Fonte: Gazeta do Povo . Por Breno Baldrati
A atriz Carolina Dieckmann foi a última de muitas que ainda estão por
vir: pessoas que vão se deparar com seus vídeos ou fotos íntimas
circulando pelos monitores alheios. A lista dos que “caem na net” só
aumenta. Um caso recente e simbólico no Brasil foi a última edição do
Big Brother Brasil. Dias após o início do programa, circulavam pela web
vídeos comprometedores de dois dos participantes. Há quem veja nesse
comportamento apenas o “novo normal”: mais uma maneira como a tecnologia
está impactando e moldando nossas vidas.
Sempre há uma maneira simples e eficaz de evitar o incoveniente: não
tirar fotos que você não gostaria que chegassem às mãos de sua família
ou de seus colegas de trabalho. Mas essa é uma opção que ignora o
comportamento humano. Seja qual for o motivo – exibicionismo, narcisismo
ou pura bebedeira –, muita gente ainda ficará pelado na internet. E as
fotos nus são apenas um extremo de como a internet está invadindo a
privacidade dos usuários. Na web, praticamente tudo o que fazemos é
rastreável. Todas as buscas, o conteúdo dos emails, o número do cartão
de crédito – alguém, em algum lugar, pode ter acesso a eles.
Da mesma maneira que cria problemas, a internet também os resolve.
Nos últimos anos, apareceram dezenas de softwares preocupados em manter o
anonimato dos usuários e permitir que eles naveguem sem deixar rastros.
Nesta matéria, vamos mostras algumas opções. O grau de anonimidade
varia de acordo com a intenção do usuário, e de quanto ele está sujeito a
mudar seu estilo de navegação.
Um bom começo é a utilização de clientes de email que prometem não
xeretar o conteúdo das mensagens. Como se sabe, o Gmail, o serviço mais
popular de e-mails, utiliza o conteúdo, por leitura de robôs, para
refinar os anúncios que serão exibidos aos usuários. Há serviços que
prometem total inviolabilidade do conteúdo, como o S-Mail (http://s-mail.com/), Hushmail (http://www.hushmail.com/) e Stealthmessage (http://www.stealthmessage.com/).
Este último tem uma opção para a “autodestruição” de qualquer e-mail
enviado. Emails descartáveis também são boas opções para cadastros em
sites poucos confiáveis. O 10MinuteMail (http://10minutemail.com), como diz o próprio nome, tem vida útil de apenas 10 minutos.
Ainda que o e-mail esteja protegido, todo o computador possui uma
identificação, o IP, que pode ser rastreado pelos servidores. Para fugir
desse controle, a melhor opção é utilizar serviços que alteram o IP da
máquina, como o BeHidden (http://behidden.com),
ou usar as chamadas redes privadas virtuais (VPN´s, na sigla em
inglês), que tornam a sua localização confidencial. Há várias opções,
como Vyprvpn e o PrivateVPN – alguns são pagos.
Novos programas
Uma das mais empolgantes promessas da área de privacidade é o Privly,
um serviço que recebeu fundos do Kickstarter e agora se prepara para
ser lançado ao público. O desenvolvedor por trás do projeto, Sean
McGregor, explica o conceito num vídeo postado no site. “Empresas como
Twitter, Google e Facebook nos forçam a optar entre a tecnologia moderna
e a privacidade. Mas os desenvolvedores do Privly sabem que essa é uma
falsa escolha”, afirma. “Você pode se comunicar pelo site que bem
entender sem dar acesso aos prestadores de serviços ao seu conteúdo”,
garante. O Privly é uma extensão para ser instalada em qualquer
navegador. Ao mandar uma mensagem pelo Facebook ou pelo Twitter, o
programa encripta o texto e o transforma em um link, que passa a ser a
única parte visível na rede social. Ao clicar no link, o navegador então
finalmente revela o texto, desde que a pessoa que está tentando ler a
mensagem também tenha o Privly instalado.
Uma coleção grande de programas para garantir a privacidade está
listada no site da EPIC, a Electronic Privacy Information Center,
organização americana voltada para a privacidade na web. A lista pode
ser acessada no link http://epic.org/privacy/tools.html.
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