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A diferença como forma de arte: Freaks, o filme, e os cards de Gail Potocki.

Freaks (Monstros), filme de 1932 é uma das experiências que chocam e, ao mesmo tempo, ensinam. A produção fala sobre pessoas de circo (sim, o muito falado Circo dos Horrores) que são exibidas como criaturas exóticas, estranhas ou os "Freaks" que dão nome ao filme. Freaks, aliás, tem como uma de suas traduções para o português a palavra "Aberrações".
A trama do filme não é muito complexa, porém o conteúdo das imagens e as lições passadas pelo roteiro causam incômodo e impacto. Incômodo por mostrar uma realidade forte, onde pessoas com deformações são vendidas como atrações. O mercado que vende isso não é pouco rentável, principalmente se considerarmos um certo desejo mórbido do ser humano pelas diferenças. O homem quer contemplar e se horrorizar com pessoas assim, mas quase nunca se move para ajudá-las. O impacto fica por conta da manipulação das pessoas normais sobre os freaks. Aliás, esse é o tema central da trama onde uma mulher seduz o anão do circo, buscando sua herança.
As cenas são realmente fortes (mas nada tão desagradável quanto um "Cidade Alerta") e mostram o quanto o preconceito pode ser ruim. Diferenças não indicam falta de humanidade...





Com base nesse controverso filme, Gail Potocki, artista plástica que mora em Chicago, criou uma série limitada de 5 cards em homenagem ao filme de 1932 e suas estranhas pessoas:






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