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Injustice: Gods Among Us. Review da Graphic Novel.

Por Franz Lima

Para os antigos jogadores de Mortal Kombat, a simples menção do nome de Ed Boon já traz à mente as mais violentas cenas de luta que os games já puderam nos oferecer. Quem não se lembra dos cada vez mais sangrentos Fatalities? O uso interativo dos cenários? Foram muitas inovações ao longo dos anos e isso gerou uma legião de fãs. 
Em contrapartida, o já consagrado Universo DC cujos ícones mais conhecidos são tratados como a Trindade (Superman, Batman e Mulher-Maravilha) dispensam maiores apresentações. Mas e quando a história é focada em um universo alternativo? Tema manjado? Então opinem após essa resenha de 'Injustice: Gods Among Us'...

A trama é o sonho de muitos dos fãs da DC. Um universo mais violento, heróis mais realistas e um visual muito mais sombrio. Sinal dos tempos? Pode ser.
Encontramos um Superman que realmente mantém relações com Lois Lane. Ela, inclusive, está grávida do herói e a descoberta é feita de uma forma bastante legal. Mas não pensem que a vinda de um bebê pode ser o início de uma era de paz para o Homem de Aço. Acreditem quando digo que é a partir daí que o inferno se instala em sua vida.
Clark não quer ficar com esta notícia para si e procura o Batman para dar a boa nova. Surpreendentemente, mas com coerência aos atributos do detetive, Bruce antecipa-se e revela ter acabado de descobrir qual seria a novidade. Novamente uma aura de paz parece pairar, porém é bom relembrar que aparências enganam. O trecho a seguir contém Spoilers.

O que se passa daí em diante é uma Montanha Russa de desgraças. Não há como descrever de outra forma. Jimmy Olsen é assassinado e Lois é sequestrada pelo Coringa. A pedido do próprio Superman, toda a Liga da Justiça é colocada em ação para buscar o paradeiro da repórter. Batman encontra o corpo do Espantalho, morto pelo gás do sorriso do Coringa. Superman a encontra em um cativeiro mantido pelo Coringa. Creio que muitos acreditam que este é o final da história, principalmente se levarmos em conta que o Homem que Ri não é páreo para Clark, mas um coringa é sempre uma carta perigosa quando posta em jogo.
Valendo-se do gás do medo, Arlequina e Coringa conseguem despertar o maior temor do herói: Apocalipse, o monstro irrefreável que 'matou' Superman. A ilusão provocada pela ação alucinógena, leva-o a arrastar Apocalipse para fora da atmosfera terrestre. Entretanto, o monstro é na verdade Lois Lane que, infelizmente, morre por asfixia. Para piorar tudo, um dispositivo é fixado ao coração de Lois que, ao parar, aciona uma bomba nuclear que devasta toda Metrópolis. 
Destruído pela perda, Kent parte para encontrar o já capturado assassino. Mas todos sabem que o ódio está muito forte nele e pode levá-lo a cometer um ato do qual se arrependerá. O Lanterna Verde tenta dissuadi-lo, mas não há poder capaz de conter a fúria do Superman. Frente a frente com o responsável pela morte daqueles que amava, o desfecho só poderia ser trágico: o Coringa morre nas mãos do homem que jurou não matar jamais.

Notas sobre a história:

Injustice é dividida em 5 partes e tem diversos desenhistas e coloristas como responsáveis pela obra. O roterista é o mesmo do primeiro ao quinto episódio. 
Basicamente a revista é um prequel para o game homônimo, uma justificativa para que heróis e vilões entrem em conflito.
A morte do Coringa é um estopim para que Arlequina fique ainda mais ensandecida e também é a agulhar percursora para um novo e mais violento Superman. 
O que temos é uma fusão entre A Piada Mortal (onde o Coringa quer provar que todos podem ficar loucos após um dia ruim) e Cavaleiro das Trevas (a HQ de Frank Miller na qual o Batman finalmente mata o vilão). 
Não há nada muito diferente na história e os desenhos também não são um grande destaque, mas vale pela curiosidade. É visível que alguns personagens tem seus uniformes diretamente influenciados por versões cinematográficas, principalmente o Batman que é quase uma cópia do que vimos nos dois últimos filmes  da trilogia de Christopher Nolan. 
Creio que ainda não temos a versão impressa no país. O que acessei foi uma versão em inglês e também não tive notícia de outras versões traduzidas, porém não é algo muito complicado de achar. 
Obs.: algumas das cenas que vi sobre o game não me causaram impacto, principalmente quando vejo o Asa Noturna espancando o Superman (meio sem lógica, mas jogo é jogo).
Assistam agora ao trailer legendado do game:





Ficha Técnica: 

Roteiro de Tom Taylor
Arte por Bruno Redondo, Jheremy Raapack, Axel Gimenez e Mike Miller
Cores por Alejandro Sanchez e outros.

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