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Malvinas, e não Falklands

Fonte: Diário do Centro do Mundo

Uma ótima descoberta ao navegar pela web. O site do jornalista Paulo Nogueira apresenta muitos textos interessantes e material bastante atualizado. Esta é uma de suas matérias, mas há muito mais para ler e curtir. Aproveitem...

Um comercial do governo argentino está provocando calafrios entre os britânicos.
Você pode vê-lo no pé deste artigo.
É uma comercial olímpico. Um atleta argentino aparece treinando duro para os jogos. “Para competir na Inglaterra treinamos em solo argentino”, diz a publicidade.
O solo argentino, no caso, são as Ilhas Malvinas. Ou Falklands, como os ingleses a chamam, um pequeno, inóspito, frio e provavelmente rico pedaço de terra no extremo sul do Atlântico em torno de cuja posse o Reino Unido e a Argentina brigam há muito tempo ora com argumentos, ora com armas.
Se você observa a folha corrida de cada país, não terá muita dúvida em dar a razão para a Argentina.
As Malvinas foram ocupadas pelos ingleses em 1833. Na força.
Era o auge do império britânico – cuja grande marca foi o vale tudo.
Na mesma época, por exemplo, os ingleses estavam traficando na China o ópio que produziam na Índia. Quando o governo chinês proibiu o tráfico, dados os enormes estragos provocados na sociedade, a Inglaterra moveu uma guerra ao fim da qual não apenas o ópio estava legalizado como Hong Kong foi tomada.
Na Jamaica, trabalhadores locais eram tratados miseravelmente para que os senhores ingleses fizessem fortuna com o açúcar produzido lá e vendido em todo o mundo. E a imagem icônica da Índia sob os ingleses são os nativos carregando como cavalos os conquistadores em pequenas carroças.
A razão, na era do império britânico, era definida pelos canhões.
Mas lembremos. Estamos em 2012.






Sobre o autor: Paulo Nogueira é jornalista e está vivendo em Londres. Foi editor assistente da Veja, editor da Veja São Paulo, diretor de redação da Exame, diretor superintendente de uma unidade de negócios da Editora Abril e diretor editorial da Editora Globo.

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