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A Época do bom senso já passou


"Este é um desabafo do Gustavo que, honestamente, está presente na mente de muitos leitores. Não é preciso ser intelectual, ler muito ou ter conhecimento sobre física quântica para perceber que a mídia está voltada à promoção deste carinha. Quem é a mente por trás dele, provavelmente, não saberemos, porém é inegável o esforço em transformar a "música" ridícula dele em algo proveitoso para o país. 
A música serteneja, o funk, a música de gueto, o forró, o soul, a black music, a música erudita, a popular ou qualquer outro estilo musical tem seu valor, isto é inegável. Mas não podemos deixar que algo pré-fabricado, imposto por sabe Deus quem, venha a se tornar referencial. 
Ainda bem que, cedo ou tarde, o modismo passa e, espero, a sonoridade musical brasileira volte a seu patamar anterior. É triste ver uma cultura musical tão ampla estar limitada a ser representada por algo tão medíocre quanto Teló e sua "música".
P.S.: cada um tem o direito de ouvir o que bem entenda, isto é fato. Contudo não sou obrigado a concordar ou aceitar que algo tão fraco me seja imposto por todos os tipos de mídias como um "fenômeno". Estilo musical não se discute. O que não pode se tornar rotina é ver músicas de conteúdo fraco e de baixa qualidade circularem como "a tradução da nossa cultura popular".
(Franz Lima)
A fonte da matéria abaixo é de Gustavo Magnani, no Literatortura
Época pisou na bola. E ela estourou. Bem perto do meu ouvido. E eu? Fiquei bem irritado.
Não é ser pseudo-intelectual, pseudo-crítico, pseudo-ôcaralho. É a vergonha que sinto por ver uma das maiores revistas nacionais com uma capa dessas. E vou expor meus argumentos. Não faria vocês perderem tempo apenas lendo um hater.
“traduz o valor da cultura popular para todas as classes” disse Época.
Aqui vai a música:
Nossa, nossa
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego
Delícia, delícia
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego
Sábado na balada
A galera começou a dançar
E passou a menina mais linda
Tomei coragem e comecei a falar
(O resto é repetição.)

1)  Vocês podem ver. É nítido. Não vejo representação de cultura popular nenhuma. Fala-se de uma balada, de um cara idiota que repete “assim você me mata”. Típica cantada canastrona, mas sem graça, porque não está dentro de um filme pastelão.
2)  A cultura popular brasileira é riquíssima. Os grandes mestres detém dificuldade em sintetizá-la em apenas uma música, em um livro, em uma poesia. Expliquem-me como um cantor de sertanejo universitário conseguiria em 10 versos? Lembrando que alguns desses versos são apenas palavras repetidas.
3)   Rimas óbvias; Dançar/falar.
4)  Supor que essa música traduza todos os valores da cultura nacional é ridicularizar o país em que vivemos. Temos defeitos? MUITOS. E isso é óbvio em qualquer lugar. Mas não podemos negar que o Brasil detém uma cultura vasta, imensa, gigantesca. Mal explorada. Concordo. Mal estudada. Concordo. Mal repassada. Concordo. Mal apoiada. Concordo. Mas dizer que uma canção que trata de uma “balada” (palavra que eu acho ridículo e (de novo) canastrona), traduz os valores da cultura popular, é vergonhoso.
5)  A incoerência. Quem lê Época sabe que há matérias culturais excelentes. Leio, semanalmente, essa parte da revista. Por isso, não admito que eles tenham escolhido Michel Teló para ser capa da revista e muito menos; “traduzir os valores…”(enfim, vocês já sabem).
6) Como visualizar a cultura popular brasileira em todos os seus aspectos, desde o samba ao futebol, se estamos em uma balada preocupados apenas em pegar a menina mais linda?
Sinceramente, não sei o que passou na cabeça de vocês editores.
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Lembretes à Época1: Não, Michel Teló não vai me pegar.
Lembretes à Época2: Não somos idiotas.
Lembretes à Época3: Os bons jornalistas devem estar com vergonha da sua revista. Porque eu estou.
Lembretes à Época4: Não tentem se justificar. Do jeito que foi exposto, não há justificativa. Há erro. A única coisa seria pedir desculpas ao Brasil. Mas eu sei que isso não acontecerá.
Lembretes à Época5: Se eu pensasse mais no post, teria ainda mais argumentos. No entanto, prefiro ir de “supetão”.

Comentários

  1. Só consigo rir de matérias assim, a Veja fez um desastre da poxa dessa vez...reduziram a cultura Brasileira à uma letra de música extremamente pobre! Até uma criança de 10 anos com o devido apoio faria algo melhor! Diante disso só posso pedir um minuto de silêncio pelo cenário dominante da música brasileira...

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  2. Só uma palavra: vergonhoso. Se uma "música", não, nem posso chamar essa merda de música, se essa porcaria é referência de cultura do Brasil, tenho vergonha de ser brasileira.

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  3. Bem, amigos, acho que a matéria atingiu seu objetivo: alertar para a "avacalhação" com nossa cultura.

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  4. Sr pseudo-jornalista que escreveu e matéria de capa da Época: Ah se eu te pego! Assim eu te mato!
    Dizer que essa mediocridade é a representação perfeita de nossa riquíssima variedade cultural? Que absurdo! Querem me matar de vergonha, é? Pior que isso está sendo lançado para o Mundo, e o nome de nossa pátria afunda em um lamaçal mil vezes mais profundo que a 'letra' deste hit imbecil!

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  5. Não há desculpas: modismo é uma coisa; estereotipar nossa cultura, nivelar por baixo, é algo bem diferente.

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  6. É Franz... tu é mal... Vai dizer que nunca dançou esta música e fez a coreografia? É GUERRA!!!!!
    Medíocre é aquilo que é médio, comum... não vejo esta ... esta... "música" tendo tanto crédito assim. Meu respeito Sra Samila, mas nem medíocre isso consegue ser... O que mata não é um imbecil fazer uma jossa destas.. Ver uma platéia de mentes vazias sendo preenchidas com este lixo.

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  7. Enquanto houver gente disposta a disfarçar sua lacunas com algo tão ínfimo, teremos gente como ele e sua "música". A verdade é que a mídia apóia tudo o que possa vender e, por isso, a Época lançou esta "biografia" do Teló. O ruim é saber que ele sairá de cena, assim como o cara do Rebolation, e entrará outro(a) para assumir o lugar de rei dos descerebrados...

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