Fonte: Livros e Afins. Autora: Caminhante Diurno
Como diriam naquela piada, estilo é como braço: alguns tem e outros não tem. O estilo é aquilo que faz com que você reconheça o autor, ou diga que se parece com um autor, mesmo sem saber quem é a pessoa por detrás. Conseguir ter um estilo, num mundo onde existem tantas opções, já é um mérito. Você pode não gostar de uma obra e mesmo assim reconhecer o estilo do artista. Feio ou bonito, um Picasso é reconhecido até por quem não gosta dos seus quadros.
Por ser tão importante, o estilo costuma ser uma busca. Logo
de início o escritor – ou o músico, o pintor, o escultor, o bailarino, o
chef de cozinha, etc – pode ver que tem facilidade
em alguma coisa e determinar que aquele é seu estilo. E a partir daí,
querer fazer tudo sempre na mesma direção e ter receio de mudar, com
medo de não ser mais reconhecido pelo seu público ou que isso seria uma
traição ao que ele faz. É uma maneira de ver as coisas.
Eu encaro o estilo de maneira diferente. Acho que o estilo é aquilo
que o artista é; quem a gente é não muda com facilidade. Em todas as
atividades, fazendo coisas diferentes e experimentando coisas
diferentes, existirá sempre a sua maneira única de ver as coisas e
comunicá-las. Sendo assim, não acho que seja preciso escolher um estilo.
Acho que o estilo aparece sozinho, é aquilo que a pessoa não consegue
evitar porque é ela mesma . Por isso, ao invés de limitar suas escolhas
em nome de um estilo, acredito que o artista deve tentar o máximo
possível em termos de técnicas, temas, formas e experiências. Isso
enriquecerá sua produção e lhe dará um estilo mais amplo.
Não se limite. Ser um ser humano já é limite o suficiente.
Para mim o estilo surge mesmo da naturalidade da escrita, quando o texto flui ai se mostra o escritor (seu estilo). Se um texto fica muito afastado da vivência literária do escritor dificilmente conseguirá sucesso em seus trabalhos...seria como querer que alguém que viveu sempre em uma caverna se torne um poliglota em um minuto.
ResponderExcluirEscrevendo aprimoramos as qualidades e descartamos lentamente os defeitos. É impossível escrever sem lançar um pouco de nosso caráter e nossa experiência. Estilo, realmente, é algo que está apenas adormecido em cada um.
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