O final de 2023 marcou o lançamento do filme baseado na trajetória do grupo. Com o título de Mamonas Assassinas - o Filme, a produção foi recebida com empolgação pelos fãs, porém com um certo descaso por parte da crítica.
Mas, afinal, qual o veredito sobre o filme segundo minha avaliação? Honestamente, há pontos frágeis e fracos no longa-metragem, porém isso perdeu força por causa da caracterização dos Mamonas, a óbvia nostalgia e pela importância da produção que traz à tona um pouco mais da história dos meninos de Guarulhos que conquistaram o Brasil.
Entretanto, o fato é que o filme teve uma boa atuação nas bilheterias, porém ganhou críticas ferrenhas (em sua maioria, justificadas), o que denota a perda de uma oportunidade grandiosa de trazer ao grade público uma obra à altura do legado da banda e sua rápida história no cenário musical brasileiro.
Elogios.
Por se tratar de um filme biográfico, Mamonas Assassinas nos entrega uma boa parte da história dos jovens músicos de Guarulhos.
A caracterização ficou excelente e é fácil ver que os atores se dedicaram aos seus papéis. A escolha do elenco também agrada, principalmente quando nos deparamos com o sobrinho de Bento Hinoto - Beto Hinoto - interpretando-o, assim como é impressionante a similaridade entre Dinho e o ator
Problemas.
Definitivamente este longa-metragem deveria ser uma minissérie ou série mais longa. Há histórias e material suficiente sobre o grupo para tal. Isso, contudo, foi descartado pela produção da Rede Record (responsável pela série), restando ao público o filme.
Devo ressaltar que gostei do filme. Ele traz uma nostalgia boa e mostra fatos sobre os Mamonas que estavam alheios ao grande público. Mas a experiência perde em aprofundamento e dinâmica por conta de detalhes que seriam facilmente evitados com um pouco mais de esmero e uma edição mais cuidadosa.
Há falta de sincronia em algumas das músicas, fato que dá ao espectador a impressão de música dublado, nos moldes dos antigos programas de auditório. Até o Pablo, do programa "Qual é a Música?" tinha mais sincronia.
Os "cortes" e inserções temporais também ficaram a dever. Quanto às versões cantadas em substituição às canções originais, nada atrapalharam.
Com um tempo de projeção mais longo, uma edição menos preguiçosa e a correta sincronia de áudio, certamente o longa-metragem teria uma melhor atuação nas bilheterias dos cinemas. Faltou, honestamente, uma maior preocupação com o produto final.
Série.
Um ponto que me incomodou foi a descoberta da existência de uma produção da série dos Mamonas. Com o mesmo elenco e, certamente, mais tempo de tela, a série prometia entregar mais sobre o grupo e sua trajetória. Entretanto, a série não foi ao ar por variados problemas e, como que para "aproveitar" o material, editaram as cenas da série e transformaram no filme. A decisão deixa a nítida impressão de que ao optar por fazer os "cortes" e montar o filme, seguindo um caminho totalmente contrário ao trilhado por O Auto da Compadecida que surgiu primeiro como série (infinitamente mais apurada e detalhada) e, depois, veio o filme (cuja perda de cenas icônicas é lamentável), o resultado foi abaixo do que poderíamos ter com mais tempo de tela e cenas melhores conectadas ao fim da montagem.
O filme é divertido e tem uma trama de fácil compreensão, porém seu ritmo acelerado prejudicou a inserção do público na obra. Acelerar a narrativa é uma decisão ruim, principalmente se levarmos em conta que se passaram décadas até termos um filme sobre a banda. Não havia necessidade de entregar algo tão curto e finalizado de modo desleixado.
Sou um leitor fiel do seu blog há um tempo e suas últimas postagens sempre me deixam maravilhado.
ResponderExcluirMuitíssimo obrigado pelo comentário elogioso. Estarei publicando com maior constância a partir da próxima semana.
ResponderExcluirGrande abraço.