Pular para o conteúdo principal

Dia da Mentira? Pra quê?

Por: Franz Lima.
Houve uma época onde o dia da mentira, para mim, tinha graça. Era divertido pregar peças e sustos com pequenas mentiras. Algumas inocentes, outras nem tanto. Mas o que mudou daqueles longínquos anos para hoje? Na verdade, talvez nada. Pelo menos no que se refere à brincadeira em si.
Entretanto, a índole de quem faz, prega esses trotes ou peças, como queiram chamar, mudou. Não sei precisar quais as razões, porém me parece que há uma malícia muito forte em tudo que se faz atualmente. A antiga inocência ou o limite, melhor dizendo, foi posto de lado. Mentir e ferir são coisas corriqueiras, mostradas em algumas mídias como uma arma para a sobrevivência. Uma defesa natural. Essa banalização do erro, quem sabe a aceitação dele, colabora para uma queda vertiginosa do respeito ao próximo e do valor da vida.
Quando ser ruim é normal, mesmo em 'inocentes' brincadeiras, o que aguardar futuramente? Uma boa pessoa será moldada dessa forma? Creio que não. Mas o que também me irrita, incomoda de forma contínua, é termos um dia para mentir no calendário e, em contrapartida, não percebermos que todos os outros dias são também dedicados a mentir, a enganar. Já havia pensado nisso? 
Ano após ano temos nossos valores postos de lado em nome do falso, do fictício. Mentimos em casa, no trabalho, nas redes sociais... mentimos para nós mesmos a ponto de acreditar naquilo que tanto repetimos. Os avatares dão lugar, lentamente, aos rostos. Pessoas ganham coragem e força por trás de um teclado, porém são incapazes de dizer 'oi' para alguém importante. A eloquência some quando a tela se apaga... Ouvimos todos os dias as promessas vãs de nossos governantes e, mesmo sabendo da futilidade delas, optamos por acreditar. Aceitar parece diminuir a dor das sequelas. Triste. 
Então, nobres amigos, volto a questionar: um dia para mentira, nesse contexto abordado, é necessário? Como dito por Hugh Laurie no seriado House... Todo mundo mente. Mas, eu digo, poucos sabem as reais consequências desse ato.

Comentários

  1. Mentir, hoje é dia é repertorio normal na vida de algumas pessoas, ela mente tanto que acredita que o que esta falando é verdade.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Bethany Townsend, ex-modelo, expõe bolsa de colostomia de forma corajosa.

Bethany Townsend é uma ex-modelo inglesa que deseja, através de sua atitude, incentivar outras pessoas que sofrem do mesmo problema a não ter receio de se expor. Portadora de um problema que a atinge desde os três anos, Bethany faz uso das bolsas de colostomia  que são uma espécie de receptáculo externo conectado ao aparelho digestivo para recolher os dejetos corporais, e desejou mostrar publicamente sua condição.  Quero que outras pessoas não tenham vergonha de sua condição e é para isso que me expus , afirmou a ex-modelo. Bethany usa as bolsas desde 2010 e não há previsão para a remoção das mesmas.  Eu, pessoalmente, concordo com a atitude e respeito-a pela coragem e o exemplo que está dando. Não há outra opção para ela e isso irá forçá-la a viver escondida? Jamais... Veja o vídeo com o depoimento dela. Via BBC

Suzane Richthofen e a justiça cega

Por: Franz Lima .  Suzane von Richthofen é uma bactéria resistente e fatal. Suas ações foram assunto por meses, geraram documentários e programas de TV. A bela face mostrou ao mundo que o mal tem disfarces capazes de enganar e seduzir. Aos que possuem memória curta, basta dizer que ela arquitetou a morte dos pais, simulou pesar no velório, sempre com a intenção de herdar a fortuna dos pais, vítimas mortas durante o sono. Mas investigações provaram que ela, o namorado e o irmão deste foram os executores do casal indefeso. Condenados, eles foram postos na prisão. Fim? Não. No Brasil, não. Suzane recebeu a pena de reclusão em regime fechado. Mas, invariavelmente, a justiça tende a beneficiar o "bom comportamento" e outros itens atenuantes, levando a ré ao "merecido" regime semi-aberto. A verdade é que ela ficaria solta, livre para agir e viver. Uma pessoa que privou os próprios pais do direito à vida, uma assassina fria e cruel, estará convivendo conosco, c

Pioneiros e heróis do espaço: mortos em um balão

* Há exatamente 100 anos subir 7400 metros, num balão, era um feito memorável. Consagrados por isto, três franceses - Sivel, Crocé-Spinelli e Tassandier - resolveram tentar uma aventura ainda mais perigosa: ultrapassar os 8 mil metros de altitude. Uma temeridade, numa época em que não existiam os balões ou as máscaras de oxigênio e este elemento precioso era levado para o alto em bexigas de boi com bicos improvisados. Uma temeridade tão grande que dois dos pioneiros morreram. Com eles, desapareceu boa parte das técnicas de ascensão da época que só os dois conheciam. Texto de Jean Dalba Sivel No dia 20 de abril de 1875, mais ou menos 20 mil pessoas acompanhavam à sua última morada, no cemitério de Père-Lachaise, os despojos de Teodoro Sivel e de Eustáquio Crocé-Spinelli - os nomes, na época da produção do artigo, eram escritos em português para facilitar a leitura e "valorizar" nossa própria cultura. A grafia correta dos nomes é Théodore Sivel e Joseph Eustache Cr