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Resenha da animação "Rango". Uma homenagem ao Western.


Uma das obras em animação que mais tive orgulho de assistir nos últimos anos, Rango é uma verdadeira homenagem ao gênero Western - o nacional Faroeste - que conta com todos os elementos de uma narrativa e com muitas citações a outros filmes, sem que isso implique em desvio do tema. 

Como aperitivo para a resenha, um breve trailer do filme:


Rango (vencedor do Oscar 2012 de melhor animação) conta a história de um camaleão que após uma turbulenta tentativa de travessia de uma estrada, acaba encontrando uma lagarto chamada Feijão. Com um contato inicial ríspido e conturbado, os dois acabam parando na cidade natal dela, a decrépita Dirt, um lugar dominado por um monopolizador da mais importante moeda de lá: a água.
Aliás, é a água a força motriz por trás da trama. Todos os habitantes de Dirt vivem em função da chegada de água, quase que religiosamente. Percebi que há uma grande ironização com o desperdício de água que a sociedade atual pratica, o que mostra uma preocupação com tal situação.
Recebido de forma desconfiada e arredia por quase todos os moradores, o camaleão - que não se chama Rango - acaba assumindo um falso papel de matador, incluindo o nome, para impor respeito e medo aos habitantes. Quase que literalmente, o tiro saiu pela culatra pois, após tamanha bravata, ele se vê frente a frente com um animal assassino. Mas, como esperado, o acaso o ajuda.
Já com grande prestígio e detentor do título de "Xerife" , o inesperado herói se depara com todos os seus piores pesadelos, originados desde o primeiro momento em que mentiu para as pessoas de Dirt.

A crítica à dominação religiosa também está presente através de um simbolismo inteligente e cáustico. A parte superior da torneira, por exemplo, ganha ares de uma cruz quando vista do alto. O fanatismo religioso é o responsável pela cegueira do povo diante da exploração e armações.
Outro ponto forte de Rango são os estereótipos. Usados com extrema precisão, os animais tornam-se verdadeiros personagens do Velho Oeste. Desde o índio rastreador, os mariachis, o pregador fanático, o soldado veterano e o mineiro. Até o dono da funerária ganha uma caracterização similar à consagrada nos filmes de Faroeste. A frágil mocinha é representada pela lagarto Feijão que, diante de situações extremas, trava.
 Há força nos personagens, há motivos para eles estarem presentes ao filme. Nem a morte deixa de aparecer, o que demonstra respeito pelo público adulto. 
Em uma verdadeira Jornada do Herói, mas com grande crítica social, Rango é a melhor animação de 2011 e eu posso acrescentar: uma das 3 melhores animações que já assisti. O caminho do personagem principal mostra a evolução como 'pessoa' de Rango. O mentiroso e covarde cede espaço ao herói gradualmente, principalmente após a união de todos para buscar os responsáveis pelo roubo da água. 
Quando todos se conscientizam que há um inimigo além da falta de água, inicia-se uma verdadeira ascensão pessoal para todos que compõem um grupo que lembra muito a "Sociedade do Anel".

Tecnicamente vocês verão cenas primorosas de ação, com muitas referências a filmes como o próprio Senhor dos Anéis, Matrix e até Velozes e Furiosos. Incluam nesse hall um dos mais famosos cowboys do cinema: Clint Eastwood. Tudo ao som de uma trilha belíssima feita por Hans Zimmer. 
O final do filme é épico. O clima, o som, a ambientação, as tomadas... perfeição como jamais vi em uma animação. A verdade é que aparentemente eles usaram com grande talento os recursos que a tecnologia permite. 
Espero que tenham tempo para assistir e se divertir com essa produção. Garanto que se trata de uma obra-prima que já inclui na minha lista de favoritos. Divirtam-se, mas não esqueçam de trazer para perto quando assistirem, os mais velhos. As sensações de saudade e alegria irão se misturar e eles vão agradecer...

Elenco original:

Rango -  Johnny Depp 
Feijão - Isla Fisher
Prefeito Marion Lynch - Ned Beatty
Jake Cascavel - Bill Nighy
Waffles - James Ward Byrkit
Tatu Roadkill - Alfred Molina
Priscilla - Abigail Breslin
Balthazar - Harry Dean Stanton
  

Comentários

  1. Tbm gostei contudo esses pontos citados por vc não eidentifique identifiquei isso.

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