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Suzane Richthofen e a justiça cega

Por: Franz Lima

Suzane von Richthofen é uma bactéria resistente e fatal. Suas ações foram assunto por meses, geraram documentários e programas de TV. A bela face mostrou ao mundo que o mal tem disfarces capazes de enganar e seduzir.
Aos que possuem memória curta, basta dizer que ela arquitetou a morte dos pais, simulou pesar no velório, sempre com a intenção de herdar a fortuna dos pais, vítimas mortas durante o sono.
Mas investigações provaram que ela, o namorado e o irmão deste foram os executores do casal indefeso.
Condenados, eles foram postos na prisão.
Fim? Não. No Brasil, não.
Suzane recebeu a pena de reclusão em regime fechado. Mas, invariavelmente, a justiça tende a beneficiar o "bom comportamento" e outros itens atenuantes, levando a ré ao "merecido" regime semi-aberto. A verdade é que ela ficaria solta, livre para agir e viver. Uma pessoa que privou os próprios pais do direito à vida, uma assassina fria e cruel, estará convivendo conosco, cidadãos de bem. Agradeçamos às leis boazinhas que lhe concederam esse benefício, afinal ela fez por merecer. Ela e seus advogados estão de parabéns.

Mas a "consciência" de Suzane falou mais alto. Com medo de represálias quando em liberdade, a doce menina solicitou - através de uma manobra judicial - sua permanência no regime fechado. Hoje, como uma das presas mais consideradas, ela usufrui de alguns benefícios, incluindo a redução da pena em um dia a cada três de trabalho no presídio. 
Enfim, pouco resta a dizer sobre essa criança presa em um corpo de mulher. Ela, vítima de um sistema opressor e do apego ao dinheiro, exterminou os pais. Ela chorou, convenceu e foi desmascarada. Porém a pior máscara surgiu agora, por ocasião de sua liberdade. Afinal, só alguém realmente culpado teria temor pela própria vida. Eu ainda creio que, no fundo, seus atos a atormentam, não como escrevi no conto Sorrir é o que me resta, lógico, mas de alguma forma...

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