Fonte: G1
Uma pesquisa recente revelou que o brasileiro lê apenas um livro por
ano. Já pensou quem consegue ler uma publicação de novecentas páginas em
apenas uma hora? Quem faz isso é um estudante de São José do Rio Preto
(SP), Luís Antônio Gonçalves Netto, de 16 anos, que é especialista numa
técnica chamada “leitura dinâmica”.
Nas estantes de casa, já não cabem mais livros. O estudante já leu 4
mil títulos. O número impressiona, mas o que mais chama a atenção mesmo é
o tempo que o estudante leva para fazer a leitura: são 900 páginas por
hora, 15 páginas por minuto, cerca de 5 segundos por página.
O estudante aprendeu a fazer a leitura dinâmica sozinho e criou
técnicas para que ela ficasse tão rápida. “Minha leitura é uma diferente
da tradicional, que é uma leitura horizontal, que a pessoa pega palavra
por palavra. Minha leitura é na vertical, é uma visão só, mais ampla da
página”, conta Netto.
Para ler como ele é preciso muito treino. “Há dois anos eu venho
treinando e a velocidade foi melhorando gradativamente. Foi muito
treino, eu lia todos os dias, diversos livros”, explica o estudante.
Para o estudante a lista de livros do vestibular não é nenhum bicho de
sete cabeças. Aliás, ele até ajuda os amigos na escola. “Alguns amigos
pedem para ele ler e fazer um resumo. Em poucos minutos ele lê o livro e
consegue criar a resenha. A molecada adora”, conta o pai, Evando Luís
Gonçalves.
Na livraria, o apaixonado pela leitura já é conhecido por todos. O
adolescente não pretende parar. Luis percebe todos os dias como a
leitura transforma a maneira como ele vê o mundo. “Posso dizer que
descobri novos lugares, novos pensamentos. Isso foi muito importante na
minha vida. Começar a ler é um incentivo para você se tornar cada vez
mais uma pessoa melhor”, finaliza Netto.
Dicas para ler mais rápido:
Conte quantas palavras você lê em um minuto
Um leitor normal lê 150. Já um leitor dinâmico lê de 5 a 8 vezes mais: 800 palavras neste tempo.
Um leitor normal lê 150. Já um leitor dinâmico lê de 5 a 8 vezes mais: 800 palavras neste tempo.
Use os dedos
Acompanhe as linhas com o dedo. Tente acelerar e ler mais rápido. Seu cérebro vai ser forçado a absorver mais informações.
Acompanhe as linhas com o dedo. Tente acelerar e ler mais rápido. Seu cérebro vai ser forçado a absorver mais informações.
Visualize blocos
Com treino, seu pensamento vai mudar e seus olhos aprenderão a focar em um único ponto da palavra. A técnica faz com que você veja o texto em unidades de pensamento e não como uma sequência de letras. Você vai passar a compreender de sílabas a palavras e de palavras a ideias centrais do texto.
Com treino, seu pensamento vai mudar e seus olhos aprenderão a focar em um único ponto da palavra. A técnica faz com que você veja o texto em unidades de pensamento e não como uma sequência de letras. Você vai passar a compreender de sílabas a palavras e de palavras a ideias centrais do texto.
Franz says: apesar de ter absoluto conhecimento de que não usamos nossa plena capacidade cerebral (muito ao contrário) ainda vejo esse tipo de notícia com uma certa desconfiança. Não digo que seja impossível tal prática, porém questiono se o tipo de leitura feita pelo adolescente é uma leitura crítica, onde a análise daquilo que se lê é feita com base, não uma simples leitura de "entretenimento", despretensios. Ler muito não é sinônimo de absorção das lições englobadas nos livros. É preciso saber filtrar o que há nessas leituras e reter o melhor, indicar os pontos negativos e não aceitar simplesmente o que foi escrito.
Essa é minha humilde opinião.
Concordo com você nesse ponto Franz. Ler muito não quer dizer que o nível de leitura dele seja bom. Ele lê muito, mas o quão ele consegue absorver da obra? Além do mais, ler é um ato de prazer. É como se você tivesse o sorvete mais delicioso do mundo em mãos e engolisse ele de uma vez.
ResponderExcluirABraços!
Mais uma vez, obrigado pelo apoio, meu brother. Edilton, a parte do sorvete está excelente, muito bem aplicada. Concordo plenamente.
ExcluirUm grande abraço...
lol consigo comentar agora.
ResponderExcluirFranz, acho que é possível, sim. Fiz curso de leitura dinamica e posso atestar que isto funciona, nesta época lia um livro por dia com facilidade.
Essa minha corrupção na leitura continuou até ler o livro de Francine Prose: Para ler como um escritor. À partir disto eu passei a ler mais lento que o normal, ler 3 vezes a mesma página, voltar nas palavras específicas, em pontuação, tudo o que fosse possivel encontrar nas entrelinhas.
Talvez esse seja o ponto. A leitura dinamica te ensina a ler rápido. Entretanto a leitura não se baseia em apenas ler as palavras, mas refletir sobre o que está acontecendo. Travar batalhas internas, argumentar, contextualizar, aprender e ensinar. O ato de ler envolver não só ler, mas escrever as entrelinhas, que as vezes são mais importantes que a leitura propriamente dita.
Há segredos maravilhosos escondidos debaixo das linhas, que só os que lêem com atenção e paixão compreendem.
