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Resenha de"Anacrônicas", de Ana Cristina Rodrigues

Há muito tempo que uma surpresa agradável em literatura não me ocorria. Vejam, surpresa está diretamente relacionada, neste caso, à novidade. Claro, Ana Cristina não é novidade há alguns anos, o que não significa dizer que seu padrão esteja melhor ou pior (creio que o tempo a aprimorou). Mas eu não conhecia seu trabalho e, graças a isso, recebi dela - no lançamento de Geração Subzero - o livro sobre o qual falo.
Anacrônicas é um achado, um tesouro que dá prazer em ler. Só para que tenham uma ideia, eu aplaudi o texto "O baile de máscaras" ao terminar de lê-lo.
Movidos pela curiosidade, vocês talvez me perguntem Qual o diferencial nesse livro?
Certo, vamos citar... Primeiramente é um livro simples de ler, porém apenas por ter só 90 páginas. Há simplicidade na escrita que é ótima para a leitura e compreensão, sem perder a forma culta e um arranjo de ideias difícil de encontrar até em livros consagrados. A magia existe até no nome do livro que fica evidenciada pela capa (elaborada por seu marido, Estevão Ribeiro, responsável também pelas ilustrações internas).
Ana tem um ponto positivo indiscutível: ela é uma contista de marca maior. Seu talento me agradou e também senti uma empatia por ter um estilo de escrita parecido com o dela. Escrever contos é algo difícil, pois não temos centenas de páginas para findar uma trama. Com poucas páginas é preciso tecer a trama, desenvolvê-la e concluí-la sem lacunas, mas com maestria.
Convite do lançamento do livro, à época
Ana Cristina mostrou-me um talento que lamento por ter demorado a descobrir.
Leiam cada um de seus "Pequenos Contos Mágicos" com a certeza de que ótimas surpresas os aguardam. Visitem o coelho, amantes sombrios, o lirismo da música, o futuro caótico, um inseto, uma santa, o reino de Arthur e até vocês mesmos... pois cada conto será lido de formas diferentes e interpretado de modos distintos. Uma coisa, entretanto, será comum a todos: é impossível sair sem ser afetado por esse pequeno livro de grande conteúdo.

P.S.: estou lendo agora o livro Geração Subzero e não vejo a hora de chegar no conto dela (O preço de uma escolha). Será bom voltar ao universo que é a mente de Ana.


Comentários

  1. Então era essa a autora que você me disse que adorou e que era parecida contigo!
    Só pela brincadeira no título o livro já interessou. Depois de praticamente essa declaração de amor pelos textos, fiquei impressionadíssima! :)

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    1. Karen, ela é uma grande escritora e uma pessoa muito simpática. O legal é que realmente vi nos textos dela uma grande similaridade com alguns meus. Cool!

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  2. Franz, você, como amigo e escritor-conselheiro, sabe como eu admiro contos curtos que conseguem ser verdadeiras explosões de deleite. Inclusive, estou tentando me aperfeiçoar nisto. Acho muito legal você abordar um pouco do aspecto técnico da obra, mas também falar de suas emoções ao ler, afinal arte sem sentimento é como uma pessoa alimentada precariamente (uma hora irá tomar pela debilidade).

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    Respostas
    1. Obrigado, Ed. Ela realmente tem um talento muito grande...

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