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Dr. Manhattan. Resenha da graphic novel que dá continuidade à série Before Watchmen.


    Quando eu assisti Watchmen, uma das coisas que mais me chamaram atenção foi o fato de que quase nenhum dos “heróis” da história possuíam poderes. Isso foi um pouco decepcionante de inicio, mas dentro do contexto da história fazia todo o sentido. Mas um personagem de Watchmen era justamente o oposto. Enquanto nenhum dos outros possuía superpoderes, um deles tinha o poder próximo ao de um deus. Estou falando isso por que foi publicada Antes de Watchmen: Dr. Manhattan.  A terceira da minha lista de mais aguardadas.
      Antes de Watchmen: Dr Manhattan foi publicada em 4 edições compiladas em um encadernado com preço de capa de R$ 12,90. Escrita por J. Michael Straczynski, que também escreveu a Antes de Watchmen do Coruja, e desenhada por Adam Hughes. Assim como os outros encadernados, essa HQ também pode ser encontrada com duas capas.
 
Como eu já havia comentado no meu texto sobre Antes de Watchmen: Rorschach  dois personagens de Watchmen são muito bem desenvolvidos na série original, Rorschach e  Dr. Manhattan. Por isso, assim como na série de Rorschach  essa história não tem muita cara de origem, apesar de explorar bastante o passado. Eu gostaria bastante de falar de como eu me diverti lendo essa revista e de como, apesar de não acrescentar à obra original, continua sendo uma boa leitura. Gostaria, mas não dá.
 O foco principal da história é o Dr. Manhattan analisando alguns possíveis acontecimentos que não ocorreram devido a alguma decisão tomada por ele. Essa parte da história até que não é tão ruim, mas isso só acontece a partir da segunda parte da história. Antes disso somos forçados a passar por páginas pouco interessantes que contém, essencialmente, o nosso protagonista em um monólogo sobre ele mesmo. Coisa que não parece tão estranha aos que já conhecem Watchmen, mas devo lembrar que Dr. Manhattan é de longe um dos personagens mais complexos já feitos para as histórias em quadrinhos e, provavelmente, é uma das provas do tamanho da qualidade de Alan Moore como roteirista. E pro azar de J. Michael Straczynski, ele não é Alan Moore. Na tentativa de simular o que foi feito o que vemos é um cara azul que lembra o Dr Manhattan original, mas com um conflito interno bem mais raso e com uma filosofia bem mais simples do que a exigida pelo personagem.
Mas talvez esse não seja o maior dos problemas. O que mais me deixou entediado ao ler essa história foi o fato dela, em alguns momentos, simplesmente parar no lugar e não andar por tempo suficiente pra deixar o leitor impaciente. Ficamos presos em páginas, que inclusive parecem mais do que realmente são, de um monólogo existencialista que parece não ter fim e que não deixa a história andar. Nem a arte consegue levantar a história, inclusive é fácil se esquecer que a arte Adam Hughes é muito boa por causa do resto que não ajuda em nada. Por fim eu posso resumir a leitura de Antes de Watchmen: Dr. Manhattan como uma experiência bem entediante. Não tenho dúvidas ao dizer que essa é a história mais fraca do Antes de  Watchmen até agora, e  desejo  sinceramente que seja mais fraca do que todas que ainda estão pra sair.

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