Por Isabela Niella
Assisti
ao filme “biutiful” indicado pelo meu caro colega Franz Lima e
posso dizer que mexeu comigo por conta da tristeza e da miséria
vivida por todos no filme.
Não é
o tipo de filme que costumo assistir, uma vez que prefiro ver aqueles
que me ajudem a relaxar e me desligar da rotina já tão cansativa,
mas admito que é um filme muito bom. Tanto a excelente interpretação
dos atores, quanto o cenário e principalmente o enredo não deixam
dúvida da qualidade do trabalho.
A
história em si é baseada na vida de um homem que batalha para
manter seus filhos, vivendo e sobrevivendo no submundo de Barcelona e
lutando contra o câncer. Este homem, Uxbal, além de criar um casal
de filhos sozinho por causa da bipolaridade da esposa, Marambra, tem o
dom de entrar em contato com os mortos ainda presos aos seus corpos
por restarem-lhes pendências a serem resolvidas.
Além
das dificuldades financeiras e problemas de relacionamento vividos
pelos personagens principais, o filme mostra a realidade nua e crua
da vida dos imigrantes ilegais negros e coreanos na luta pela
sobrevivência.
Esses é
um daqueles filmes que nos fazem pensar até que ponto o ser humano
pode descer e se transformar em um ser sub-humano. Vidas desregradas,
abandonadas pela sorte e pelo amor próprio. Exploração e descaso
por parte daqueles que detêm o poder local.
É um
filme que impressiona e deixa marcas em quem assiste, não somente
por causa das vidas dos personagens e seus desfechos, mas também pela
relação entre a vida e a morte. As cenas com os mortos ainda não
desligados dos seus corpos são pesadas e tristes, chocam quem não
está preparado.
Apesar
de todo quadro desfavorável de miséria, ainda podemos vislumbrar o
amor de um pai pelos filhos que, mesmo com as dificuldades e a doença,
faz o seu melhor para tentar garantir proteção e talvez um futuro
para eles.
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