Por: Franz Lima
Grupos extremistas são um câncer na humanidade. Mas eu não estou citando o grupo A ou B, estou generalizando. O termo "extremista" ganhou novas conotações nos dias atuais. Os outrora "críticos" de religiões que diferiam das suas estão, atualmente, mostrando vontade para uma guerra em termos literais.
Não bastasse as críticas ferrenhas a tudo que contraria seus preceitos religiosos, agora temos homens e mulheres dispostos a ferir e até matar em nome da fé. Isso já é um fato comum (e triste) em várias partes do mundo, porém agora está presente em nosso país, com muito mais força do que gostaríamos.
Fatos isolados ou não, a fé e a luta por ela - ou por sua supremacia diante das demais - é uma irrefutável verdade na história da humanidade. Lições dos malefícios e tragédias gerados pela intolerância estão estampados em lápides ancestrais, no extermínio de raças e na intolerância que afasta seres da mesma espécie. Nossos dias são tomados por notícias de indivíduos que findam a própria vida e a de outras pessoas para provar que suas ideologias e crenças são as corretas.
Sintetizando um pouco o atual cenário, temos grupos com práticas e dogmas diferentes, porém quase todos são voltados a um objetivo em comum: melhorar a índole do homem e aproximá-lo de um estado espiritual menos mesquinho e violento. Ainda assim a busca por novos fiéis, a vontade em evidenciar que a religião professada é a verdadeira e, principalmente, o ódio por qualquer outra vertente que contrarie aquilo que o 'crente' acredita ser o correto está modificando o cenário religioso no Brasil. Caso as coisas continuem dessa forma, certamente chegaremos a ter extremistas dispostos a exterminar os grupos "rivais".
Ter uma fé não é motivo para guerras. A fé, em seu sentido mais puro, é a forma encontrada pelo homem para se aproximar de uma perfeição só encontrada no divino. Ter uma fé seria, sintetizando, buscar ser alguém melhor, mais tolerante e preocupado com o próximo. Lições encontradas nos ensinamentos de Cristo, Buda, Maomé e outros profetas (ou santos, como preferir) não fazem referência ao combate aos divergentes. Pelo amor as pessoas devem se unir. Pela fé elas devem se aproximar de um Deus que irá aprimorá-las.
Eu vejo um cenário de intolerância religiosa preocupante, com grupos radicais ganhando poder pouco a pouco. Caso as coisas continuem assim, brevemente teremos a religião X impondo seus dogmas e crenças sobre as demais. Isso é algo inaceitável pelos prismas da fé, da lei e da decência. Todos podemos ter uma fé, praticá-la e professá-la livremente. Afinal, se uma religião prega a transformação do homem em algo mais puro e melhor, por que travar uma luta contra essa fé?
Partindo de um pressuposto de que Deus é amor em estado puro, qual a lógica de um crente neste mesmo Deus pregar a guerra, a perseguição e morte de quem não compartilha de suas crenças? É lícito guerrear por um ser que é puro amor?
Seja qual for sua religião, entenda que não é correto usá-la para impor vontades e credos. Você só estará mais próximo de Deus (ou Deuses) quando agir para salvar vidas, diminuir dores e respeitar seus semelhantes.
Não há lógica nestas guerras "santas". O amor deve chegar a todos, as lições de seres iluminados devem ser semeadas, mas nunca semearemos amor se regarmos a plantação com sangue.
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