Por Míriam Castro
No Japão, mangá é um termo que pode ser usado para designar qualquer
história em quadrinhos. No resto do mundo, porém, a palavra representa o
estilo nipônico de criar as revistas, principalmente após a Segunda
Guerra Mundial.
Por mais que já existissem quadrinhos japoneses, eles foram popularizados pelo mundo com o trabalho de Osamu Tezuka.
Foi por causa do artista, nascido em 1928, que surgiram os olhos
grandes que caracterizam parte dos trabalhos japoneses. Inspirado por
desenhos animados ocidentais, como o trabalho de Walt Disney, ele criou
em 1952 o mangá Astro Boy.
Do gênero ficção científica. A revista mostra um futuro em que robôs e
humanos coexistem. Neste contexto, o protagonista, Astro, é um robô de
batalha criado por um cientista para substituir seu filho, morto em um
acidente.
Nesta mesma época, por causa da popularização dos mangás, eles
começaram a ser classificados de acordo com seu público-alvo. Seus nomes
podem parecer complicados, mas eles definem sexo e idade das pessoas
que provavelmente se interessarão pela história contida na revista.
Confira alguns desses gêneros:
SHOUJO
Em japonês, a palavra quer dizer “garota”. Este tipo de mangá é destinado ao público feminino pré-adolescente e adolescente.
Boa parte dos títulos tem como elemento importante os relacionamentos
amorosos dos personagens. Isso não quer dizer que tudo seja cor-de-rosa:
em um mangá shoujo, a possibilidade de temas é ampla.
Existem dramas, comédias românticas, mas também fazem sucesso as histórias de ação, mistério e ficção científica. As Guerreiras Mágicas de Rayearth,
por exemplo, é um mangá que acompanha a saga de Lucy, Anne e Marine,
três estudantes que, durante uma excursão à torre de Tóquio, foram
transportadas a outro planeta, chamado Zephir. Lá, descobrem que foram
as guerreiras escolhidas para salvar aquele mundo de um grande mal.
Mangás para começar:
Fruits Basket (JBC), Sakura Card Captors (JBC), Nana (JBC), Colégio Ouran Host Club (Panini)
MAGICAL GIRLS
É a subdivisão mais comum do gênero aventura nos mangás shoujo. Nela, a protagonista é uma jovem garota que descobre ter poderes mágicos.
Geralmente, esta personagem tem que conciliar a vida cotidiana (escola,
amigos e família) e uma luta secreta contra o mal. Um exemplo famoso é Sailor Moon.
SHOUNEN
Bleach |
Junto com o shoujo, é o gênero mais comum no ocidente. O nome, que
quer dizer “garoto”, indica que a audiência é jovem e masculina.
Nestes títulos, o foco é na ação: ela aparece em lutas entre robôs, viagens no tempo e campeonatos esportivos.
Enquanto alguns mangás no estilo shoujo podem ter as páginas menos
poluídas, com imagens mais estáticas, os quadrinhos destinados a
garotos costumam ser cheios de linhas de movimento.
Em Bleach,
o protagonista Ichigo Kurosaki se transforma em um Ceifeiro de Almas e
tem que defender humanos de espíritos malignos, além de assegurar a
viagem de almas do mundo real para o outro plano.
Mangás para começar:
MECHAS
Pronuncia-se “meca”. A palavra é abreviação do inglês “mechanical” e
designa os robôs gigantes tão comuns em quadrinhos japoneses.
Embora existam exemplos de mechas em mangás femininos, eles estão mais presentes no gênero shounen, como em Neon Genesis Evangelion (Conrad).
É o gênero mais infantil de todos, destinado a crianças. Enquanto
as histórias de outros estilos são complexas e demoram diversos
episódios para terminar, as aventuras de mangás kodomo têm narrativa
simples e curta.
Desta maneira, são compreendidas mais facilmente pela audiência jovem.
No Brasil, este gênero ainda não é muito popular, quando comparado aos mangás shounen e shoujo.
Mangás para começar:
Shin-chan , Doraemon, Pokémon (DEVIR), Astro Boy (Panini), DOMO
JOSEI E SEINEN
Dedicados a um público mais maduro, estes quadrinhos atingem japoneses entre 18 e 30 anos.
Os mangás josei, focados nas mulheres, trazem romances mais realísticos e tramas que podem envolver traição e intrigas.
As personagens principais deixam de ser estudantes colegiais, como nas histórias shoujo, e viram adultas.
O gênero seinen, dedicado aos homens, também é mais sério: a
introspecção de personagens pode ganhar mais destaque do que a ação
presente nas séries. Sexo e violência são comuns.
Mangás para começar:
Josei: Honey & Clover (Panini), Shinshoku Kiss (NewPOP); Seinen: Gantz (Panini) - imagem ao lado, Battle Royale, Gen Pés Descalços (Conrad), Akira
O sucesso dos mangás entre o público jovem ocidental alertou as
editoras de quadrinhos de fora do Japão sobre novas possibilidades.
Assim, surgiram os primeiros gibis baseados no estilo mangá: eles têm o
traço semelhante, além de temas que podem ser considerados mais
maduros.
No Brasil, por exemplo, A Turma da Mônica Jovem mostra a turma do Bairro do Limoeiro durante a adolescência.
Ao contrário do gibi tradicional, em que Cebolinha tenta derrotar
Mônica com planos infalíveis, a revista lançada em 2008 tem uma trama de
romance entre os inimigos de infância.
Por mais que a personagem Luluzinha tenha sido criada em 1935 nos Estados Unidos, o roteiro de Luluzinha Teen e Sua Turma é elaborado pelo brasileiro Renato Fagundes. Os quadrinhos são divididos em temporadas, com uma trama nova a cada quatro gibis.
MANHWA
Fonte: Saraiva
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