Rainier, eu até posso acreditar que ele leia as 900 páginas em uma hora (mesmo com a estatística de uma página a cada 5 segundos). Contudo, como entender todas as nuances de uma obra como "Crônicas de Gelo e Fogo", lendo toda a saga em cinco horas. Veja, o autor levou uma vida para produzir cada uma das facetas, tipos e situações, entrelaçou-as e criou um universo único, cheio de detalhes. É mesmo plausível crer que todo esse conteúdo foi absorvido tão rápido?
ExcluirEssa sua parte do comentário ficou ótima: "Há segredos maravilhosos escondidos debaixo das linhas, que só os que lêem com atenção e paixão compreendem."
Obrigado pelo comentário e o apoio, amigão.
O segredo é saber ler rápido, mas tendo envolvimento com a leitura. Apesar de concordar com você, não concordo totalmente. Porque acredito que com tantos livros lidos, ele deve ter uma noção muito mais ampla das palavras, das histórias e dos conhecimentos adquiridos nas diferentes publicações. Com isso, ele (ou outra pessoa com a mesma capacidade) deve ter um senso crítico ainda maior, pois assim constrói a base para falar o que pensa. Mas isso também é só a minha opinião.
ResponderExcluirOpinião válida, Rafaela. Você leu e criticou, isso é pensar. Mas é bom lembrar que nem sempre a quantidade está vinculada à criatividade.
ExcluirObrigado pelo comentário.
Tenho diversos ritmos de leitura, e consigo ler textos na internet e reportagens de jornal com uma certa rapidez, mas sou totalmente diferente em relação aos livros: fico meses lendo o mesmo livro, pensando, anotando, refletindo e principalmente saboreando-o. Aprecio uma obra como quem bebe um bom vinho ou degusta um bom prato: sem pressa para terminar e explorando ao máximo cada gole ou cada bocada...
ResponderExcluirAssim, concordo que quantidade de leitura não tem a ver com qualidade de leitura. Além disso, defendo que ler não é apenas ler, é imaginar, é pensar sobre o que se leu, estabelecer conexões, transcender o texto. Para tudo isso é preciso tempo. É algo que chamaria de "digestão mental". Sou um ruminante...
Hoje mesmo li esse trecho que achei muito interessante:
"O autor partilhou connosco o seu processo criativo e a sua visão da escrita, mostrou-nos que cada texto é, na verdade, mil textos, e que cada palavra comporta em si uma miríade de possibilidades, inteligibilidades, mistérios e revelações. Que ele próprio nada mais sabe de um texto que foi seu e que deu ao mundo, nada mais do que qualquer outro leitor. Que as palavras são de quem as lê e não de quem as escreve e que, nessa medida, a sua percepção daquele texto que ora se revela ante todos nós (ele, autor, e nós, leitores) é tão válida ou tão pouco válida quanto a de qualquer outro leitor. O apelo foi lançado: questionem! O que importa verdadeiramente é a pergunta e não a resposta, pois naquela reside a essência da verdade que se procura e que apenas se poderá encontrar se o rumo indicado pela questão for o correcto. Questionem!"
http://nceo-nceo.blogspot.com.br/2011/05/debate-da-obra-portugal-e-o-islao.html
Talvez por gostar de poesia e aforismos, sei realmente que um texto pode equivaler a muito mais que mil textos, e cada palavra um universo, não apenas porque a possibilidade de explorá-la é praticamente infinita, mas porque são infinitas as interpretações e as relações que podem derivar dela, por vários leitores ou por um mesmo leitor.
Por outro lado, a leitura dinâmica não é uma habilidade a ser desprezada, creio que esse leitor voraz pode ter desenvolvido uma aguçada capacidade de síntese, embora não possa dizer o mesmo acerca da sua capacidade de análise. Com a quantidade de leituras, pode ser que ele consiga conhecer alguns assuntos por múltiplas visões e seja capaz de desenvolver um pensamento crítico razoável. Mas há uma certa riqueza nos detalhes, no suspense e nas sensações que um livro pode causar que uma leitura rápida dificilmente irá proporcionar...
Existem diferentes tipos de leitura, a depender do texto que se lê. Comecei a ler com 8,5 anos, com o livro de Hans Christian Andersen, "A Sereiazinha", e nunca mais parei. Já li de tudo, clássicos da literatura Mundial, Brasileira, leitura que os intelectuais chama de "lixo", livros de banca, o que me caísse nas mãos, mas o que aprecio mais, reconheço, são os de passatempo (romance, drama, comédia, de detetive, etc), coisas leves, para se ler em uma sentada, e como leio rápido, leio pelo menos um livro por dia.
ResponderExcluirCursei Direito, comecei aos 49 anos, e precisei ler muito, mas aí já era outro tipo de leitura, aquela de estudo, onde precisamos interpretar cada palavra, pois muitas em seu bojo trazem conceitos. Esse tipo de leitura necessita mais vagar, interpretação, análise, essa não pode ser apressada. Mas, embora nunca tenha gostado de livros densos, para minha leitura como hobby, é indiscutível que meu cérebro foi grandemente beneficiado por esse exercício diário e prazeroso ao longo da minha vida, que me trouxe enorme vocabulário, facilidade de interpretação e de escrita. Por tudo isso acho que um dos grandes responsáveis pela baixa taxa de leitura do brasileiro, é o método de ensino regular que, ao invés de aproveitar o ensejo,para introduzir os alunos ao enorme prazer da leitura, ajudando-os a encontrar os livros que os despertem, insistem em indicar livros que fazem com que eles desenvolvam ojeriza desse hábito. É preciso rever essa prática. Não importa o que os alunos lêem, desde que leiam. Após se apaixonarem por esse hábito, e amadurecerem, conseguirão, por si só, buscar livros mais complexos.