Autor: Franz Lima
Muitos dos que lerão esta crônica irão,
inevitavelmente, acessar o oráculo (Google), a Wikipédia ou perguntar a seus
pais e avós sobre quanto do que está escrito aqui é verdade. Compreendo cada um
de vocês que fizer isto, pois vivemos em uma era tomada pelo áudio-visual. É
quase inconcebível um período em que era normal imaginar ao invés de ver. Mas
este período existiu e foi mais longo do que pensamos.
1922 foi o ano em que os brasileiros
passaram a ter acesso às comunicações radiofônicas. Apenas quatro anos após o
término da Grande Guerra Mundial – não era ainda chamada de Primeira Guerra –
começamos a usufruir da magia da voz à distância. Não é exagero meu chamar de
“magia”, uma vez que essa foi a maneira como tudo começou: de forma mágica.
Do ano do surgimento
do rádio para a absoluta influência deste nas vidas de nossos antepassados, passaram-se
alguns anos. O cinema já existia e a TV era uma realidade acessível a poucos,
mas os rádios forneciam entretenimento barato.
"Chegou a hora de aprimorar este veículo",
pensou um empresário do ramo de rádio comunicação e, para isso, surgiram as
radionovelas. Bem, o que havia de tão bom em ouvir pessoas brincando de teatro?
Simplesmente tudo, já que a imagem não era uma realidade nos lares brasileiros
e, por meio do rádio, as tramas, mistérios e personagens fascinantes chegavam
até as pessoas da época. Além disso, tanto autores quanto atores eram pessoas
altamente gabaritadas, movidas pela paixão de representar. Mário Lago e Janete
Clair são exemplos de personalidades da radionovela que tiveram seus talentos
usados, futuramente, nas telenovelas.
Vale frisar que as celebridades do rádio
eram tão influentes e bem sucedidas quanto as celebridades atuais do cinema, TV
e internet, principais veículos de entretenimento do século XXI.
Mas nada dura para sempre. Com o advento
da televisão – e da telenovela -, o rádio foi perdendo popularidade aos poucos
e isto resultou no fim de muitos programas de entretenimento, inclusive os
programas de calouros, radionovelas e alguns noticiários que, gradualmente,
foram absorvidos pela televisão.
Porém a semente já estava plantada. Por
mais que a sociedade evolua para o áudio-visual, sempre haverá um momento em
que apenas o som estará presente, seja no carro, estudando ou em outra
situação. O que importa é isso: o rádio teve uma enorme queda de popularidade,
porém sua essência jamais morreu.
A mídia de voz está presente até os
dias atuais. O som, seja pela voz ou música, é parte essencial de nosso cotidiano, independentemente do progresso de outras mídias, não
importa o quanto evoluam as outras formas de comunicação e entretenimento.
Como prova disso, surgiram aparelhos
cada vez menores para ouvir músicas e programas de rádio. Os micro-system eram
aparelhos de som portáteis e chamativos, com uma ou duas unidades de fita
cassete e rádio AM/FM, seguidos pelo “walkman” que era uma unidade portátil
para tocar fitas cassete, substituídos depois pelo discman (tocadores de CD)
até o advento dos tocadores de mp3 que evoluíram para os ipod e outros players
tão bons quanto. Os ipod são referência em função da capacidade de
armazenamento. Hoje, há aparelhos com capacidade para até 160 Gb em arquivos de
áudio.
E daí? Bem, estas novas formas de
armazenamento e compactação de arquivos abriram um espaço antes impensável.
Agora, é possível ouvir horas de músicas, entrevistas, conversas ou qualquer
outro tipo de som em formato mp3, AAC ou outro qualquer e com tamanho razoável,
ocupando pouco espaço na mídia de armazenamento. Acrescente-se a isso novos
programas de editoração de músicas e áudio e, com o tempo, idealizadores
começaram a fazer seus próprios programas gravados, onde encontramos desde
conversas informais sobre cultura em geral até aulas sobre os mais diversos
temas. Criou-se, então, o podcast.
O conceito de podcast é bem simples: um
arquivo de áudio – seja lá qual for seu formato – onde uma ou mais pessoas,
usando dos mais modernos recursos tecnológicos, ou não, criam um documento
digital com algo que seja de seu interesse. Esse arquivo é
disponibilizado para ser “baixado” (download) gratuitamente e também pode ser assinado (RSS).
Alguns destes idealizadores criaram verdadeiras séries sobre seus temas
preferidos, conseguindo angariar uma legião de fãs.
Hoje o Brasil é um grande produtor de podcasts. Há programas com conteúdo de altíssimo nível, produtos de exportação e premiados em diversos meios de comunicação. Mas não focarei nas premiações, pois o que quero frisar é a importância dos casts em áudio.
No auge da era do Rádio, o Brasil tinha neste instrumento o seu principal divulgador de todos os assuntos importantes ou irrelevantes. Ouvir rádio era sinônimo de estar "antenado" (talvez venha daí a expressão) com o que ocorria no mundo - ainda que um tanto atrasado. Porém, atualmente, o podcast não pode exercer esta função. Com o advento da internet - cada vez mais rápida - as notícias chegam com muito mais eficiência e velocidade aos interessados. Assim, o podcast tem hoje uma função similar ao rádio em seu auge, quando era uma fonte de entretenimento e informação, guardadas as devidas proporções, lógico.
