Pular para o conteúdo principal

Livro inacabado de autor de 'O Senhor dos Anéis' é lançado no Reino Unido


Fonte: Divirta-se, com base no texto original da Agence France-Presse

A primeira obra em prosa do autor de 'O Senhor dos Anéis', John Ronald Reuel (JRR) Tolkien, um texto inédito e inacabado que é precursor de seus livros mais famosos, foi lançada na quinta-feira no Reino Unido.


Escrito em 1914-1915, quando JRR Tolkien era ainda um estudante na prestigiosa Universidade de Oxford, 'A história de Kullervo' (The Story of Kullervo) se inspira no trágico destino de um personagem da mitologia finlandesa.

Apaixonado desde jovem pelas línguas antigas, o jovem Tolkien estava particularmente interessado em uma coletânea de velhas histórias finlandesas, a "Kalevala", que conta a história de Kullervo. 

"Com esta história, é a primeira vez que JRR Tolkien, que até então era um poeta, começou a escrever um texto em prosa", explica Vincent Ferré, professor de literatura comparada da Universidade de Paris Leste.

"Podemos dizer que Tolkien faz seus ensaios", afirmou ainda o especialista no escritor britânico, que vê no texto "um exercício de estilo juvenil". 

"Por fim, abandona esta historia antes de acabá-la, para passar a escrever textos mais pessoais e originais". 

Audiência maior

'A história de Kullervo' já foi publicada em 2010 na revista acadêmica 'Estudos Tolkien' pela professora Verlyn Flieger, da Universidade americana de Maryland. Ela copiou o manuscrito escrito com lápis por Tolkien e conservado na famosa biblioteca Bodleian de Oxford. 




"Pensei que merecia um público mais amplo que os assinantes de uma revista acadêmica, e assim me dirigi aos herdeiros de Tolkien para propor a eles publicá-lo em separado", afirmou Flieger. 

Uma vez que obteve seu acordo, colocou-se em contato com a editora das obras de Tolkien, HarperCollins, para supervisionar esta edição que também contém notas do escritor.

"É sua primeira obra mítica em prosa, e por isso, precursora do que vem depois", afirmou Flieger. 

"Também é inegável que é sua obra mais sombria, que esboça os aspectos mais obscuros de seu mundo inventado", a Terra do Meio, cenário das aventuras do Senhor dos Anéis.

Kullervo é, dessa forma, "uma das fontes de Turin Turambar, uma figura central na mitologia de Tolkien, o futuro herói de "Os filhos de Húrin" e de um capítulo de Silmarillion.

"Ambos são malditos, seu pai conheceu um fim trágico, vítima de um personagem com poderes mágicos", explicou Ferré. 

O 'Silmarillion', que foi publicado postumamente em 1977 (JRR Tolkien morreu em 1973), é uma saga que abrange as histórias de 'O Hobbit' e 'O Senhor dos Anéis'.

Páginas desconhecidas

Outros manuscritos de Tolkien foram publicados nos últimos anos, incluindo 'Os filhos de Húrin', em 2007, 'A lenda de Sigurd e Gudrún', em 2009, e a 'A queda de Artur', em 2013. 

Segundo Flieger, ainda há muitos textos inéditos de Tolkien na biblioteca Bodleian, principalmente "notas para conferências, assim como escritos mais curtos".

"Há centenas de páginas de Tolkien ainda desconhecidas para o público em geral, especialmente em relação a suas línguas inventadas", explicou Ferré, que, no entanto, duvida que possam constituir novas obras.

O filho de JRR Tolkien, Christopher Tolkien, já publicou tudo que podia ser publicado, completou Ferré.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Bethany Townsend, ex-modelo, expõe bolsa de colostomia de forma corajosa.

Bethany Townsend é uma ex-modelo inglesa que deseja, através de sua atitude, incentivar outras pessoas que sofrem do mesmo problema a não ter receio de se expor. Portadora de um problema que a atinge desde os três anos, Bethany faz uso das bolsas de colostomia  que são uma espécie de receptáculo externo conectado ao aparelho digestivo para recolher os dejetos corporais, e desejou mostrar publicamente sua condição.  Quero que outras pessoas não tenham vergonha de sua condição e é para isso que me expus , afirmou a ex-modelo. Bethany usa as bolsas desde 2010 e não há previsão para a remoção das mesmas.  Eu, pessoalmente, concordo com a atitude e respeito-a pela coragem e o exemplo que está dando. Não há outra opção para ela e isso irá forçá-la a viver escondida? Jamais... Veja o vídeo com o depoimento dela. Via BBC

Suzane Richthofen e a justiça cega

Por: Franz Lima .  Suzane von Richthofen é uma bactéria resistente e fatal. Suas ações foram assunto por meses, geraram documentários e programas de TV. A bela face mostrou ao mundo que o mal tem disfarces capazes de enganar e seduzir. Aos que possuem memória curta, basta dizer que ela arquitetou a morte dos pais, simulou pesar no velório, sempre com a intenção de herdar a fortuna dos pais, vítimas mortas durante o sono. Mas investigações provaram que ela, o namorado e o irmão deste foram os executores do casal indefeso. Condenados, eles foram postos na prisão. Fim? Não. No Brasil, não. Suzane recebeu a pena de reclusão em regime fechado. Mas, invariavelmente, a justiça tende a beneficiar o "bom comportamento" e outros itens atenuantes, levando a ré ao "merecido" regime semi-aberto. A verdade é que ela ficaria solta, livre para agir e viver. Uma pessoa que privou os próprios pais do direito à vida, uma assassina fria e cruel, estará convivendo conosco, c

Pioneiros e heróis do espaço: mortos em um balão

* Há exatamente 100 anos subir 7400 metros, num balão, era um feito memorável. Consagrados por isto, três franceses - Sivel, Crocé-Spinelli e Tassandier - resolveram tentar uma aventura ainda mais perigosa: ultrapassar os 8 mil metros de altitude. Uma temeridade, numa época em que não existiam os balões ou as máscaras de oxigênio e este elemento precioso era levado para o alto em bexigas de boi com bicos improvisados. Uma temeridade tão grande que dois dos pioneiros morreram. Com eles, desapareceu boa parte das técnicas de ascensão da época que só os dois conheciam. Texto de Jean Dalba Sivel No dia 20 de abril de 1875, mais ou menos 20 mil pessoas acompanhavam à sua última morada, no cemitério de Père-Lachaise, os despojos de Teodoro Sivel e de Eustáquio Crocé-Spinelli - os nomes, na época da produção do artigo, eram escritos em português para facilitar a leitura e "valorizar" nossa própria cultura. A grafia correta dos nomes é Théodore Sivel e Joseph Eustache Cr