Por: Franz Lima. Curta nossa fanpage: Apogeu do Abismo.
Westworld é, antes de qualquer coisa, uma terapia para refletirmos
sobre nossos problemas interiores, questionarmos as motivações que nos levam a
agir, seja com amor ou ódio. É impossível passar incólume a essa série e suas
várias questões morais, sociais e religiosas nela embutidas.
O que encontramos nesse segundo episódio é a retomada das histórias. Os
visitantes são apresentados de forma mais explícita.
Somos novamente transportados para o Velho Oeste. Prostitutas, cowboys,
assassinos, vendedores, jogadores, mães... todos estão prontos para propiciar a
mais intensa incursão em um mundo que não mais existe. Mas o preço para se viver
essa aventura é alto, já que o dinheiro para adentrar esse universo é possível
ter; o difícil é sair ileso dessa imersão. Não há como apagar erros, esse é um
dos ensinamentos de Westorld.
Reencontramos personagens que já causaram impacto no primeiro episódio:
Dolores e as dores que acompanham sua existência, assim como o próprio nome
sugere; Dr. Ford que revela sutilmente um segredo de seu passado; Maeve, a
prostituta que viveu muito mais (e sofreu) do que aparenta; o Homem de Preto,
insaciável e incansável em sua busca pelo labirinto; Bernard Lowe e Theresa Cullen,
cujas relações trabalhistas e discordantes escondem muito mais; e, por último,
o surgimento de William (Jimmi Simpson), um homem que pagou para viver a
experiência única de Westworld, porém parece não combinar com o ambiente e a
escolha que fez.
Novas revelações sobre como homens e máquinas interagem são
apresentadas. O grande teatro tem ainda muito a mostrar e, a cada vez que algo
é exposto ao espectador, tudo indica para um caos crescente. A sensação de
poder que atinge os criadores do parque é enorme e, talvez por isso, pequenos
detalhes vão sendo desprezados.
São tantas incógnitas que poderiam deixar um matemático louco. Lidar
com isso é perigoso, como cada episódio deixa transparecer.
Por fim, peço que atentem para a mensagem embutida nos diálogos e na
narrativa: o homem é capaz de tudo para obter satisfação. Escravidão, estupro,
abuso, violência, mortes, tortura... tudo isso está no DNA do ser humano, mas
ganha força quando ele detém o tempo, a força e o dinheiro para exercê-los.
Até a próxima resenha, amigos.
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