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Batman: A Piada Mortal. Resenha do clássico sobre a origem do Coringa.


        “Eu adorei A Piada Mortal… É o meu favorito. O primeiro gibi que gostei.” (Tim Burton)

Escrevo essas humildes linhas para falar sobre uma das Graphic Novels que mais amo. Não é um lançamento ou um desses encadernados com quase 600 páginas. Em simples 48 páginas nós somos arremessados em um universo doentio e violento, o que não implica em dizer que o amor e a esperança estão ausentes.
Li há mais de 20 anos a minha primeira edição de “A Piada Mortal”. Lembro com absoluta certeza que a li por quase um dia inteiro, saboreando cada quadrinho como se fosse uma iguaria. Na verdade, a HQ é um banquete para os amantes da Nona Arte.

Foi na década de 90 (ou antes) que descobri a narrativa de Alan Moore, a alta dosagem de psicologia embutida na trama que me fez filosofar por anos acerca do tema. Garanto: vocês irão pensar e, meses depois, serão flagrados divagando sobre o questionamento principal da história: será que um péssimo dia pode decretar a perda permanente da sanidade de um homem? A resposta (ou uma delas) está nas páginas da HQ que, hoje em dia, poderia sofrer cortes por seu conteúdo.
Antes de citar quais são algumas dessas partes polêmicas, vamos à premissa da história…
Batman e Coringa são inimigos de tempos longínquos, mas isso certamente pode causar a morte de um deles caso a violência perdure. A rota de colisão precisa ser interrompida e esse desejo leva o Morcego até o asilo Arkham.  A partir daí, o caos se instaura.
Com o decorrer da trama, vocês irão se deparar com muitas situações repulsivas, porém coerentes com o contexto. Alerto que não há o pudor – ou hipocrisia? – de hoje. Sendo assim, assassinato, estupro, terror psicológico, tortura e medo estarão intrinsecamente ligados, proporcionando ao leitor uma experiência crua e incômoda, porém construtiva.
A arte de Brian Bolland é impagável e já consagrada. Adicionemos a escrita irrepreensível de Alan Moore (Watchmen). Por fim, mas não menos importante, a colorização clássica de John Higgins, infinitamente melhor que muitos trabalhos digitais. 
Observação: em 2008 foi publicada uma nova versão da trama que contou com retoques nos desenhos feitos pelo próprio Bolland, assim como foi totalmente recolorida (vide imagem abaixo).

Um detalhe especial está na transição entre cenas, conectadas por situações e cenas similares de grande força visual. Essas transições são um toque de mestre para dar uma dinâmica quase cinematográfica à graphic novel. Outro ponto muito interessante está na visível homenagem ao clássico do cinema “Freaks”, de 1932.

Boa parte da violência dessa narrativa está presente no longa “Coringa”, ainda que com uma abordagem absolutamente diferente. 
Bem, pouco resta a dizer sem que sejam fornecidas informações que iriam tirar-lhes o prazer da leitura e, por isso, fica meu apelo: o que estão esperando para ler essa obra-prima? 
Nota: a trama de Alan Moore mostra um vínculo entre o Coringa e o Capuz Vermelho. Vocês sabiam que essa possível “origem” para o Coringa foi contada há muitos anos, nos primórdios do vilão?

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