Autor: Franz Lima
Houve uma época na minha vida em que tudo o que eu desejava era me tornar um desenhista. Mas o tempo passa e muita coisa muda.
Houve uma época na minha vida em que tudo o que eu desejava era me tornar um desenhista. Mas o tempo passa e muita coisa muda.
Então, movido por novas influências, decidi que iria me tornar médico. Estudar em tempo integral, aprender a salvar vidas, ser alguém que acrescenta ao mundo. Faltavam dois detalhes: tempo e dinheiro. E, sem incentivos, acabei por desistir.
É duro chegar aos vinte e poucos anos sem uma definição daquilo que irá lhe trazer dinheiro e, de preferência, satisfação também. Sem o desenho e a medicina, meu leque de opções ainda era enorme, porém nada que me agradasse. O que fazer?
Foi em dia comum (tão comum que não me lembro qual) que apresentei a um amigo um texto que escrevi. Poucas linhas e conteúdo provocador. Ele examinou com paciência e, após um breve instante de silêncio, perguntou se havia mais a ler. Claro que havia, mas como mostrar algo ainda manuscrito e inacabado? Menti e disse que apenas idéias vagavam em minha mente. Nada transposto ao papel.
Meu amigo releu aquelas poucas linhas e me aconselhou a continuar. Disse, ainda, que para melhorar minha imaginação e minha escrita, nada melhor do que ler muito. E foi o que fiz...
Hoje leio quase que constantemente. Compro livros, mesmo que não com a frequência que gostaria. Mas compro!
Leio para aprender, leio para poder ensinar, leio para sair - brevemente - desta realidade cruel. Tenho orgulho de minha biblioteca pessoal. Tenho arquivos inúmeros em "pdf" aguardando a grana para comprar um tablet, onde eles serão carinhosamente armazenados. Leio blogs, escrevo neles e exponho minha opinião. Não sou um referencial, mas procuro ter base no que escrevo para evitar decepções. A todos que escrevem: suas palavras não ficam jogadas ao vento e alguém, ainda que longinquamente, irá captá-las.
Tenho amigos dos meios literários, escritores, críticos e, principalmente, apaixonados pela palavra impressa.
Este, sem dúvidas, sou eu.
Agora, fica uma pergunta. De tudo que eu disse acima, há algo errado? Sim, a pergunta é viável e eu explico. Há ocasiões em que - movido pelo tédio de uma conversa "sem sal" - vou para meu canto e abro meu livro. Ali é um refúgio para a mesmice, para evitar a fofoca e as críticas infundadas. Nele, tenho paz.
Por que as pessoas me olham como uma aberração? Por que meu comportamento choca tanto? Hoje, é mais fácil alguém se incomodar com uma pessoa que lê quatro, cinco ou seis livros por mês do que com um assassinato. Até no trabalho o fumante tem direito aos seus dez "minutinhos" para aliviar o stresse e eu, não fumante, mas leitor assíduo, não recebo dois minutos de direito a uma leitura breve.
Puxar um maço de cigarros é algo imperceptível nos dias atuais. Tente o mesmo com um livro de mais de mil páginas: você será visto como um serial killer, louco ou alguém prestes a surtar. Alguns tem medo de uma pessoa portadora de livro.
Chegaram, recentemente, ao ápice de me questionar sobre esse "vício". Minha mente demorou longos três segundos para entender qual era o meu vício. Ler na era da Informação é algo prejudicial? Certamente que não. Estou mantendo meu cérebro ativo, desenvolvo meu raciocínio e faço o que o ser humano está predestinado a fazer desde o nascimento: aprendo. Mas aprender incomoda, aprendi ao longo dos anos.
Caso isso seja realmente algo que vicia, creia que já estou à beira de uma overdose que não irá me matar, apenas me transformará em alguém melhor. Compartilhe este vício com alguém...
Ah! Lembra-se quando eu disse acima que eu queria ser médico para ser alguém que acrescenta algo ao mundo? Pois bem, eu sou isso e muito mais quando desperto em uma pessoa, uma única pessoa, o desejo pelo conhecimento e a leitura.
Ah! Lembra-se quando eu disse acima que eu queria ser médico para ser alguém que acrescenta algo ao mundo? Pois bem, eu sou isso e muito mais quando desperto em uma pessoa, uma única pessoa, o desejo pelo conhecimento e a leitura.
Gostei deste desabafo, e aproveitando fiz uma auto-reflexão, gosto de ler livros por sinal comprei hoje digo ontem Assassin's Creed Renascença de Oliver Bowden, já havia jogado o game e resolvi saber mais sobre Ezio.
ResponderExcluirParabéns pelo post.
Att:
Rodrigues
Rodrigues, meu brother, fico feliz em saber que o post está trazendo bons frutos. Aliás, este livro sobre Assassin´s Creed é uma jogada de mestre, pois abrange leitores e jogadores ao mesmo tempo. Um grande abraço.
ResponderExcluirMau caro, seu texto está incrivelmente bom! Adorei o seu jeito de misturar palavras e torna-las frases de inteligência e puro conhecimento! Estou criando um blogue para mim também, se estiver interessado de ler-lo, avise-me que eu irei lhe passar o link quando ele estiver online. Parabens pelo texto. By: Felipe Vendeta
ResponderExcluirObrigado, meu amigo. A leitura é uma atividade não apenas recretiva, mas voltada ao aprendizado e, por isso, deve ser incentivada. Não se preocupe com sua idade, pois, jovem ou idoso, nunca é tarde para iniciar esta jornada fantástica.
ExcluirAssim que seu blog estiver online, mande o link para que eu possa conhecer mais do seu trabalho.
Abraços.
Franz.
Meu querido Franz Lima, achei sensacional o teu artigo e me identifico muito com ele, parbésn;
ResponderExcluirEu agradeço pelo comentário elogioso e espero que também goste dos demais textos de minha autoria. Estou anexando a tag "Franz Lima" a todos para facilitar a busca.
ExcluirObrigado e mantenha o hábito saudável da leitura...