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Ditos populares e suas supostas versões corretas. Parte I

 Sabe aquela máxima onde uma mensagem sairá de uma forma e chegará ao seu receptor de outra? Isso é provocado por interpretações errôneas, vários intermediários e até erro de captação. O fato é que muitos dos ditados populares não tem qualquer sentido ou soam mal. Os motivos? Que tal essas explicações que encontrei pela web? São, no meu entendimento, bem coerentes. Concorda? Caso alguém saiba mais sobre essas curiosidades, comente aqui no post.

Dito Popular: “Quem tem boca vai a Roma”.
O correto seria: “Quem tem boca vaia Roma”. (do verbo vaiar).

Dito Popular: “Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho carpinteiro”.
O correto seria: “Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro”.

Dito Popular: “Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão”.
O correto seria: “Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão”.

Dito Popular: “Cuspido e escarrado”. (alguém muito parecido com oura pessoa).
O correto seria: “Esculpido em carraro”. (tipo de mármore).

Dito Popular: "Quem não tem cão, caça com gato".
O correto seria: "Quem não tem cão, caça como gato". (ou seja, sozinho, esgueirando, astutamente, traiçoeiramente).

Água mole em pedra dura tanto bate até que fura
Significado: A expressão louva a persistência como virtude que vence a dificuldade, ou seja, insista que você consegue.
Histórico: Há registro de dois milênios em Ovídio (43 a.C.-18 d.C.), poeta latino, autor de A arte de amar e Metamorfoses: “A água mole cava a pedra dura.” É tradição de várias culturas formar rimas nesse tipo de oração para facilitar a memorização. Foi o que nós, de língua portuguesa, fizemos com o provérbio.

O pior cego é o que não quer ver
Significado: Diz-se da pessoa que não quer ver o que está bem na sua frente. Nega-se a ver a verdade.
Histórico: Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D'Argenrt fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imagina era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.

Salvo pelo gongo
Significado: Escapar de se meter numa encrenca por uma fração de segundos.
Histórico: O ditado tem origem na Inglaterra. Lá, antigamente, não havia espaço para enterrar todos os mortos. Então, os caixões eram abertos, os ossos tirados e encaminhados para o ossário e o túmulo era utilizado para outro infeliz.

Só que, às vezes, ao abrir os caixões, os coveiros percebiam que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo (catalepsia – muito comum na época). Assim, surgiu a idéia de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que passava por um buraco no caixão e ficava amarrada num sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento do braço faria o sino tocar. Desse modo, ele seria salvo pelo gongo.

Cor de burro quando foge

A frase original era “Corra do burro quando ele foge”. Tem sentido porque, o burro enraivecido, é muito perigoso. A tradição oral foi modificando a frase e “corra” acabou virando “cor”.

De cabo a rabo
Significado: Total conhecedor. Conhecer algo do começo ao fim.
Histórico: Durante o período das grandes navegações portuguesas, era comum se dizer total conhecedor de algo, quando se conhecia este algo de "cabo a rabah", ou seja, como de fato conhecer todo o continente africano, da Cidade do Cabo ao Sul, até a cidade de Rabah no Marrocos (rota de circulação total da África com destino às Índias).

  

Comentários

  1. Alguns ditos populares que já foi muito falado por nós ou por nossos pais, hoje em dia quase não se ouve mais, ou seja essa juventude, esta perdendo de melhor o que nós tivemos...A sabedoria do mais velho!

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  2. O "cuspido e escarrado", já ouvi como "esculpido e encarnado" (feito de carne).
    Uma curiosidade: Graças aos salvos pelo gongo, o costume de "ficar de plantão", ou velar, passou a ser responsabilidade da família e ANTES de enterrar, daí criou-se o velório.

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