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Desgarrada - uma história diferente dos X-Men.



Hoje, 31 de dezembro, li uma história dos X-Men bem diferente. Publicada na Wizard Brasil nº 22, a trama foi chamada de "Desgarrada".
O centro da história é a dedicação de Hank McCoy, o Fera, quando na condição de médico. Logo de início, Hank está cuidando das asas de um menino. Ferido, o mutante com asas de morcego não pode voar, fato que leva a família a contatar os X-Men. Por meio de uma cirurgia, o mutante volta a voar.

Após ajudar o menino, o Fera retorna aos afazeres pessoais (uma resenha de uma obra de Stephen Hawking), quando o supercomputador Cérebra, capaz de detectar mutantes em qualquer lugar do mundo, informa a presença de um. Este mutante apresenta sinais de morte iminente.

Hank vai até o lugar e descobre se tratar de uma mutante com traços felinos. A literal Mulher-Gato reage com violência à presença do X-Man e, durante o combate, ela sai ferida. Ainda assim, ela não é abandonada. A mutante é transportada para a mansão dos X-Men e lá recebe os cuidados do doutor McCoy.

A melhora ocorre e, por ocasião de um breve despertar, novamente Hank é atacado. Desta vez, entretanto, a felina desmaia. A curiosidade científica de Hank é aguçada, já que a mulher parece querer morrer, além de não estabelecer qualquer tipo de comunicação, exceto rosnados.
Diante de um quadro clínico que indica melhora, mas com reações que mostram a busca pela morte, pouco resta ao Fera senão pedir auxílio.

Jean Grey, a telepata do grupo, sonda a mutante e conclui algo estarrecedor: ela não é uma mulher mutante; ela é uma felina mutante, uma gata que assimilou a aparência humana, porém ainda com os instintos e comportamentos de sua raça.
Ao analisar o quadro completo, já com as informações de Jean, o Fera conclui que ela realmente está morrendo e, como qualquer outro gato, apenas quer um lugar isolado para partir em paz.
A felina foge e, no dia seguinte, Hank sai da mansão com uma pá na mão. A mutante, humana ou não, era merecedora de um enterro digno.

Que lições tirei?

São apenas 12 páginas de quadrinhos. As participações de Jeff Jenken (roteiro), John Totleben (arte), e Jeromy Cok (cores) permitiram a criação de uma narrativa cheia de reflexões.
Quando revi a trama, pude perceber que há muito mais que a aventura de um mutante. Aliás, a ação não é o foco.
Do início ao fim é possível ver que os artistas se uniram para falar sobre a união entre excluídos, para abordar sobre a preocupação com o próximo e, ainda, um alerta sobre conclusões precipitadas. Contudo, concluo, o ponto principal está na valorização e o respeito à vida, seja ela de uma pessoa ou animal.
McCoy é um cientista e médico, qualificações que não o impediram de enxergar em uma gata a vida que há em qualquer um de nós.
Respeitar seu recolhimento para morrer e enterrar o corpo foram demonstrações máximas de humanidade por parte de alguém que é visto como um animal pela sociedade.
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