Por: Isaac de Souza.
O subtítulo leva à conclusão
antecipada de que trata-se de um livro esclarecedor e as primeiras linhas
sugerem isto mesmo. O leitor ficará encantado com a enorme carga de informações
sobre a sustentabilidade do ecossistema que só perceberá que não se trata de um
livro prático quando já estiver terminando.
Um excelente
livro que nos fará pensar em como deixamos nosso planeta na situação atual sem
conseguirmos reverter ou pelo menos minimizar os impactos ambientais. Infelizmente
o respeitável autor não fornece uma saída prática, uma política pública eficaz
a curto prazo que possa ser implementada com eficácia, o que torna a leitura, a
pesar de interessantíssima, um exercício deprimente pelo reconhecimento de que
não conseguiremos mudar em tempo.
Passa ao largo
dos temas mais polêmicos sem abordá-los como controle de natalidade, apesar de
se posicionar contra o controle coercitivo. Quase finalizando seu estudo, o
autor admite que sua “visão possui forte carga utópica. Temos que reinventar
uma nova forma de viver benevolente sobre a terra”.
Para alcançarmos
a sustentabilidade o autor sugere uma vida quase hippie e esotérica, de
compreensão e amor mútuo incluindo todos os seres como irmãos e não apenas os
seres humanos, de harmonia com as energias cósmicas sob uma governança global,
que possa gerir toda a produção e distribuição de alimentos bem como administrando
a pegada ecológica. Afirma que a necessidade de uma governança global é um
desdobramento lógico do processo de globalização.
Suas conclusões
certamente deixarão o leitor cristão, minimamente conhecedor do livro do
apocalipse, de cabelos em pé, sobretudo porque o ex-padre equipara Deus a uma
“energia de fundo”, que impulsiona e une todos os seres rumo à evolução da
matéria.
Qualquer homem médio sem ter lido o livro, se convidado a falar sobre
sustentabilidade, certamente chegará à mesma conclusão autoral de que a
transformação de nosso planeta passa por uma profunda reforma educacional. A
questão é que a história já demonstrou que esse caminho só surte algum efeito
gerações depois. Teremos esse tempo? Até quando a terra nos permitirá
continuarmos devastando? Qual o exato ponto em que nossa destruição será
irreversível?
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