O podcast é um fenômeno. Este é o ponto em que quero chegar. Ele não só é um veículo para propagar informação, cultura e lazer, como também tornou-se um ponto de apoio para o surgimento de novos talentos, pessoas que o usam para expor opiniões ou apenas para conversar sobre o que gostam. Independentemente do uso do podcast, creio poder afirmar categoricamente que ele terá uma longa vida pela frente. Ao contrário do rádio tradicional, não será a internet ou a televisão que irão minimizar a importância dele até que o esqueçam por algo mais moderno. A tendência desta nova forma de comunicação é o aprimoramento, a evolução e o acompanhamento das tecnologias, prosseguindo ao lado da geração atual e das gerações futuras. Ouvir um podcast não é só um modismo. Ouvir um podcast é uma tendência que marca a história da comunicação em nosso país e no mundo.
Parabéns a todos os profissionais que usam esta ferramenta para levar e divulgar por todos os lugares a voz, a informação e o entretenimento.
Podcasts que apóio e participo:
Epifania 000 - Coletânea Cassandras
Epifania 001 - A Batalha do Apocalipse
Epifania 002 - A Guerra dos Tronos
Hoje o Brasil é um grande produtor de podcasts. Há programas com conteúdo de altíssimo nível, produtos de exportação e premiados em diversos meios de comunicação. Mas não focarei nas premiações, pois o que quero frisar é a importância dos casts em áudio.
No auge da era do Rádio, o Brasil tinha neste instrumento o seu principal divulgador de todos os assuntos importantes ou irrelevantes. Ouvir rádio era sinônimo de estar "antenado" (talvez venha daí a expressão) com o que ocorria no mundo - ainda que um tanto atrasado. Porém, atualmente, o podcast não pode exercer esta função. Com o advento da internet - cada vez mais rápida - as notícias chegam com muito mais eficiência e velocidade aos interessados. Assim, o podcast tem hoje uma função similar ao rádio em seu auge, quando era uma fonte de entretenimento e informação, guardadas as devidas proporções, lógico.
O podcast é um fenômeno. Este é o ponto em que quero chegar. Ele não só é um veículo para propagar informação, cultura e lazer, como também tornou-se um ponto de apoio para o surgimento de novos talentos, pessoas que o usam para expor opiniões ou apenas para conversar sobre o que gostam. Independentemente do uso do podcast, creio poder afirmar categoricamente que ele terá uma longa vida pela frente. Ao contrário do rádio tradicional, não será a internet ou a televisão que irão minimizar a importância dele até que o esqueçam por algo mais moderno. A tendência desta nova forma de comunicação é o aprimoramento, a evolução e o acompanhamento das tecnologias, prosseguindo ao lado da geração atual e das gerações futuras. Ouvir um podcast não é só um modismo. Ouvir um podcast é uma tendência que marca a história da comunicação em nosso país e no mundo.
Parabéns a todos os profissionais que usam esta ferramenta para levar e divulgar por todos os lugares a voz, a informação e o entretenimento.
Podcasts que apóio e participo:
Epifania 000 - Coletânea Cassandras
Epifania 001 - A Batalha do Apocalipse
Epifania 002 - A Guerra dos Tronos
Olá Franz, estou um pouco sumido, passei por problemas pessoais mas enfim, ótima matéria, também sempre fiz essa analogia entre os programas de rádio e os podcasts. Na época em que eu ouvia rádio, na década de 90(mas precisamente a Rádio Cidade)havia uma programção diversificada mas todas voltadas para a música é claro, lembro até de um progrma sobre Metal da referida rádio que rolavam uns contos narrados pelo Zé do Caixão, ou seja numa época que ainda não se falava em audiobooks, podcasts e coisas do gênero. Mas o que quero dizer é que mesmo gostando de rádio, pouco coisa me interessava. Hoje com os podcasts, você vai diretamente ao ponto, não é necessário esperar uma determinada programação, ou ouvir um programa inteiro até chegar onde se quer. Putz, acabei escrevendo muito, hehe! Cara parabéns pelo novo layout do site, obrigado pela força lá no twitter e um grande abraço! Ah! vou baixar os podcasts aí, pode crer!
ResponderExcluirRobson, primeiramente quero lhe desejar muito sucesso e, lógico, que a maré de problemas tenha passado. É ótimo ter sua presença novamente aqui no Apogeu... amigos fazem falta. Quanto ao Twitter, apenas lembro dos amigos que também me garantem um grande apoio. Valeu?
ExcluirBem, vamos ao comentário do comentário rsrsrsrs. Eu também associei muito o podcast ao período em que eu ouvia muito rádio. A rádio Cidade, a Maldita, a Transamérica e outras de conteúdo similar eram as minhas favoritas, sempre curtindo o bom e velho rock. Hoje, entretanto, esse costume ruiu, porém não por inteiro, já que temos os podcasts para preencher a lacuna que a programação radiofônica deixou (a qualidade caiu bastante, infelizmente). Os podcasts são uma ferramenta muito interessante, ainda mais quando acrescentamos a isso o fato de que o transporte de informações está cada vez mais fácil e acessível. Ter milhares de horas de músicas, audio-books e podcasts é algo simples. Somemos também a variedade de conteúdo em cada cast: cinema, história, notícias, teatro, quadrinhos e muitos outros assuntos.
Eu vejo um futuro ainda melhor para o podcast e sua evolução, o videocast, mas creio firmemente que a duração deste tipo de mídia será bem longa.
Grande abraço e espero que goste dos podcasts em que participo.
Franz.