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Vingadores vs X-Men: resenha de toda a saga que marcou o ano de 2013 da Marvel no Brasil.

Por: Filipe Gomes Sena (colaborador master do Apogeu)

            Há mais ou menos sete meses eu publiquei, aqui no Apogeu, um texto falando sobre a edição zero de Vingadores vs. X-Men. Inclusive reforço que essa edição oferece o mínimo necessário pra não ficar perdido, um conhecimento mínimo da cronologia recente da Marvel também ajuda. Mas vamos direto ao assunto, e o assunto é Vingadores vs. X-Men, o evento mais importante da Marvel dos últimos tempos.

            Vingadores vs. X-Men foi publicado originalmente em 2012. Foi uma série quinzenal em 12 edições, e foi escrita por um time de peso: Jason Aaron, Brian Michael Bendis, Ed Brubaker, Jonathan Hickman e Matt Fraction. Inclusive vale a pena dar uma olhada na lista de trabalhos desses caras, com certeza você já leu alguma coisa boa escrita por algum deles. Junto com eles está um time de desenhistas cujos principais nomes são John Romita Jr., Olivier Coipel e Adam Kubert. Esses 12 números foram publicados em seis edições, todas elas lançadas com capas variantes, excelentes capas, diga-se de passagem, talvez algumas das melhores dentre as publicações da Marvel desse ano no Brasil (destaque pra capa da edição 5 com o Homem-Aranha estampado).
           
Para quem não lembra, ou não sabe, a história começa com a Fênix indo para a Terra pra encontrar com a sua nova hospedeira: Esperança, também conhecida como a Messias Mutante. Caso você, caro leitor, não saiba os mutantes estão em um número bem pequeno faz um bom tempo. Tudo isso por que a Feiticeira Escarlate pirou e com a frase “Chega de Mutantes” fez com que a maioria esmagadora da raça mutante perdesse seus poderes, não só isso, mas também impediu o nascimento de novos mutantes. Pelo menos antes de Esperança. Todos esses eventos envolvendo a Feiticeira Escarlate fazem parte da saga Dinastia M, e a saga que conta a história de Esperança é a Complexo de Messias, nenhuma das duas é pré-requisito para ler Vingadores vs. X-Men, mas não deixam de ser uma ajuda pra entender bem algumas coisas. De volta à história temos a Fênix voltando pra Terra atrás de Esperança. Os Vingadores descobrem isso e decidem que não podem deixar que a Fênix encontre sua nova hospedeira. Para isso eles batem na porta dos X-Men e pedem para que entreguem a garota. Pedido esse que é prontamente negado por Ciclope, que acredita que a chegada da Fênix é parte importante do destino de Esperança como salvadora dos mutantes. É aí que a briga começa, o primeiro round.
Emma Frost
            Depois de alguns embates praticamente empatados um fato vira o jogo. Na tentativa de destruir a Fênix, os Vingadores acabam dividindo a entidade em cinco partes. Cada uma delas encontra um hospedeiro, são eles: Colossus, Ciclope, Namor, Emma Frost e Magia. Depois de alguns embates Ciclope percebe que os Vingadores são um empecilho para o que eles planejam realizar utilizando os poderes da Fênix. É quando ele diz a frase mais emblemática de toda a série: “Chega de Vingadores”. E é nessa hora que o suplicio dos Heróis mais Poderosos da Terra começa.
            A primeira coisa que veio na minha cabeça quando eu comecei a ler foi: os heróis da Marvel não sabem dialogar.  Para a nossa sorte os personagens da Casa das Ideias resolvem a maior parte das suas diferenças na porrada. História com pancadaria de supers não é novidade, mas Vingadores vs. X-Men consegue ser mais do que só uma dessas histórias. Essa leitura me deu uma sensação parecida com a que eu tive quando li Guerra Civil (inclusive eu recomendo violentamente que todo mundo leia Guerra Civil). Ao longo de algumas edições os Vingadores apanharam como eu nunca vi antes. Ver os maiores heróis da Terra enfrentando um inimigo que eles não tem a mínima chance de vencer, apesar de ficar um pouco repetitivo com o tempo, é bem legal. Eles usam tudo que podem, fazem estratégias diversas e tomam medidas desesperadas, o que gera umas lutas bem interessantes. Inclusive uma sacada muito boa da Marvel foi fazer a série AvX: Vs, que nada mais é do que histórias que mostram, com muito mais detalhes, algumas das principais brigas que acontecem na série, complementadas por informações diversas sobre as habilidades dos envolvidos. Essas histórias estão em todas as edições da publicação brasileira fechando a composição do mix (Duas edições de Vingadores vs X-Men mais uma de AvX: Vs). Além disso, no lado dos X-Men, é mostrado como o poder da Fênix age dentro dos hospedeiros, como os corrompe aos poucos gerando uma grande tensão dentro dos próprios X-Men. Essa situação se agrava conforme a trama avança. Outro ponto chave da história é a relação da Feiticeira Escarlate e Esperança. Não entrarei em muitos detalhes para evitar spoilers, mas as duas são muito importantes para o desfecho da história.

            A forma como a história caminha para o fim é bem construída. Apesar de algumas soluções parecerem um pouco forçadas, não tem um efeito Deus Ex Machina e nem um desfecho relâmpago. Em momento nenhum senti que a trama estava apressada, apesar das muitas partes com ação, a quantidade delas é bem dosada com outras partes da história. Infelizmente não acompanhei nada que saiu nas revistas dos X-Men ou dos Vingadores, mas vale lembrar que isso não atrapalha em nada o entendimento da série principal. O que pode contar como mérito da série foi não ter se espalhado por todas as publicações da Marvel, ficando restrita aos periódicos dos dois grupos envolvidos na trama.
            Depois de tudo isso, foi publicado no Brasil na edição 7 de Vingadores vs. X-Men o arco AVX: Consequences. História em 5 partes publicada entre o final no ano passado e o inicio desse ano. Escrita por Kieron Gillen e ilustrada por Tom Raney, Steven Kurth, Scot Eaton, Mark Brooks e Gabriel Hernandez Walta. Nela é possível ver como os personagens, principalmente do lado dos X-Men, estão lidando com os efeitos causados pela vinda da Fênix.
            Esse arco que funciona como epilogo é muito bom. Tem momentos bem marcantes e, além de mostrar um pouco de como ficaram os heróis depois dos eventos deVvsX, dá uma boa dica de como vai ser o papel futuro dos X-Men dentro do Universo Marvel que está sendo reformulado. Não vai ser nada igual ao que a DC fez com seus novos 52, mas é uma arrumada geral na organização do universo. No chamado Marvel Now ou Nova Marvel, como ficou conhecido por aqui, uma das mudanças é a formação dos Vingadores, que fica similar a formação mostrada no cinema, e uma integração maior dos X-Men com o resto dos heróis e principalmente com os Vingadores. Tudo isso em consequência dos eventos de VvsX.


            Em resumo posso dizer que Vingadores vs. X-Men foi uma série bem legal. Bastante ação e uma história que, mesmo sem mudar a minha vida, conseguiu me manter interessado até o final. O roteiro conseguiu se manter no mesmo nível do começo ao fim e a arte não deixou a desejar. Vingadores vs. X-Men trouxe ao público uma boa história, com bastante ação e um conflito generalizado entre os dois maiores super grupos da Marvel, mas o principal mérito dessa história foi justamente tirar um pouco os X-Men do seu isolamento de tantos anos, colocando-os junto com o resto dos heróis da Marvel no foco de um evento de peso.

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