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Review de Presa na escuridão, filme estrelado por Michael Keaton



Atenção: Spoilers!!!

O filme retrata a história de uma fotógrafa de guerra que perdeu a visão em consequência de um atentado terrorista no Afeganistão. Três anos se passaram e ela está tentando retomar a vida ao lado do namorado, mas algo traz um assassino a seu apartamento. A partir daí, a vida de Sara vira um inferno. 

Com o decorrer da trama, verdades sobre o namorado dela são reveladas por um ex-amigo dele. As ações de Ryan - que foi assassinado - foram a força motriz para o caos na vida de Sara. 


Encurralada

Grande parte do filme se passa no apartamento de Sara (interpretada pela atriz Michelle Monaghan). O ambiente é seu porto seguro, pois a cegueira a impede de ter uma vida normal. A verdade é que ela se esforça muito para não ser dependente, porém as limitações impostas pela falta de visão não podem ser desconsideradas. Mas, ainda que limitada, a personagem mostra grande desenvoltura ao andar pelas ruas e, principalmente, por seu próprio apartamento.
Esta desenvoltura é do conhecimento dos invasores. E é lá que eles iniciam a busca por uma fortuna da qual a jovem não tem conhecimento. É lá que o passado de seu namorada é desvendado. É nesse apartamento que Sara é encurralada covardemente.


Pontos fortes da trama


O filme foi dirigido por Joseph Ruben, o mesmo de Dormindo com o inimigo (estrelado por Julia Roberts). A narrativa busca trazer tensão ao espectador constantemente, seja através da cegueira de Sara, da presença do corpo de seu namorado ou, ainda, através da maldade explícita do personagem de Michael Keaton (Hollander). Verdade seja dita, a interpretação de Keaton convence, ainda que não tenha o apelo de um Major Rocha (de Tropa de Elite 2).
Michelle também se mostrou dedicada a seu papel e deu credibilidade à cega. 

Pontos fracos da trama

A participação da irmã de Sara é irrisória, dispensável. Não vi motivos para sua presença, mesmo no início da trama. A participação teria tido alguma valia caso a irmã cega tivesse obtido êxito ao enviar um e-mail avisando sobre a invasão. 
Ryan, o namorado assassinado, foi o coadjuvante que mais passou tempo em cena em silêncio - afinal, estava morto. Sua presença é mais verbal (através de citações de Hollander e Chad, os invasores).
O trauma de guerra e a perda de visão por causa de uma mulher-bomba, ainda que no Afeganistão, poderiam ser descartados, uma vez que o atentado deu ares preconceituosos e estereotipados a essa parte da produção.
Outro ponto que poderia ganhar maior abordagem foi a "prisão" de Sara. Embora presa com dois assassinos, ela teve momentos em que parecia dominar o ambiente, ainda que sem visão, mais do que os ladrões. 
A conclusão do filme mostrou uma mulher que teve sua vingança, mas não da forma que um espectador mais inteligente gostaria. Dificilmente uma mulher teria obtido o resultado que ela conseguiu, principalmente diante de predadores inteligentes como Chad e Hollander. 
Mas o ponto crucial está na morte de Hollander que havia jogado o gato de estimação da personagem de Michelle. Quando o diretor mostra o corpo deformado de Michael Keaton, um gato preto (presumivelmente o da própria Sara) anda sobre o cadáver. Alguém acredita que um gato possa sobreviver intacto a uma queda de 14 andares?

Nota final

O filme vale como entretenimento e é bem melhor que muitos outros que se propuseram a fazer algo similar. Entretanto, a limitação física, o elenco escasso e os excessos da trama fizeram com que a credibilidade fosse afetada. 
De qualquer forma, para quem queira, o filme está disponível na íntegra no Youtube.

Ficha Técnica

Diretor: Joseph Ruben

Elenco

Michelle Monaghan - Sara
Michael Keaton - Hollander
Barry Sloane - Chad
Andrew W. Walker - Ryan
Kaniehtiio Horn - Blake
Phillip Jarret - Antonio

Ano de produção: 2014
Título original: Penthouse North
IMDb: 5,5




Comentários

  1. 02/06/2022 - Achei o filme agora entre as "velharias" do Amazon Prime.Mas o que me levou a assistir, foi a intuição lendo a sinopse, de que se tratava de um "remake" do clássico "Clarão Nas Trevas", de 1967 com a não menos icônica Audrey Hepburn.E..."batata"! Embora não tenha achado até agora um link sequer com crítica que de alguma forma comparesse os dois filmes.Talvez seja um caso de falta de informação dos mais jovens sobre filmes clássicos,uma vez que falta de memória,seria improvavavel se imaginar para quem teve a oportunidade de ver a "história original" com Audrey Hepburn em um dos seus grandes momentos no cinema.....

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