Pular para o conteúdo principal

Ferdinando, o Touro. Será que o filme fará jus ao curta-metragem?

Baseado em uma obra literária de Munro Leaf, ilustrada por Robert Lawson, o curta-metragem da Disney "Ferdinando, o touro" fez sucesso ao mostrar um touro espanhol que se rendia aos encantos das flores. 
Então, recentemente recebemos a notícia de que haverá um longa baseado no desenho da Disney. 
O Touro Ferdinando seguirá, pelos que as aparências apontam, a mesma premissa de suas origens, mostrando um animal dócil e sonhador.
Mas qual o atrativo em uma história como essa? E será que teremos algo à altura da obra original?
Bem, as primeiras cenas já dão uma clara ideia do que teremos. Ferdinando é um touro que sofre com a incompreensão dos humanos e o escárnio de seus semelhantes. Ele é calmo, dócil, apaixonado por flores e, sobretudo, incapaz de machucar alguém.
Sua imponência e porte mantêm todos afastados, algo que ele não deseja. Ferdinando é um amante da vida e jamais poria a vida de outro ou a sua própria em risco por conta de diversão.
Na narrativa da animação da Disney Ferdinando e os outros touros estão passando por uma seleção para participar da tourada, a honra máxima para um touro. Sem qualquer vontade de participar, ele vai se sentar à sombra de uma árvore e um acidente o deixa descontrolado, provocando a admiração dos homens que vieram escolher El Toro.
Eu vi a animação - que está disponível ao final deste post - e assisti, obviamente, ao primeiro trailer dessa nova versão do Touro bondoso. As duas estão bem similares.
O que me anima é a possibilidade de abordar mais da infância de Ferdinando, descobrir como ele foi quando pequeno e ver o quanto de criatividade os roteiristas aplicarão para dar credibilidade a uma história como essa. 
Isso é apenas uma parte da trama, já que essa história é - em sua essência - uma ode ao respeito pela individualidade. Ferdinando não é igual a todos os outros. Isso o torna especial. Ele vive em seu mundo e isso lhe basta. Com essa premissa, Ferdinando faz o papel de milhões de pessoas que sofrem por suas particularidades, por seu jeito de ser, cor e até pela raça. 
O que aguardo é o já característico tom bem humorado e, além disso, uma crítica social velada que faça o espectador refletir sobre a própria vida.
Afinal, somos todos iguais, apesar das incontáveis diferenças. E que esse simpático tourinho ajude a aumentar a consciência da necessidade de convivermos em paz.
A direção do longa contará com Carlos Saldanha, o brasileiro responsável por Rio. A previsão de estreia é para o dia 14 de dezembro de 2017.


Texto: Franz Lima. Curta nossa fanpage: Apogeu do Abismo.


Comentários

  1. O novo filme é realmente muito bom! Eu esperava ver uma animação bem feita e uma estória até triste e melancólica, mas do início ao fim o tom é positivo. Pais e filhos vão adorar os personagens e aprender preciosas lições de otimismo consciente, de bondade e amizade, enquanto se divertem a valer. Uma ótima pedida para as férias, vale o ingresso e a pipoca da família inteira. Honestamente, é um dos melhores filmes de animação que vi no ano passado. Envolvente desde os primeiros minutos, a sensível estória leva a gente a pensar sobre como encaramos nossa vida. É muito fácil se identificar com os personagens e seus dramas, e o mais surpreendente é que há tanto bom humor que o peso do contexto (um touro que tem como destino uma tourada não é nada mais do que uma alegoria da humanidade rumando para o final inevitável da morte) permanece como uma leve ameaça constante porém sem dominar os sentimentos do espectador.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Bethany Townsend, ex-modelo, expõe bolsa de colostomia de forma corajosa.

Bethany Townsend é uma ex-modelo inglesa que deseja, através de sua atitude, incentivar outras pessoas que sofrem do mesmo problema a não ter receio de se expor. Portadora de um problema que a atinge desde os três anos, Bethany faz uso das bolsas de colostomia  que são uma espécie de receptáculo externo conectado ao aparelho digestivo para recolher os dejetos corporais, e desejou mostrar publicamente sua condição.  Quero que outras pessoas não tenham vergonha de sua condição e é para isso que me expus , afirmou a ex-modelo. Bethany usa as bolsas desde 2010 e não há previsão para a remoção das mesmas.  Eu, pessoalmente, concordo com a atitude e respeito-a pela coragem e o exemplo que está dando. Não há outra opção para ela e isso irá forçá-la a viver escondida? Jamais... Veja o vídeo com o depoimento dela. Via BBC

Suzane Richthofen e a justiça cega

Por: Franz Lima .  Suzane von Richthofen é uma bactéria resistente e fatal. Suas ações foram assunto por meses, geraram documentários e programas de TV. A bela face mostrou ao mundo que o mal tem disfarces capazes de enganar e seduzir. Aos que possuem memória curta, basta dizer que ela arquitetou a morte dos pais, simulou pesar no velório, sempre com a intenção de herdar a fortuna dos pais, vítimas mortas durante o sono. Mas investigações provaram que ela, o namorado e o irmão deste foram os executores do casal indefeso. Condenados, eles foram postos na prisão. Fim? Não. No Brasil, não. Suzane recebeu a pena de reclusão em regime fechado. Mas, invariavelmente, a justiça tende a beneficiar o "bom comportamento" e outros itens atenuantes, levando a ré ao "merecido" regime semi-aberto. A verdade é que ela ficaria solta, livre para agir e viver. Uma pessoa que privou os próprios pais do direito à vida, uma assassina fria e cruel, estará convivendo conosco, c

Pioneiros e heróis do espaço: mortos em um balão

* Há exatamente 100 anos subir 7400 metros, num balão, era um feito memorável. Consagrados por isto, três franceses - Sivel, Crocé-Spinelli e Tassandier - resolveram tentar uma aventura ainda mais perigosa: ultrapassar os 8 mil metros de altitude. Uma temeridade, numa época em que não existiam os balões ou as máscaras de oxigênio e este elemento precioso era levado para o alto em bexigas de boi com bicos improvisados. Uma temeridade tão grande que dois dos pioneiros morreram. Com eles, desapareceu boa parte das técnicas de ascensão da época que só os dois conheciam. Texto de Jean Dalba Sivel No dia 20 de abril de 1875, mais ou menos 20 mil pessoas acompanhavam à sua última morada, no cemitério de Père-Lachaise, os despojos de Teodoro Sivel e de Eustáquio Crocé-Spinelli - os nomes, na época da produção do artigo, eram escritos em português para facilitar a leitura e "valorizar" nossa própria cultura. A grafia correta dos nomes é Théodore Sivel e Joseph Eustache Cr