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Christopher Nolan e os motivos para escolher Bane como vilão

Bane nos games
Muitos se perguntam quais foram os motivos que levaram o diretor Christopher Nolan a escolher o vilão Bane como o inimigo principal para o último filme de sua  trilogia do Cavaleiro das Trevas. Após o Espantalho, Ra´s Al Ghul, Duas-Caras e o Coringa, muitos outros inimigos entraram na lista de prováveis participantes do último filme sobre Batman. Croc, Hera Venenosa, Arlequina, Chapeleiro Louco, Charada e mais, todos com muito mais apelo junto ao público. Todos, por assim dizer, populares.
Mas o diretor de A Origem não iria se deixar levar por algo tão óbvio. Como em seus filmes anteriores, ele continuou na busca por surpresas, personagens que seriam capazes de afrontar o Batman não apenas fisicamente, mas, sobretudo, no campo psicológico. 
ATENÇÃO: APESAR DE NÃO CONFIRMADO, O RELATO ABAIXO PODE SER SPOILER DO FILME!

Superpowers # 32 - A origem de Bane
Bane é um vilão atípico, fruto de uma infância e adolescência em um presídio de segurança máxima. Em Pietra Dura estava presa a mãe de Bane. Lá ele nasceu e ali ele cresceu. Com a morte de sua mãe, não havia mais quem o defendesse e, por isso, o menino órfão foi assediado por um assassino. O pedófilo - é o que fica subentendido - pretendia transformar a criança em seu objeto sexual e moeda de troca na prisão. Inicialmente, não existia uma fuga para o garoto. Bane chorou e aguardou o molestador, mas um homem o avisou que "ou luta por sua vida ou ela será interrompida brutalmente". Acuado, sem opções, o menino deu lugar a um animal descontrolado. 
Quando o pedófilo e estuprador entrou na cela de Bane (que ainda não tinha esse nome), ele selou seu destino: a morte. Com selvageria e frieza, o homem foi assassinado pela criança. O castigo por tal crime foi a solitária, já que ele estava previamente condenado à prisão perpétua pelos crimes do próprio pai. O menino que viria a se tornar Bane ficou em isolamento total por um período de dez anos. 
Muitos apostaram, ao final da pena, que os carcereiros iriam retirar um zumbi, pois mente alguma sobreviveria a tamanho sofrimento. Contrariando todas as expectativas, um jovem e forte homem sai da solitária e, por tal feito, acaba por ganhar prestígio na prisão. A influência de Bane lhe rende imediatamente novos benefícios, entre eles o acesso a livros, os quais lê compulsivamente, ampliando os conhecimentos e a cultura. Para aprimorar o físico, ele modela por meio de exercícios o corpo, tornando-se um homem muito forte, ainda que distante do que iria se transformar num futuro próximo. Por meio das leituras e dos relatos de seu amigo o Pássaro, ele descobre a existência de Gotham e de seu guardião, o Cavaleiro das Trevas, o Morcego.
Durante toda a sua vida, Bane sofre com pesadelos nos quais um morcego é o responsável por sua queda. Ciente da existência de alguém que representa o que mais teme, toma a decisão de fugir e destruir seu maior temor. É o começo da queda do morcego...
A influência dele aumenta e isso chama a atenção da direção do presídio. Como lutador e líder, Bane passa a ser uma ameaça direta ao diretor que, junto com uma comissão médica, resolve testar uma nova droga no corpo de Bane. Outros presidiários já haviam passado pelo processo e morreram, fato que não passou em branco por ele e seus comparsas.
Só havia um jeito de sair de Pietra Dura: morto. E foi isso que fez. Valendo-se de  técnicas para minimizar os sinais vitais, Bane é dado como morto após uma aplicação de uma grande dose de Veneno (a droga que aumenta a força) e, por isso, arremessado ao mar, onde os tubarões devorariam seus restos mortais.
Sobrevivendo a mais uma provação, o fugitivo consegue escapar das águas e da morte, indo parar em Gotham, a cidade dominada pela representação máxima de tudo que teme.
Com um intrincado plano, apoiado por seus amigos fugitivos de Pietra Dura (resgatados mais tarde pelo próprio Bane que invadiu a prisão e matou o diretor) e já um líder no submundo de Gotham, iniciou um esquema que, em meses, levou o Batman ao desgaste absoluto.
Uma fuga em massa do Asilo Arkham pôs os maiores inimigos do morcego à solta. Sem dormir, mal alimentado e extremamente cansado, o Morcego consegue prender a maioria dos fugitivos, mas não sem sofrer lesões em combate, estresse e um desgaste emocional extremo. É nestas condições que Bane o encara e, sem muito esforço, derrota o Batman em combate e o torna paraplégico com um golpe na coluna vertebral.
Mulher-Gato



Ao contrário do Bane mostrado no filme de Joel Schumacher, o personagem dos quadrinhos é frio, inteligente e extremamente forte, não cometendo os mesmos erros que todos aqueles que estão presos em Arkham cometeram. Ele não teve pressa, estudou o Batman e minou todas as forças para confrontá-lo, o que deixa claro o quão inteligente ele é.
Os filmes anteriores de Nolan são seu portfólio. Nenhum deles decepcionou e sei que este também não irá ficar abaixo de seus antecessores.
Para os que criticam a escolha deste personagem e a inclusão de Anne Hathaway como Selina Kyle (a mulher-gato) deixo esta frase: "eu acredito em Christopher Nolan".


Comentários

  1. artigo interessante. e Esse história do Bane tem potencial de render um ótimo filme.

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  2. Obrigado aos dois pelos comentários. Eu sei que a história será muito boa e, honestamente, recomendo a leitura dos quadrinhos citados na matéria. Batman: Darknight Rises será ótimo.
    I believe in Christopher Nolan.

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  3. Obrigado pelo elogio. Mais artigos virão. Abraços...

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  4. Simplesmente ótimo artigo. Porém ainda acho que ficou meio zoado o Bane aparentemente no filme. D:

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  5. Também tive uma sensação ruim ao saber que Bane seria o antagonista de Batman, mas é preciso acreditar no trabalho coerente e irretocável de Nolan junto ao Morcego.

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  6. Parabéns, ótimo post, não muito curto e nem longo demais, e muito bem escrito e principalmente, sem ser tendencioso.
    Muito bom!

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