Por: Filipe Gomes Sena.
Quando eu
assisti Watchmen, uma das coisas que mais me chamaram atenção foi o fato de que
quase nenhum dos “heróis” da história possuíam poderes. Isso foi um pouco
decepcionante de inicio, mas dentro do contexto da história fazia todo o
sentido. Mas um personagem de Watchmen era justamente o oposto. Enquanto nenhum
dos outros possuía superpoderes, um deles tinha o poder próximo ao de um
deus. Estou falando isso por que foi publicada Antes de Watchmen: Dr.
Manhattan. A terceira da minha lista de
mais aguardadas.
Antes de Watchmen: Dr Manhattan foi
publicada em 4 edições compiladas em um encadernado com preço de capa de R$
12,90. Escrita por J. Michael Straczynski, que também escreveu a Antes de Watchmen
do Coruja, e desenhada por Adam Hughes. Assim como os outros encadernados, essa
HQ também pode ser encontrada com duas capas.
Como eu já havia comentado no meu texto sobre Antes de Watchmen: Rorschach dois personagens de Watchmen são muito bem desenvolvidos na série original, Rorschach e Dr. Manhattan. Por isso, assim como na série de Rorschach essa história não tem muita cara de origem, apesar de explorar bastante o passado. Eu gostaria bastante de falar de como eu me diverti lendo essa revista e de como, apesar de não acrescentar à obra original, continua sendo uma boa leitura. Gostaria, mas não dá.
O foco principal da história é o Dr.
Manhattan analisando alguns possíveis acontecimentos que não ocorreram devido a
alguma decisão tomada por ele. Essa parte da história até que não é tão ruim,
mas isso só acontece a partir da segunda parte da história. Antes disso somos
forçados a passar por páginas pouco interessantes que contém, essencialmente, o
nosso protagonista em um monólogo sobre ele mesmo. Coisa que não parece tão
estranha aos que já conhecem Watchmen, mas devo lembrar que Dr. Manhattan é de
longe um dos personagens mais complexos já feitos para as histórias em
quadrinhos e, provavelmente, é uma das provas do tamanho da qualidade de Alan
Moore como roteirista. E pro azar de J. Michael Straczynski, ele não é Alan
Moore. Na tentativa de simular o que foi feito o que vemos é um cara azul que
lembra o Dr Manhattan original, mas com um conflito interno bem mais raso e com
uma filosofia bem mais simples do que a exigida pelo personagem.
Mas talvez esse não seja o maior dos
problemas. O que mais me deixou entediado ao ler essa história foi o fato dela,
em alguns momentos, simplesmente parar no lugar e não andar por tempo
suficiente pra deixar o leitor impaciente. Ficamos presos em páginas, que
inclusive parecem mais do que realmente são, de um monólogo existencialista que
parece não ter fim e que não deixa a história andar. Nem a arte consegue
levantar a história, inclusive é fácil se esquecer que a arte Adam Hughes é
muito boa por causa do resto que não ajuda em nada.
Por fim eu posso resumir a leitura
de Antes de Watchmen: Dr. Manhattan como uma experiência bem entediante. Não
tenho dúvidas ao dizer que essa é a história mais fraca do Antes de Watchmen
até agora, e desejo sinceramente que seja mais fraca do que todas que ainda
estão pra sair.
Obrigado, Filipe, pelo incentivo em não ler Before Watchmen! =P
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