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Novidades literárias via Companhia das Letras.

Soldados, de Harald Welzer e Sönke Neitzel (Tradução de Frederico Figueiredo)
Cerca de um milhão de soldados alemães foram capturados pelas tropas britânicas e norte-americanas ao longo da Segunda Guerra Mundial – desde joverns praças de infantaria até oficiais condecorados da Luftwaffe e da SS. As divisões de espionagem dos Aliados, interessadas no potencial estratégico  das conversas e confidências trocadas entre alguns desses prisioneiros, instalaram microfones ocultos em suas celas a fim de monitorar diálogos relevantes para a inteligência militar. Pistas decisivas sobre as flutuações do moral do inimigo e o desenvolvimento de armas secretas pelo regime nazista apareceram nas dezenas de milhares de páginas transcritas dessas escutas. Setenta anos após o conflito, esses inestimáveis documentos históricos – nunca antes publicados – são a base deste livro assombroso e supreendente. Os autores oferecem uma radiografia extensa dos modos de ser, pensar e combater dos soldados de Hitler, mas também um olhar único e indispensável sobre a mentalidade dos militares em geral, que sempre insistiram no seu comportamento horando durante as guerras. Esse mito é derrubado de uma vez por todas por essas gravações.


Semíramis, de Ana Miranda
Com rara habilidade de trazer até o presente o sentimento vivo do passado, Ana Miranda já recriou algumas passagens decisivas da literatura brasileira. No premiado Boca do Inferno, dedicou-se às aventuras do inquieto Gregório de Matos na Bahia do século XVII. No igualmente elogiadoA última quimera, debruçou-se sobre a vida e a obra de Augusto dos Anjos (1884-1914). Em Semíramis, é a vez de José de Alencar (1829-1877), ícone do Romantismo brasileiro e protótipo do “homem de letras” do século XIX.
Ana Miranda fez-se íntima da obra e do tempo de Alencar. Sua prosa é marcada por uma levíssima tensão poética, na frase essencial, cortante e delicada, como se cada gesto e palavra estivesse prestes a se evaporar ou dissolver. Lastreada por ampla pesquisa histórica, a autora não só dá corpo poético às inquietações metafísicas que consumiam o escritor como traça um quadro impecável dos costumes e principais acontecimentos da época: passam por essas páginas as figuras de Gonçalves Dias, Castro Alves e Machado de Assis, a partir das vidas de Iriana e Semíramis, tocadas, cada qual a seu modo, pela figura central de Alencar. Semíramis possui um vigor poético total, com uma fluência irresistível desde a primeira frase. São páginas que bebem a energia da paisagem física ou psíquica do autor de Iracema, relembradas dentro de uma nova ordem narrativa, na língua original e nas pupilas de Ana Miranda.


Caninos Brancos, de Jack London (Tradução de Sonia Moreira)
Se em O chamado selvagem (1903) Jack London narra a sofrida adaptação de um cão doméstico à vida na natureza inóspita e gelada do Canadá, em Caninos Brancos (1906) o autor percorre o caminho inverso, contando a história de um lobo nascido na floresta que é capturado e obrigado a aprender a viver em um novo ambiente – o da civilização. Submetido aos arroubos de hostilidade dos outros animais e à crueldade recorrente dos seres humanos, Caninos Brancos terá que lutar com todas as forças para encontrar sua redenção e enfim fazer as pazes com o mundo ao seu redor. Com introdução de Daniel Galera, que reflete sobre a relação de poder, submissão e afeto entre homens e cachorros, esta edição traz também um perfil biográfico de Jack London pelo historiador britânico Andrew Sinclair.

Editora Paralela

Procurando Mônica, de José Trajano
Quando José Trajano conheceu Mônica, ele ainda era chamado de Zezinho e mal tinha largado as calças curtas para descobrir as festas e bares de Rio das Flores, cidade no interior do Rio de Janeiro onde costumava passar o verão. O garoto nem desconfiava que aquele encontro daria início a uma obsessão de mais de quarenta anos, a um amor não correspondido que ele nunca iria esquecer. Procurando Mônica é a história dessa paixão impossível, um relato repleto de esperanças, sonhos e frustrações. Puxando pela memória, Trajano recria sua implacável busca por Mônica, contando com humor e uma dose de tragédia grega os inúmeros foras que recebeu de sua musa. Mas os tempos mudaram. Trajano, que seguiu para uma carreira brilhante no jornalismo esportivo, não é mais o garoto inseguro que Mônica tanto desprezou. Com uma nova dose de coragem, ele partirá novamente atrás dela para, quem sabe, escrever o último capítulo deste livro. 

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