Autor: Franz Lima
Contágio é um trabalho tenso, denso, cheio de nervosismo. há um esforço em mostrar uma realidade incômoda, onde não adianta torcer pelo personagem "A" ou "B". Soderbergh exibe algumas das facetas mais sombrias da humanidade, o lado podre dos civilizados, onde a máxima: cada um por si chega a provocar raiva no espectador.
O diferencial de Contágio para os outros filmes do gênero está na exposição das reações das pessoas diante do inevitável. O que você ou eu seríamos capazes de fazer para sobreviver? Certamente agiríamos de forma similar ao que é mostrado no filme.
O ponto mais interessante do filme não está nas cenas de necrópsia, no caos, nas mortes ou na paranóia por causa da doença fatal. O que mais atraiu minha atenção nesta produção foi o que gerou todas estas situações e reações anteriormente citadas: o medo. Quando confrontados com a morte, quase via de regra, reagimos por instinto, por um medo acima do aceitável que, muito bem mostrado, acaba nos forçando a tomar atitudes e decisões contrárias a nossa índole. Viver tem um preço e - algo muito bem mostrado em Contágio - todos fazem questão de pagar. Por medo de morrer e perder, pessoas optam pela vida dos que amam e pela morte dos que não lhe são caros. Por medo da dor e da fome, pessoas comuns tomam atitudes antes inconcebíveis. É isso que o espectador verá ao longo do filme: reações extremas diante de uma situação extrema.
A linguagem narrativa é menos ágil que os demais filmes similares, um mero detalhe que não atrapalha em nada o desenvolvimento da trama.
Outro ponto fundamental para a produção: a escolha dos atores. Desde Gwyneth Paltrow (ótima em rápidas aparições), passando por Kate Winslet (a médica que busca a solução para o problema), Lawrence Fishburne (o homem do governo), Marion Cotillard (a representante da Organização Mundial de Saúde), Jude Law (o paranóico e inteligente blogueiro) e Matt Damon (marido de Gwyneth e um pai devotado). Todos são atores de alto nível, responsáveis por ampliar a aura de verdade, de credibilidade do filme. Todos sofrem - de uma forma ou de outra - diante da morte e da falta de perspectivas quando confrontados com algo que não compreendem, não veem e, principalmente, temem.
Enfim, as várias tramas que surgem com o decorrer do filme me trouxeram à lembrança o filme "Babel", onde também há tramas paralelas e que, gradativamente, vão se interligando.
Assistam "Contágio" e reconheçam seus vizinhos, parentes, amigos e até mesmo você. Porém é aconselhável higienizar as mãos e evitar tocar o rosto durante o filme... nunca se sabe o que pode haver nos lugares que tocamos.
Franz, esse foi um dos filmes pelo qual eu mais aguardei na vida, mega ansiosa, achando que seria O filme, mas para mim foi decepção total =X
ResponderExcluirOdiei, achei extremamente fraco. Para mim a ideia do filme seria mostrar a munidade se desestruturando ante a ameaça, e bem, foi o que aconteceu até metade do filme... depois parece que tudo estagnou-se... o caos foi mínimo, a meu ver, dado o tamanho e a evolução do risco... Faltou pânico, destruição e sofrimento - todos esses advindos do medo, correto?
E bem, os típicos finais felizes americanos me dão nojo...
Odiei mesmo =/
Achei o filme bem... fraco. Vi no cinema e saí com aquela sensação de que poderia ter visto algo melhor e que seria mais vantagem tê-lo visto depois que saísse nas locadoras.
ResponderExcluirQuando o caos começou a reinar, eu me arrumei na cadeira esperando que o filme melhorasse - acho que todo filme de "humanidade morre por vírus contagioso tem um começo chato - mas, como a Samila disse, o caos dura tão pouco... acho que se eles tivessem trabalhado nessa parte as coisas ficariam melhores.
Realmente tive um ótima impressão do filme. Não que isso signifique dizer que o filme é impecável. Ele não é...
ResponderExcluirTanto a Samila quanto a Priscilla apontaram falhas similares: falta de ação, resolução rápida demais para uma epidemia que exterminou 27 milhões de pessoas (se não estou enganado). São lacunas que diminuem o brilho do filme, isto é fato. Mas não apagam a luz de vez, pois a trama cumpre com sua função: alertar sobre a falta de controle - sobre os vírus e bactérias e, principalmente, sobre os humanos - que é a principal ameaça à humanidade. O medo, dentro do meu entendimento, é mais destrutivo do que a própria doença.
Enfim, apesar de ter curtido o filme, preciso ser imparcial e concordar que com uma melhor abordagem, Contágio renderia muito mais. Claro, o filme ainda é, na minha opinião, um dos melhores sobre o tema.
Hoje à tarde assistirei para formular melhor meus comentários.
ResponderExcluirEd, aguardarei ansioso sua análise da resenha e do filme. Abraços...
ResponderExcluirnao gostei desse fileme é muito ruim...............
ResponderExcluirRealmente tive um ótima impressão do filme. Não que isso signifique dizer que o filme é impecável. Ele não é...
ResponderExcluirTanto a Samila quanto a Priscilla apontaram falhas similares: falta de ação, resolução rápida demais para uma epidemia que exterminou 27 milhões de pessoas (se não estou enganado). São lacunas que diminuem o brilho do filme, isto é fato. Mas não apagam a luz de vez, pois a trama cumpre com sua função: alertar sobre a falta de controle - sobre os vírus e bactérias e, principalmente, sobre os humanos - que é a principal ameaça à humanidade. O medo, dentro do meu entendimento, é mais destrutivo do que a própria doença.
Enfim, apesar de ter curtido o filme, preciso ser imparcial e concordar que com uma melhor abordagem, Contágio renderia muito mais. Claro, o filme ainda é, na minha opiniã
Eu esperava algo melhor do filme,como nos comentários anteriores o caos acabou rapido demais para uma população que estava em desespero por causa do vírus letal.....achei fraco demais :-/
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