Fonte: Veja. Comentários: Franz Lima
O ator Robin Williams, morto no dia 11 de agosto, aos 63 anos, vai ganhar uma biografia escrita por Dave Itzkoff, repórter de cultura do jornal americano The New York Times.
O jornalista tem no currículo diversas matérias sobre Williams, entre
elas um perfil, feito em 2009, pouco depois de o comediante passar
por uma cirurgia cardíaca. Na ocasião, Williams disse a Itzkoff o que
tinha mudado em sua rotina após a operação. "Você passa a apreciar as
pequenas coisas da vida. Como caminhar na praia com um desfibrilador”,
ironizou o ator.
Em um comunicado à imprensa, Itzkoff afirma que Williams foi um herói
da cultura. "Em todas as vezes que nos encontramos, ele sempre foi
gentil, generoso, humano, atencioso e hilário. Sou grato pela
oportunidade de contar a sua história”, diz. A data da publicação da
biografia ainda não foi divulgada.
Histórico - Segundo as autoridades, o corpo do ator
foi encontrado por sua assistente pessoal, pendurado com um cinto ao
redor do pescoço preso ao batente da porta, em sua casa na cidade de
Tiburon, na Califórnia.
O ator tinha um longo histórico de problemas com drogas, em
particular álcool e cocaína, desde os anos 1970. Em 1998, em entrevista a
VEJA, ele falou abertamente sobre a dependência química. "O efeito da
droga é extremamente sedutor. O problema é que ela passa a dominar você,
a controlar sua vida." Na mesma entrevista, ele contou que a
paternidade o levou a largar as drogas, em 1983. "Queria acompanhar todo
o processo de gravidez e parto, sem perder nada. Sabia que ser pai já
seria uma transformação louca e problemática sem drogas - imagine com
elas".
Por 20 anos, Williams ficou sóbrio e viu sua carreira deslanchar,
somando no total quatro indicações ao Oscar e uma vitória como ator
coadjuvante pelo filme Gênio Indomável, de 1997. Mas em
2003 ele voltou a beber. Três anos depois, foi internado em uma clínica
de reabilitação, por intervenção da família. Em 2010, em entrevista ao
jornal britânico The Guardian, o ator contou que estava frequentando
semanalmente as reuniões do Alcoólicos Anônimos (AA). Em julho de 2014,
ele decidiu por conta própria se internar mais uma vez em uma clínica de
reabilitação. Segundo Susan Schneider, viúva do ator, o marido estava
em depressão e apresentava os primeiros estágios do Mal de Parkinson.
Franz diz: uma carreira magnífica, plena de sucesso, quebrada por um vício estúpido e ainda desprezado por muitos. O alcoolismo foi o pontapé inicial para a queda de Robin, seguido por problemas financeiros e o provável Parkinson. Mas o fato é que as bebidas e a cocaína minaram a alegria de um verdadeiro gênio, levando-o ao ato brutal que lhe custou a vida.
Fica a lição sobre nossa fragilidade como pessoas, mas também ficam as lembranças de um ator além do seu tempo.
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