longo do filme. Em pouco tempo veremos uma menina acuada se tornar alguém que não mais se esconde. Também veremos que a realidade nunca é apenas em preto-e-branco. Há nuances capazes de lançar homens e mulheres em buracos dos quais podem jamais sair, exceto quando auxiliados por outras pessoas que se importam com o próximo, ainda que não de forma maternal. Ser duro e realista é uma forma de evitar o recolhimento em nossa própria compaixão. No universo de Preciosa, cada elemento tem uma motivação, algo que lhe dê credibilidade e faça com que os associemos a pessoas e situações com as quais já vimos ou nos deparamos. É brutal, porém acrescentará muito a quem assistir a obra.
Todo o elenco tem atuações impecáveis. Destaque total para as atuações de Gabourey Sidibe e Mo'Nique (a mãe que martiriza a própria filha). Também me surpreendi positivamente com a presença de Mariah Carey que está muito diferente e convincente como uma Assistente Social.
Enfim, Preciosa é um filme que aborda de forma crua e realista temas que irão abalar muitas pessoas. Incesto, abandono, tortura psicológica, desprezo, racismo, solidão e muito mais. Contudo, essa crueza é um pano de fundo para mostrar que mesmo em meio a um oceano de desgraças, ainda pode haver esperança, mesmo que materializada em uma simples tábua.
Dados Técnicos - via Cineclick:
Diretor: Lee Daniels
Elenco: Gabourey Sidibe,
Mo'Nique, Paula Patton, Mariah Carey, Sherri Shepherd, Lenny Kravitz,
Stephanie Andujar, Chyna Layne, Amina Robinson, Xosha Roquemore, Angelic
Zambrana, Aunt Dot, Nealla Gordon, Grace Hightower, Barret Helms,
Kimberly Russell, Bill Sage, Susan Taylor, Kendall Toombs, Alexander
Toombs, Cory Davis, Rochelle McNaughton, Roy Anthony Tarell Harvey,
Abigail Savage, Rodney 'Bear' Jackson, Sapphire, Linda Watson, Emani
Reid, Dashawn Robinson, Ashley Livingston, Maurizio Arseni, Chazz
Menendez, Roy T. Anderson, Quishay Powell, Vivien Eng, Silje Vallevik,
Matthew Bralow, Shayla Stewart, Erica Watson, Ephraim Benton, Shortee
Red, Timothy Allen, Nigel Joaquin, Esley Tate
Produção: Sarah Siegel-Magness, Lee Daniels, Gary Magness
Roteiro: Geoffrey Fletcher
Fotografia: Andrew Dunn
Trilha Sonora: Mario Grigorov
Duração: 110 min.
Ano: 2009
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: PlayArte
Estúdio:
Lee Daniels Entertainment /
Lionsgate / Smokewood Entertainment Group
Classificação: 12 anos
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