O renomado autor de
maravilhosos livros de auto-ajuda se arrisca nas veredas do romance pela
primeira vez. Tenho a esperança de que tenha sido a última.
Sempre
desconfiei de livros cujo prefácio tenha sido escrito pelo próprio escritor da
obra por não me parecer muito confiável. Ler o prefácio deste livro de capa
muito bonita é como ouvir um monólogo de auto elogio em que o autor, após
rasgar seda para si mesmo, expõe um pouco da história que será lida. O problema
é que os capítulos 1 a
3 são uma releitura do prefácio o que torna a leitura tediosa.
Vencidos os
primeiros capítulos na esperança de encontrar um romance interessante, o leitor
se decepcionará profundamente ao se deparar com uma história boba, infantil,
ingênua de um estudante de medicina que se choca com o cadáver de um mendigo e
ao tentar resgatar o passado deste, encontra um outro mendigo PhD em filosofia
que mudará para sempre seu destino e sua vida. O mendigo e o estudante passam a
se divertir fazendo discursos inflamados no parque da cidade e, pasmem, todos
os passantes param para ouvir e abraçar as arvores e dialogar com as flores. Em
meados do livro percebi que não se trata de fato de um romance, mas um livro de
auto ajuda disfarçado, com seus tradicionais monólogos longos e intromissões
explicativas do autor. Talvez o livro consiga prender a atenção de estudantes
de psiquiatria ou psicologia.
Se o leitor decidir lê-lo como mais um livro de auto-ajuda, no que
Augusto Cury é expert, talvez consiga
vencer o sonífero no qual as páginas foram embebidas. A partir do capítulo 14 a história muda bastante
quando o estudante se forma e se afasta um pouco de seu amigo mendigo PhD
filósofo. Infelizmente o padrão de narrativa não muda junto com a história.
Fazendo uma comparação com o cinema a melhor descrição deste livro poderia se
resumir ao bonequinho dormindo na poltrona.
Nunca curti muito o Cury... Já li 3 livros dele, mas não dá... DX
ResponderExcluirAchei muito interessante a sua crítica, porém, ao mesmo tempo acho ela exagerada. A escrita de Curry não apresenta um modo cansativo, muito pelo contrário, apresenta uma forma gostosa de se ler, onde o autor consegue prende-lo pelo fato de surpreender em cada frase. Não é infantil uma pessoa se questionar o porque das coisas, esse preceito simples de filosofia vem sendo esquecido com o passar das décadas. Se este romance parece auto ajuda é pelo fato de com esta bela história o autor conseguir mostrar ao leitor o quão lindo é a vida, e que não importa o tão baixo você estiver ( como o mendigo) você pode se reerguer. É uma brilhante história reflexiva e que vale muito a pena ser lida.
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