Há muito tempo que não leio com tanto prazer uma revista em quadrinhos de circulação normal. Ao contrário de algumas edições especiais, as revistas mensais ou quinzenais tendem a cair em um certo marasmo, quebrado apenas pelas já manjadas sagas que interligam todos os heróis e vilões.
Como já disse em algumas matérias, a chegada dos Novos 52 foi recebida por mim com uma certa dose de desconfiança. Alguém acreditou que realmente teríamos um resultado realmente satisfatório - que aliás está ocorrendo - nesta reformulação do universo DC? Tirando os críticos especializados e as pessoas mais antenadas que realmente precisam conhecer o que ocorre no mundo das HQ, poucos sabiam o que realmente aguardar de uma empreitada tão pretensiosa. Mas, até o momento, os resultados tem sido válidos.
Contudo, uma surpresa ainda maior e melhor chegou com uma edição dedicada apenas aos mais sombrios personagens da DC: Dark.
Lançada pela Panini, Dark é a compilação dos soturnos heróis e anti-heróis da DC/Vertigo que, pelo que pude compreender, também irão participar de histórias ao lado dos personagens regulares como Superman e outros.
A primeira edição já vale cada um dos R$ 8,99 investidos só pela capa. Um desenho muito bem elaborado que apresenta os integrantes da Liga da Justiça Dark (sim, o nome é esse mesmo).
Adianto que não há como se arrepender de adquirir esta revista. Eu, inclusive, já a coloquei como uma das aquisições obrigatórias mensais, pois o conteúdo promete muito medo e aventuras de conteúdo adulto, dosadas com um sobrenatural de ótima qualidade.
Abaixo, uma pequena sinopse das tramas apresentadas em Dark #1:
LIGA DA JUSTIÇA DARK (NO ESCURO)

Obs.: cenas fortes que dão o tom da revista já estão presentes nesta primeira história.
HOMEM-ANIMAL (A CAÇADA)
Um herói que jamais me chamou a atenção. Homem-Animal é um cara que absorve a principal característica de qualquer animal (lógico) que esteja nas proximidades. Mas o mais interessante é que não são os "poderes" óbvios. De uma mosca ele retira a velocidade, de um cão a ferocidade e assim ele retém as características de cada bicho.
Nesta aventura, somos apresentados a um herói que já não atua com tanta frequência. Mais caseiro, ele dedica boa parte de seu tempo à família, o que não remove dele o instinto de ser um combatente do crime. Destaque para a relação entre pai e filha (que deseja um bichinho, porém não pode).

RESSUREIÇÃO (DADO COMO MORTO)
O que fazer quando você está fadado a morrer incessantemente, um ciclo onde a ressurreição é apenas uma ferramenta para que ajude alguém? Essa é a sina de Mitch, o cara que morre e volta com um poder específico para auxiliar uma pessoa necessitada. Contudo, este acúmulo de idas e voltas entre a vida e a morte chamam a atenção de agentes celestiais e demoníacos, entidades que lutam para angariar este ser de "alma tão brilhante que parece ser polida".
Mistério que conta também com a presença de Madame Xanadu.
Desenhos de Fernando Dagnino e Roteiro de Dan Abnett e Andy Lanning.
EU, O VAMPIRO (AMOR CORROMPIDO)
A narrativa sobre um vampiro com mais de 400 anos que se tornou o principal caçador de sua própria espécie. Seu único erro: criar uma companheira, imaginando que ela seria uma recatada imortal. Mary, sua cria, é uma matadora compulsiva, sedenta de poder e que, acima de tudo, considera os humanos como alimento, nada mais.
A criação do vampiro se torna seu maior tormento, a mulher responsável pela caçada aos seres humanos e pela disseminação do vampirismo no mundo. Uma guerra onde um único caçador irá lutar contra incontáveis outros predadores.
Arte sombria de Andrea Sorrentino e Roteiro de Joshua Hale Fialkov.
MONSTRO DO PÂNTANO (SACUDINDO OS OSSOS)
Alec Holland está aposentado e trabalha em uma rotina simples e sem graça. Tudo corre normal até que surge em seu caminho o Homem de Aço. Um fenômeno em uma área de exploração desperta uma estranha criatura dotada de um maligno poder capaz de controlar humanos e torná-los zumbis. É neste contexto que Alec é procurado pelo próprio... Monstro do Pântano.
Roteiro de Scott Snyder e Arte de Yanick Paquette.
Finalizando, uma última palavra: comprem.
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