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Diminui o número de leitores no país e metade não lê



São considerados leitores aqueles que leram pelo menos um livro nos três meses anteriores à pesquisa. Diminuiu também, de 4,7 para 4, o número de livros lidos por ano. Entraram nessa estatística os livros iniciados, mas não acabados. Na conta final, o brasileiro leu 2,1 livros inteiros e desistiu da leitura de 2.
A pesquisa foi feita pelo Ibope Inteligência por encomenda do Instituto Pró-Livro (IPL), entidade criada em 2006 pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), Sindicato Nacional de Editores e Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares. "É no mínimo triste a gente não poder comemorar um crescimento", disse Karine Pansa, que acumula a direção do IPL e da CBL. Ontem, o Estado mostrou que 75% dos brasileiros nunca pisaram em uma biblioteca.
Participaram da apresentação representantes de entidades livreiras e do poder público, entre eles a ministra da Cultura, Ana de Hollanda. Ela destacou a importância do estudo para o direcionamento das políticas públicas do Minc e do Ministério da Educação. "Temos de ter um olhar da cultura que vai além do ensino e que abra os olhos para outras dimensões. O livro é que vai permitir a formação da cidadania", disse a ministra.
O levantamento foi realizado entre junho e julho de 2011, com 5.012 pessoas de 315 municípios, com 5 anos ou mais, em suas próprias casas. Todas as regiões do País foram incluídas e a margem de erro é de 1,4%.
Questões diversas. Para compor o mapa da leitura, questões diversas foram analisadas. Os principais motivos que mantêm leitores longe de livros são falta de tempo (53%) e desinteresse (30%). O livro digital, novidade deste ano, já é de conhecimento de 30% dos brasileiros e 18% deles já os usaram. A metade disse que voltaria a ler nesse formato.
A mãe não é mais a maior incentivadora da leitura, como aparecia na pesquisa passada. Para 45% dos entrevistados, o lugar é ocupado agora pelo professor. A biblioteca é o lugar escolhido para a leitura de um livro por apenas 12% dos brasileiros - 93% dos que leem o fazem em casa. Ter mais opções de livros novos foi apontado por 20% dos entrevistados como motivo para frequentar uma biblioteca. Porém, para 33% dos brasileiros, nada os convenceria a entrar em uma.
Entre o passatempo preferido, ler livros, periódicos e textos na internet ocupa a sexta posição (28%). Na pesquisa anterior, o índice era de 36%. Assistir à televisão segue na primeira posição (85%) - em 2007, era a distração de 77% dos entrevistados.
Dos 197 escritores citados, os mais lembrados foram Monteiro Lobato, Machado de Assis, Paulo Coelho, Jorge Amado e Carlos Drummond de Andrade. Já os títulos mais mencionados foram a Bíblia, A Cabana, Ágape, O Sítio do Picapau Amarelo - que não é exatamente título de nenhum livro de Lobato - e O Pequeno Príncipe. Best-sellers como Crepúsculo, Harry Potter e O Monge e o Executivo também aparecem. 
 
 Fonte: Estadão

Comentários

  1. É muito triste saber que não se dá o devido valor ao livro no meu país.
    Eu ainda lembro de minha mãe lendo clássicos infantis a noite, foi assim que descobri o livro.
    Mas hoje ficamos refém de uma caixa luminosa que cospe informações distorcidas todas as horas em nossas mentes e nos esquecemos de como é a magia da imaginação que só o livro pode nos propiciar.

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    Respostas
    1. Brother, tais lembranças são uma honra, algo a ser guardado até o fim dos dias, pois são algo incomum e maravilhoso. Mas podemos propagar este hábito a todos que nos cercam, basta ter força de vontade e persistência.
      Abração, amigo.

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  2. É uma pena que a leitura está caindo em nosso país, mas pelo menos sempre tento fazer o que posso para mudar esse cenário. Empresto livros e quando noto que uma pessoa gosta muito de alguns temas indico livros relacionados. :)

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    Respostas
    1. Brother, sua atitude pode ser considerada pequena por alguns, porém todos nós que lemos sabemos das dificuldades em incentivar a leitura. Pensemos assim: em um mundo com 1/3 da população alfabetizada (hipoteticamente) e dessa fração 25% apenas são leitores assíduos, o quanto de evolução teríamos se essa pequena parcela (aproximadamente 583.000.000 de pessoas, mas considere 500 milhões) usasse todos os seus recursos para doar 1 (um) único livro por mês. Ao final de um ano, teríamos doado um total de 6 bilhões de livros pelo mundo afora. Honestamente, quando a cultura e a leitura receberem seu devido valor, todos os que estão hoje longe de sua influência serão, enfim, presenteados com essa sensação maravilhosa que é a de conhecer.

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