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Resenha de Dollar Bill e Moloch. A mais recente edição de Antes de Watchmen

       

         Em boa parte dos projetos grandes na industria de quadrinhos, entenda projeto grande como coordenar várias publicações em uma única série, existem os carros chefe e as publicações menos esperadas ou simplesmente não obrigatórias. Com Antes de Watchmen isso não foi diferente. Falo isso por que duas dessas publicações dividem o volume numero 7 da série. Estou falando de Antes de Watchmen – Dollar Bill & Moloch.
            As duas minisséries publicadas em conjunto em um encadernado de 84 páginas pelo preço de capa de R$ 9,90. Mais uma vez com duas opções de capa. Os dois números da mini Moloch são roteirizados por J. Michael Straczynski, que também assina o roteiro da série do Coruja e do Dr. Manhattan, e ilustrada por Eduardo Risso, também conhecido como o desenhista da premiadíssima 100 Balas. Dollar Bill, também dividida em duas partes, é roteirizada por Len Wein, também roteirista de Antes de Watchmen - Ozymandias , e desenhada por Steve Rude.
            Ambas as histórias tem uma pegada muito similar, as duas são histórias puramente sobre a origem dos personagens. Não posso dizer que as histórias são fora de série, mas não decepcionam. Ambos os personagens tem uma função muito secundária na trama original e dos dois só Moloch despertou minha curiosidade. Vale lembrar também que Dollar Bill sempre foi considerado um membro pouco relevante dos Minutemen.
            Chega a ser engraçado como a combinação das duas histórias no volume se torna interessante. O fato é que elas são extremos opostas. Enquanto Moloch é corrompido, motivado pelo péssimo tratamento que as pessoas lhe dão. Ao contrário do que acontece com Dollar Bill, que sempre foi admirado por todos desde jovem e atinge a glória quando se torna o justiceiro mascarado patrocinado por um banco e entra para os Minutemen. A diferença entre as trajetórias dos dois personagens cria um contraste interessante que faz a combinação das duas histórias melhorar a experiência de leitura. Duvido que ler as duas histórias em separado cause o mesmo efeito. Mas o verdadeiro mérito dos dois roteiristas é justamente o fato de trabalhar com dois personagens de background tão raso até então.
            Quanto a arte não tenho muito a dizer. O traço aparentemente simplório de Eduardo Risso somado com a habilidade que o argentino tem em usar sombras pra compor a sua narrativa visual funcionam muito bem com a história de Moloch. Da mesma forma que o traço de Steve Rude, que remete a um estilo antigo, dá uma cara bem interessante à história de Dolar Bill.
            Por fim cabe dizer que Antes de Watchmen – Dollar Bill & Moloch traz um aprofundamento de dois personagens que fazem participações muito discretas na obra original de Alan Moore. O tamanho das histórias ajuda nesse caso, já que dificilmente um leitor permaneceria interessado em origens de personagens tão secundários. As histórias são curtas porque não tem muito o que contar, e agradeço pelo fato dos roteiristas estarem cientes disso.

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