Paulo Virgílio - Agência Brasil
A partir da segunda metade do século 19, o Brasil se tornou o destino
de milhares de imigrantes europeus, que fugiam dos problemas políticos,
econômicos e sociais do velho continente, e saíam em busca da
prosperidade nas Américas. Um dos mais importantes fluxos foi o da
imigração alemã, e em decorrência disso, o Brasil tem, atualmente, cerca
de 5 milhões de pessoas de ascendência germânica.
Parte da história dessa imigração está contada em uma exposição aberta
ao público desde o dia 19 de fevereiro, no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro. Brasil-Alemanha: uma história centenária contada pelo mar,
descreve em pôsteres, filmes e maquetes de navios os 142 anos de
atuação, no país, da empresa alemã de transporte marítimo Hamburg Süd. A
mostra faz parte da programação do Ano da Alemanha no Brasil.
Fundada em 1871 e com sede na cidade portuária de Hamburgo, a
transportadora foi uma das acionistas majoritárias da Companhia
Colonizadora Hanseática, que desenvolveu a colonização alemã no estado
de Santa Catarina. A imigração foi mais intensa no final do século 19 e
início do século 20, com destaque para as décadas de 1920 e 1930 -
período entre a primeira e a segunda guerras mundiais.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o Brasil recebeu, na época, 102 mil imigrantes de origem alemã,
originários da própria Alemanha e dos países vizinhos de língua
germânica, como a Áustria e parte da Suíça. “Não é possível mensurar um
número exato de imigrantes, que vieram nos navios da Hamburg Süd”,
afirma o diretor-superintendente da empresa, Julian Thomas. Segundo ele,
os principais portos de desembarque dos imigrantes, além dos da Região
Sul, foram os de Santos, do Rio de Janeiro e Recife.
A derrota alemã nas duas grandes guerras afetou duramente os negócios
da Hamburg Süd, que perdeu a totalidade de seus navios - confiscados
pelos vencedores dos conflitos - tendo que reiniciar do zero. “Os bens
da empresa no Brasil não foram confiscados durante a Segunda Guerra, mas
na época do nazismo, o serviço da Hamburg Süd para o país foi
suspenso”, conta Julian Thomas.
Na exposição, que tem curadoria do museólogo alemão Carsten Jordan, os
visitantes podem consultar as listas de passageiros que embarcaram no
Porto de Hamburgo e ver maquetes de navios. A mostra, já exibida em São
Paulo, fica em cartaz até 30 de março, e depois seguirá, no decorrer do
ano, para Santos (SP) e Porto Alegre.
A entrada é grátis, e a visitação é de terça-feira a domingo, das 12h
às 19h. O Centro Cultural Correios fica na Rua Visconde de Itaboraí, 20,
no centro do Rio.
Franz diz: uma exposição indispensável para os que amam a História e também para quem quer conhecer um pouco mais desse povo que tanto contribui para nosso país. Divirtam-se!
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