Pular para o conteúdo principal

A Roda da Vida. Resenha de uma obra-prima de Elizabeth Kübler-Ross

Por: Franz Lima. Curta nossa fanpage: Apogeu do Abismo. #apogeudoabismo

Há pessoas que vieram  ao mundo para realmente fazer a diferença. Algumas de forma negativa. Outras, como Elizabeth Kübler-Ross, atuam como verdadeiros anjos.
A história, contada em forma de romance no livro A Roda da Vida, da médica e autora, é um achado. Cada página mostra o quanto é difícil, mas gratificante, crescer como pessoa. Mas, não se surpreenda, o crescimento em pauta é o espiritual, algo que contraria a tendência dos dias atuais, onde todos estão voltados para o engrandecimento financeiro.


Elizabeth foi uma das trigêmeas da família Kübler. Nascida na suíça, desde cedo ela buscou trilhar seu próprio caminho e, contradizendo as ordens do pai, ainda jovem foi voluntária a ajudar os que sofreram diante da Segunda Guerra Mundial. Ela buscou ser médica contra todas as regras da época. Estudou, sofreu e se dedicou aos que precisavam. Ao ler o livro, vocês perceberão que o destino dela foi traçado aos poucos, mas sempre de forma reta, sem quaisquer vacilos.
A mulher que queria ser pediatra acabou, por causa de alguns contratempos, se tornando uma psiquiatra. E a psiquiatra se tornaria, conforme o tempo a lapidasse, em uma das mais renomadas especialistas na temática da morte.
Apesar de ser um tema considerado mórbido por muitos, o trabalho da doutora Elizabeth Kübler-Ross era, acima de tudo, humanista. Ela acompanhou incontáveis pessoas em estado terminal para lhes trazer mais paz, respeito e, sobretudo, dignidade.
Seus livros se tornaram best-sellers, suas palestras eram concorridas ao extremo, tornando-a uma celebridade. Entretanto, nem tudo foram flores...
Pessoas desconfiavam dela. Viam-na como uma charlatã que queria se valer do sofrimento alheio para ganhar dinheiro. Nada diss era verdade. A doutora foi uma mulher que cumpriu seu papel na Terra. Ela sacrificou a própria felicidade para acompanhar e minimizar o sofrimento de outras pessoas. Suas lições mudaram a psiquiatria moderna e humanizaram os tratamentos para os doentes. 
O legado de Kübler-Ross está muito além dos livros escritos. Suas lições trouxeram alento a quem não tinha esperança; deu voz aos que, inevitavelmente, morreriam em um leito frio, distante das pessoas amadas.
Cada página desse livro é um aprendizado. Nele, o leitor irá encontrar uma pessoa normal cuja vida foi sobrenatural por vontade própria. Elizabeth sofreu, foi perseguida, foi amada e teve no sucesso uma oportunidade para melhorar não sua própria vida, mas as vidas dos que precisavam.
Fica o exemplo de uma pessoa que enxergou na morte algo muito além do fim; ela viu a oportunidade de uma despedida digna e de um recomeço em outro plano.
A obra incentiva o leitor a buscar seus outros trabalhos como escritora e médica. Sobre seu principal livro, alerto que a leitura de "Sobre a morte e o morrer" pode ser inicialmente um pouco incômoda, o que não diminui sua importância como obra destinada a comprovar que mesmo perto da morte ainda somos pessoas que merecem dignidade e atenção. A pesquisa e os trabalhos da médica foram indispensáveis para trazer mais dignidade e proximidade aos pacientes terminais.
A Roda da Vida é um livro que irá chocar por causa dos sofrimentos presenciados pela doutora, porém também emocionará ao descrever as superações dos pacientes, dos familiares e, principalmente, de você que estará lendo a biografia da médica e absorvendo um pouco de seus ensinamentos.
Leitura 100% recomendada.
P.S.: agradecimentos especiais à amiga Isabela Niella que cedeu esta surpreendente obra.





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Bethany Townsend, ex-modelo, expõe bolsa de colostomia de forma corajosa.

Bethany Townsend é uma ex-modelo inglesa que deseja, através de sua atitude, incentivar outras pessoas que sofrem do mesmo problema a não ter receio de se expor. Portadora de um problema que a atinge desde os três anos, Bethany faz uso das bolsas de colostomia  que são uma espécie de receptáculo externo conectado ao aparelho digestivo para recolher os dejetos corporais, e desejou mostrar publicamente sua condição.  Quero que outras pessoas não tenham vergonha de sua condição e é para isso que me expus , afirmou a ex-modelo. Bethany usa as bolsas desde 2010 e não há previsão para a remoção das mesmas.  Eu, pessoalmente, concordo com a atitude e respeito-a pela coragem e o exemplo que está dando. Não há outra opção para ela e isso irá forçá-la a viver escondida? Jamais... Veja o vídeo com o depoimento dela. Via BBC

Suzane Richthofen e a justiça cega

Por: Franz Lima .  Suzane von Richthofen é uma bactéria resistente e fatal. Suas ações foram assunto por meses, geraram documentários e programas de TV. A bela face mostrou ao mundo que o mal tem disfarces capazes de enganar e seduzir. Aos que possuem memória curta, basta dizer que ela arquitetou a morte dos pais, simulou pesar no velório, sempre com a intenção de herdar a fortuna dos pais, vítimas mortas durante o sono. Mas investigações provaram que ela, o namorado e o irmão deste foram os executores do casal indefeso. Condenados, eles foram postos na prisão. Fim? Não. No Brasil, não. Suzane recebeu a pena de reclusão em regime fechado. Mas, invariavelmente, a justiça tende a beneficiar o "bom comportamento" e outros itens atenuantes, levando a ré ao "merecido" regime semi-aberto. A verdade é que ela ficaria solta, livre para agir e viver. Uma pessoa que privou os próprios pais do direito à vida, uma assassina fria e cruel, estará convivendo conosco, c

Pioneiros e heróis do espaço: mortos em um balão

* Há exatamente 100 anos subir 7400 metros, num balão, era um feito memorável. Consagrados por isto, três franceses - Sivel, Crocé-Spinelli e Tassandier - resolveram tentar uma aventura ainda mais perigosa: ultrapassar os 8 mil metros de altitude. Uma temeridade, numa época em que não existiam os balões ou as máscaras de oxigênio e este elemento precioso era levado para o alto em bexigas de boi com bicos improvisados. Uma temeridade tão grande que dois dos pioneiros morreram. Com eles, desapareceu boa parte das técnicas de ascensão da época que só os dois conheciam. Texto de Jean Dalba Sivel No dia 20 de abril de 1875, mais ou menos 20 mil pessoas acompanhavam à sua última morada, no cemitério de Père-Lachaise, os despojos de Teodoro Sivel e de Eustáquio Crocé-Spinelli - os nomes, na época da produção do artigo, eram escritos em português para facilitar a leitura e "valorizar" nossa própria cultura. A grafia correta dos nomes é Théodore Sivel e Joseph Eustache Cr