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Japão não abolirá cursos de Ciências Sociais e Humanas, esclarece ministro. Via IPC.

Fonte: IPC Digital. Texto: Daniel Lima

* Recentemente divulguei uma matéria do Terra onde era noticiada a decisão de que algumas universidades japonesas iriam encerrar os cursos de ciências humanas. Entretanto, o site IPC, feito por brasileiros que moram no Japão, desmentiu a notícia, taxando-a de equivocada. As explicações estão abaixo, já que é vital para a credibilidade que as duas versões da trama sejam veiculadas. Busquei em inúmeras pesquisas por mais notícias similares, mas não tive sucesso. De qualquer forma, eis a matéria: 

TÓQUIO (IPC Digital) – No início desta semana, diversos veículos do mundo divulgaram a notícia de que o governo japonês estaria solicitando a universidades públicas que cancelassem cursos das áreas de Ciências Humanas e Sociais. Na mídia brasileira, um grande portal de notícias chegou a utilizar o termo “decreto ministerial” para se referir à mensagem do ministro da Educação japonês, Hakuban Shimomura, enviada às universidade nacionais, pontuando quais seriam as reformas e desafios em que essas instituições devem depositar seus esforços. O trecho que gerou o mal entendido é o seguinte (tradução livre):

“Conforme fora exposto na ‘Redefinição da Nossa Missão’, as universidades devem colocar seus esforços nas reformulação de suas estruturas de forma rápida, com base nas suas características e pontos fortes, bem como na sua função social. Especialmente com relação aos cursos de graduação e pós-graduação nas áreas de Formação de Professores, Ciências Humanas e Sociais, devem ser aplicados esforços no sentido de realizar a abolição de estruturas e a conversão para áreas de alta demanda social.”
O que a carta da referida pasta não mencionou, na ocasião, é que o chamada ‘Redefinição da Nossa Missão’ trata-se de um documento elaborado pelo ministério da Educação junto com as universidades nacionais contendo pontos de reforma para os anos de 2012 e 2013. Na ocasião, esse texto colocou como um das medidas a serem tomadas a extinção de cursos de Formação de Professores que não exijam a obtenção da licença de professor como requisito para a obtenção do diploma, conhecidos no Japão como “cursos licença zero.”
Apesar de o titular da pasta já se encontrar há algum tempo tentando desfazer o que chamou de “mal entendido”, a veiculação do fato por alguns periódicos estrangeiros como The Wall Street Journal fez com que o caso entrasse em evidência nos sites de notícias de diversos países e redes sociais, sem que fosse disponibilizada a explicação oficial do ministério.
Em entrevista ao jornal “Nihon Keizai Shimbun” no dia 10 de agosto, Shimomura já havia esclarecido que o termo “abolição de estruturas” se referia, portanto, aos currículos de licença zero, procurando também explicar que seu ministério não compartilha a opinião de que cursos das áreas de Ciências Exatas deveriam receber algum tipo de privilégio, ou que o dito “conhecimento prático” deve ocupar uma posição prioritária nas políticas educacionais. O ministro complementou mencionando o problema do constante encolhimento da população enfrentado pelo Japão e o número cada vez menor de jovens, o que tornaria imprescindível o estímulo à formação de professores devidamente licenciados.


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